terça-feira, 1 de maio de 2012

Eike reforça seu prestígio com União e fala de megas empreendimentos



Fotos: Leandro Nunes / Ag. Ururau
'Cabeças que querem criar riquezas juntas vão saber dividi-las juntas'

mais
 menos'Cabeças que querem criar riquezas juntas vão saber dividi-las juntas'
Após a solenidade de extração do primeiro óleo da OGX na última quinta-feira (26/04), que contou com a presença da presidente Dilma Rousseff, do governador Sérgio Cabral, da prefeita de São João da Barra, Carla Machado, além de outras autoridades municipais, estaduais e federais, o empresário Eike Batista, em coletiva de imprensa, esclareceu várias questões a respeito do megaempreendimento que será o Complexo Superporto de Açu.
Parcerias já firmadas, ideias em desenvolvimento e planejamentos futuros foram tratados por Eike com a mesma agilidade com que seus projetos ganham ampla projeção na mídia nacional e internacional. Sem rodeios, o empresário - que foi comparado a Henry Ford e Steve Jobs pelo governador Sérgio Cabral - declarou, entre outras coisas, que a OGX pretende chegar em 2015 com capacidade instalada de 450 mil barris por dia, reforçando seu prestígio junto ao governo federal.
Na ocasião, além de acenar sobre a viabilidade de uma parceria com a Petrobras, como o aval da própria presidente Dilma, Eike assinou termo de compromisso entre a LLX, sua empresa de logística, e a Ferrovia Centro Atlântica (FCA), administrada pela Vale, representada por Humberto Freitas, diretor executivo de Logística e Pesquisa Mineral, para dar continuidade aos estudos para a implantação de uma ligação entre o Porto do Açu e a Baixada Fluminense. A ideia é implantar um ramal de cerca de 40 km entre São João da Barra e Campos. Outra parte do projeto prevê a reativação do corredor litorâneo. Segundo Eike, se concretizada, a conexão permitirá acesso aos estados de Minas Gerais e São Paulo. 
“O Porto está localizado próximo às reservas de minério de ferro e de petróleo nas bacias brasileiras Essa solução é de interesse da chinesa Wisco (Wuhan Iron and Steel Co.), que planeja implantar uma siderúrgica na região e quer ter acesso ao minério de ferro de Minas. A Petrobras também já revelou ter interesse na ligação férrea, que seria uma alternativa para a movimentação da produção do Complexo petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em construção em Itaboraí, na Baixada Fluminense. A Gerdau também já manifestou interesse em transportar ferro por aqui. Enfim, todos vão se beneficiar e vão poder embarcar sua produção em navios no Porto do Açu. Nossa previsão é que o complexo movimente 350 milhões de toneladas por ano, entre exportações e importações”, afirmou.


