Vagner Basilio
Operação do MPRJ e Seap teve como objetivo apurar denúncias de irregularidades nas unidades
Agentes do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), com apoio das Polícias Civil e Militar iniciaram por volta das 7h, desta quinta-feira (19/12), um trabalho de revista nas dependências da Cadeia Pública Dalton Crespo de Castro e no Presídio Carlos Tinoco da Fonseca, na estrada de Santa Rosa, em Campos.
Através de nota divulgada à imprensa, às 18h, a Seap informou que foram apreendidos três aparelhos celulares, 18 balinhas de maconha, dois chips e dois carregadores. Disse ainda que "Foi instaurada uma sindicância interna para apurar os fatos. O caso foi encaminhado à 146ª Delegacia Legal".
A OPERAÇÃOSegundo nota enviada pelo Ministério Público (MPRJ), a operação teve objetivo de apurar denúncias feitas pelo disque 100 e pela ouvidoria do órgão, de ''alimentação imprópria para consumo dos internos, agressões físicas que estariam sendo praticadas por agentes penitenciários contra os detentos e a entrada de materiais proibidos como drogas e celulares na unidade prisional".
No local, os agentes, tanto do MPRJ como da Polícia, não passaram nenhum tipo de informação à imprensa. Através de nota, a Seap informou por volta de 12h, que se tratava de uma operação de rotina, com 'Inspetores de Segurança e Administração Penitenciária da Cadeia Pública Dalton Crespo de Castro, juntamente com o Ministério Público, Grupamento de Intervenção Tática (GIT) e a Superintendência de Inteligência do Sistema Penitenciário (SISPEN)'.
Sobre o fato de informações de familiares de que no dia anterior teria ocorrido uma rebelião, a assessoria informou desconhecer. "A Seap informa ainda que desconhece a informação sobre qualquer rebelião na unidade".
Mais de 40 PMs foram convocados e permaneceram ao lado da Cadeia Pública, na sede do 6º CPA (Comando de Policiamento de Área), para que em caso de necessidade fossem acionados, o que não ocorreu.
FAMILIARES SURPRESOS E APREENSIVOSMães de alguns detentos que aguardam para visita revelaram que a ação poderia ter sido motivada por um princípio de rebelião que teria acontecido na noite anterior, na quarta-feira (18/12), o que foi desmentido pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).
Uma grande quantidade de material que estava irregularmente nas unidades foi apreendido e encaminhada para confecção do Registro de Ocorrência.
FAMILIARES RECLAMAM DE CONDIÇÕES PARA AS VISITAS
Na chuva ou no sol. É assim que as pessoas que têm familiares presos ou custodiados precisam esperar para visitar filhos, maridos e parentes. “Meus filhos já estão pagando pelo que fizeram, será que eu preciso pagar também?”, Lamenta A.A., mãe de dois detentos que estão custodiados na Cadeia Pública. Ela reclama que a revista íntima está sendo constrangedora, já que além de agachar várias vezes sem roupa, as mulheres também precisam mostrar as partes íntimas claramente antes de entrar para realizar a visita. Apesar de dizer que entendem que alguns casos recentes exigiram uma maior eficácia na revista, dizem: "Tem senhoras de idade mais avançadas, e em alguns casos, como o nosso que já vivenciamos isso aqui há muitos anos, e não precisava passar por isso. Eles já nos conhecem", disse pedindo para não revelar seu nome, por temor de seus filhos sofrerem retaliações.
O banheiro disponível para os parentes dos detentos é um só, para ser utilizado por homens e mulheres. O estado é precário e durante a visita não há serviço de limpeza.
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