segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Polonês é 114º estrangeiro preso no RJ; 62% deles são acusados de tráfico


Angola, Colômbia e Peru encabeçam lista com 11 detentos cada.
Listas mostram nacionalidade e crimes dos estrangeiros presos; confira.

Gabriel BarreiraDo G1 Rio
Site da Interpol tem ficha do polonês Galas (Foto: Reprodução / Interpol)Site da Interpol tem ficha do polonês Stanislaw Galas (Foto: Reprodução / Interpol)
País do preso no RJnº de presos
África do Sul2
Alemanha3
Angola11
Argentina7
Bolívia2
Botsuana1
Brasileiro naturalizado3
Chile6
Colômbia11
Equador3
Espanha4
EUA1
Filipinas2
França3
Gana1
Guiana1
Guiné Bissau1
Holanda3
Islândia1
Itália1
Letônia6
Marrocos1
México1
Namíbia2
Nigéria1
Noruega1
Paraguai3
Peru11
Polônia1
Portugal6
Romênia5
Rússia1
Tailândia1
Uruguai3
Venezuela3
 O polonês Stanislaw Galas, preso no domingo (31) por crimes como tráfico de drogas e falsidade ideológica, é o 114º estrangeiro que, atualmente, cumpre pena em alguma penitenciária do Rio de Janeiro, conforme levantamento da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). Deles, 71 (ou cerca de 62%) respondem por alguma relação com o tráfico de drogas (veja na tabela abaixo).
Neste grupo de 71, ao todo 51 respondem por tráfico de drogas internacional: ou seja, tentaram entrar ou sair do país com drogas. Outros 12 foram presos por tráfico e há ainda 8 que respondem por associação ao tráfico. Crimes como estupro (1) e porte ilegal de arma (1) são os com menores incidência entre os "gringos".
Em apenas uma semana, o número total de presos estrangeiros saltou quase 10%: de 105 para 114, ainda segundo dados da Seap. Apesar do aumento rápido, o defensor público Felipe Almeida vê uma "linearidade" no número de estrangeiros acautelados. Segundo ele, o número tem ficado próximo de 100 nos últimos anos. A volatilidade, defende o especialista, depende dos processos de expulsão dos estrangeiros, que podem demorar meses ou anos.
"O crime do tráfico de drogas é, disparado, o de maior incidência. Muitas vezes, esses presos ou ficam [no Brasil] mais tempo do que a própria pena determina porque aguardam a autoridade consular viabilizar a saída ou acabam cumprindo o restante da pena no país de origem", salientou Felipe Almeida, que é coordenador do Núcleo do Sistema Penitenciário (Nuspen) da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro.
Peru, Colômbia e Angola lideram ranking
Dos detidos, Galas é o único de seu país. Entre eles, no entanto, há três nacionalidades que lideram o número de presos, com 11 pessoas: Angola, Colômbia e Peru (confira na lista ao lado). O motivo, ainda de acordo com o defensor público, é proporcional ao padrão traçado pelas principais quadrilhas do tráfico.
"Os angolanos têm a facilidade do idioma e também cumprem uma tradicional rota do tráfico no continente africano. Já Colômbia, Peru e Bolívia são os países campeões de produção da cocaína — embora a Bolívia tenha uma questão mais cultural em relação ao cultivo. Peru e Colômbia têm [nacionais] em grande incidência também por fazerem fronteira com o Brasil, o que facilita o ingresso deles", explicou.
Extradição de polonês depende do STF
Na delegacia, ao desembarcar do carro da polícia, o suspeito foi instruído por duas jovens, que seriam suas namoradas, a responder o que fosse perguntado. Quando Stanislaw entrou nas dependências da 74ªDP (Alcântara), uma delas alegou: "Ele é um ótimo ator".
No site da polícia internacional, o nome dele consta como Jan Jozef Galas Slowakiewicz e entre os crimes pelos quais estava foragido estão tráfico internacional de drogas, sequestro, roubo, falsidade ideológica, extorsão, lesão corporal. Sua sentença pode chegar 30 anos de prisão.
A polícia do Rio investiga se ele era responsável pela manutenção das armas de traficantes de várias comunidades. O suspeito negou envolvimento com traficantes e disse que se sustentava com a venda de roupas. À Polícia Militar, ele chegou a dizer que era ucraniano e se chamava Rikardo Talinowski. Segundo o coronel Fernando Salema, ele deu três nomes diferentes às autoridades.
Como o nome de Galas consta na Interpol, a Polícia Federal vai comunicar o governo polonês de sua presença no Brasil e caberá ao governo daquele país ingressar com pedido de extradição no Supremo Tribunal Federal (STF).

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