PARCEIROS, PROJETOS E MUITA OUSADIAPerguntado sobre a intenção de instalar uma montadora de carros elétricos no Açu, Eike declarou que, até o momento, o que evoluiu neste sentido foi a fábrica de baterias com a Foxconn - principal fornecedora da Apple e pioneira na tecnologia de lâmpadas LED alimentadas por painel solar - que investirá US$ 1 bilhão em uma fábrica no Porto do Açu. O empresário revelou ainda que possui uma equipe da empresa de Taiwan trabalhando em seu escritório no Rio.
“Atualmente, está em teste um poste super moderno aqui no Porto do Açu que agrega painel solar, lâmpada LED e antena sem fio (wireless), com tecnologia desenvolvida pela Foxconn. É um poste ‘multi-uso’, de tremenda utilidade pública, que poderá ser um dos projetos que poderão ser desenvolvidos aqui nesta parceria. Tenho uma equipe da Foxconn em minha sede lá no Rio e a engenharia já está sendo detalhada minuciosamente para que, uma hora, o projeto dispare. Conceitualmente, este projeto foi idealizado em 2005 e o Brasil tem um mercado excelente e os produtos são de baixo custo para as prefeituras, por exemplo, que irá pagar menos conta de luz. Quando se traz eficiência, fica bom pra todo mundo”, revelou Eike.
Além da Foxconn, em 2011, a LLX assinou contratos com a NKT Flexibles (NKTF) e com a Technip Brasil para a instalação de unidades de produção de tubos flexíveis para apoio à indústria offshore no Açu, gerando cerca de mil empregos diretos. A InterMoor também assinou contrato com a LLX para a instalação de uma unidade que oferecerá apoio logístico e serviços especializados à indústria de óleo e gás no Superporto do Açu, com geração de 750 empregos diretos.
A empresa de Eike também possui protocolos de intenção assinados com a General Electric Energy do Brasil (GE) para produção de equipamentos destinados aos segmentos de energia e óleo e gás e mais de 70 memorandos de entendimento em negociação com empresas para instalação ou movimentação de cargas no Superporto.
Entre os tratados firmados, está o acordo de cooperação assinado com a Wisco (Wuhan Iron and Steel Co.), terceira maior siderúrgica da China, e a Ternium para a instalação de parque siderúrgico com capacidade inicial de produção de 8,4 milhões de toneladas de aço bruto por ano. Desde o inicio do projeto, a Hyundai Heavy Industries, líder mundial em construção naval, já era sócia e parceira tecnológica da OGX na construção de unidade de construção naval (UCN) de sua subsidiária, a OSX Construção Naval, no Complexo Industrial do Porto do Açu, que será o maior estaleiro das Américas. 
As encomendas para a gigante coreana já contam com cinco FPSOs (Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência de Óleo e Gás) e duas WHPS (plataformas fixas), somando uma carteira firme de cerca de US$ 5 bilhões.


OGX E PETROBRAS: FUTURA PARCERIA COM AVAL DO GOVERNO FEDERAL
A presidente Dilma Rousseff e o empresário Eike Batista defenderam, em seus discursos durante a solenidade no Porto do Açu, a viabilidade de uma parceria estratégica entre a Petrobras e a empresa OGX na área de petróleo e gás. A presidente falou sobre a importância do país ter uma grande empresa nacional, como o grupo EBX, e ressaltou a força dos empreendedores públicos e privados.
“O nosso país tem, na área de petróleo, um grande poder e uma grande força de soberania. Acredito que não pode haver concorrência no nosso espírito entre duas grandes empresas, como é o caso da Petrobras e da OGX. Ambas se situam em patamares diversos. Agora, ambas podem ganhar muito com uma parceria entre elas. Estou certa que a OGX tem uma grande colaboração a dar no que se refere a obter tecnologia de última geração para o Brasil”, disse Dilma, em seu discurso.
O empresário afirmou que, em menos de três anos, a OGX perfurou 90 poços de petróleo, volume superior, segundo informou, a todas as empresas estrangeiras que atuam no Brasil juntas e mencionou, inclusive, a possibilidade da criação de uma terceira empresa, que reuniria a OGX e a Petrobras, para atuar no setor energético. 
“É claro, somos muito menores que a Petrobras, mas é muito importante que a Petrobras abriu esse caminho. Não posso deixar de sempre tirar o meu chapéu pelas conquistas da Petrobras e foi dela, na verdade que nasceu a OGX. O Brasil é tão grande, essas áreas do pré-sal são tão gigantes, se a gente puder se complementar, ajudar um ao outro, tem que ser bom para a Petrobras e bom para a gente. Cabeças que querem criar riquezas juntas vão saber dividi-las juntas”, disse Eike, ressaltando que a petroleira pretende chegar em 2015 com capacidade instalada de 450 mil barris por dia.
Sobre a possível parceria com a estatal, Eike Batista informou que o assunto já está sendo tratado em reuniões desde a posse da atual presidente da Petrobras, Graça Foster, em fevereiro deste ano.

Rafael Vargas / ABr

Nenhum comentário:

Postar um comentário