sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

CELULAR, DROGAS E CHIPS APREENDIDOS NO PRESÍDIO E CADEIA PÚBLICA


Operação do MPRJ e Seap teve como objetivo apurar denúncias de irregularidades nas unidades
 Vagner Basilio

Operação do MPRJ e Seap teve como objetivo apurar denúncias de irregularidades nas unidades

Agentes do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), com apoio das Polícias Civil e Militar iniciaram por volta das 7h, desta quinta-feira (19/12), um trabalho de revista nas dependências da Cadeia Pública Dalton Crespo de Castro e no Presídio Carlos Tinoco da Fonseca, na estrada de Santa Rosa, em Campos. 
Através de nota divulgada à imprensa, às 18h, a Seap informou que foram apreendidos três aparelhos celulares, 18 balinhas de maconha, dois chips e dois carregadores. Disse ainda que "Foi instaurada uma sindicância interna para apurar os fatos. O caso foi encaminhado à 146ª Delegacia Legal". 
A OPERAÇÃOSegundo nota enviada pelo Ministério Público (MPRJ), a operação teve objetivo de apurar denúncias feitas pelo disque 100 e pela ouvidoria do órgão, de ''alimentação imprópria para consumo dos internos, agressões físicas que estariam sendo praticadas por agentes penitenciários contra os detentos e a entrada de materiais proibidos como drogas e celulares na unidade prisional".
No local, os agentes, tanto do MPRJ como da Polícia, não passaram nenhum tipo de informação à imprensa. Através de nota, a Seap informou por volta de 12h, que se tratava de uma operação de rotina, com 'Inspetores de Segurança e Administração Penitenciária da Cadeia Pública Dalton Crespo de Castro, juntamente com o Ministério Público, Grupamento de Intervenção Tática (GIT) e a Superintendência de Inteligência do Sistema Penitenciário (SISPEN)'. 
Os agentes deixaram a Cadeia Pública, às 12h40 com material apreendido que não foi revelado nem do que se tratava e nem mesmo a quantidade. Enquanto isso, outro grupo permaneceu no Presídio, ao lado a Cadeia Pública. Cerca de 60 agentes participam da ação.
Sobre o fato de informações de familiares de que no dia anterior teria ocorrido uma rebelião, a assessoria informou desconhecer. "A Seap informa ainda que desconhece a informação sobre qualquer rebelião na unidade".
Mais de 40 PMs foram convocados e permaneceram ao lado da Cadeia Pública, na sede do 6º CPA (Comando de Policiamento de Área), para que em caso de necessidade fossem acionados, o que não ocorreu.
FAMILIARES SURPRESOS E APREENSIVOSMães de alguns detentos que aguardam para visita revelaram que a ação poderia ter sido motivada por um princípio de rebelião que teria acontecido na noite anterior, na quarta-feira (18/12), o que foi desmentido pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).
Um grupo de mães que conversou com a reportagem do Site Ururau, disse que um grupo já estava dentro do Presídio e quando os agentes chegaram foram retiradas da unidade, para onde retornaram cerca de 1h mais tarde. Elas afirmaram ainda terem ouvido um grandebarulho semelhante ao de bomba dentro da Galeria E. Após a revista minuciosa, que os detentos foram submetidos, as mães puderam retornar à unidade e fazer a visita, o que afirmaram ter ocorrido normalmente. "Ficamos assustadas com o barulho e na verdade ficamos com medo de acontecer alguma coisa com nossos familiares", disse uma das mães que pediu para manter sua identidade oculta.
Uma grande quantidade de material que estava irregularmente nas unidades foi apreendido e encaminhada para confecção do Registro de Ocorrência. 
FAMILIARES RECLAMAM DE CONDIÇÕES PARA AS VISITASNa chuva ou no sol. É assim que as pessoas que têm familiares presos ou custodiados precisam esperar para visitar filhos, maridos e parentes. “Meus filhos já estão pagando pelo que fizeram, será que eu preciso pagar também?”, Lamenta A.A., mãe de dois detentos que estão custodiados na Cadeia Pública. Ela reclama que a revista íntima está sendo constrangedora, já que além de agachar várias vezes sem roupa, as mulheres também precisam mostrar as partes íntimas claramente antes de entrar para realizar a visita. Apesar de dizer que entendem que alguns casos recentes exigiram uma maior eficácia na revista, dizem: "Tem senhoras de idade mais avançadas, e em alguns casos, como o nosso que já vivenciamos isso aqui há muitos anos, e não precisava passar por isso. Eles já nos conhecem", disse pedindo para não revelar seu nome, por temor de seus filhos sofrerem retaliações.
A falta de cobertura na parte externa das unidades também é alvo de reclamação. “A gente tem que chegar aqui 6h pra pegar a senha, senão só consegue entrar muito tarde e dependendo da hora que chegar fica de fora, a gente fica aqui na chuva ou no sol, sem condição nenhuma”, reclama outra mãe.
O banheiro disponível para os parentes dos detentos é um só, para ser utilizado por homens e mulheres. O estado é precário e durante a visita não há serviço de limpeza.
 
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Fonte: URURAU

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