quarta-feira, 16 de abril de 2014

MENINAS DE GUARUS: ' ME ASSOMBRA O TOTAL DESPREZO DAS AUTORIDADES '


Roberto Henriques volta a cobrar informações sobre o tenebroso caso
 Arte e Fotos - Vagner Basílio

Roberto Henriques volta a cobrar informações sobre o tenebroso caso

Um caso tenebroso e que não se tem de fato as peças para se formar o tabuleiro de um jogo sujo e que pode ter tido duas meninas, menores de idade, assassinadas depois de serem abusadas sexualmente. Quando? Em 2009, em Campos, no que se tornou conhecido como o caso ‘Meninas de Guarus’.
Mesmo diante da opinião pública que tomou conhecimento dos fatos, ainda em 2009 depois da prisão de um homem que mantinha numa casa de prostituição, mulheres e supostamente menores em rede de pedofilia, as respostas das autoridades e principalmente, e punição severa para os envolvidos ainda não aconteceram.
O caso já foi tratado de diversas formas, quando, por exemplo, houve uma averiguação por parte daCâmara dos Deputados que estaria com a CPI em Campos, além de ter se criado a expectativa de que até o final de 2013 estaria convocando supostos envolvidos no caso, o que de fato não aconteceu.
Já por parte da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), também em 17 de maio de 2013, foi realizada uma audiência pública em Campos, proposta pelo deputado Roberto Henriques (PSD), pela Comissão de Direitos Humanos, que tem como presidente o deputado Marcelo Freixo (PSOL).
Em entrevista ao Site Ururau, o deputado Roberto Henriques mostrou-se revoltado com a demora, para que finalmente sejam apresentadas as respostas a sociedade. No final da tarde desta terça-feira o deputado atacou no Plenário da Assembleia entre outros, a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, depois de ter segundo ele, tentado por três vezes resposta do andamento do processo, sem sequer ser respondido, além das demais instituições, que segundo Roberto Henriques estão “prevaricando”.
“Minha parte tenho tentado fazer, o que não é favor, é meu dever. Mas não lavo as mãos, e continuo a perseguir resposta. Como um inquérito desse começa e não termina? A Lei é clara. Era para ter promotor e conselheiro tutelar com a carteira cassada, parlamentares com mandato cassado, tudo por prevaricação. Todos prevaricaram. Se corre em segredo de justiça não podemos saber de detalhes, mas do andamento precisamos saber”.
Na tentativa de obter respostas de como anda o caso, o deputado afirmou que foi informado de que até o judiciário estaria demorando a dar andamento, por conta de juízes se julgarem incapazes de analisar o processo.
“A última informação que recebi do caso e recuso a crer que possa estar acontecendo, é que o caso agora está no Poder Judiciário e que diversos juízes estão se dando por impedidos, e vai passando de juiz para juiz. Sabedor disso alertei ao Marcelo Freixo e a Comissão que deveria agir. Assombra-me esse caso ‘Meninas de Guarus’, me assombra tanto os crimes que foram narrados pela imprensa, como me assombra o total desprezo das autoridades para apuração desse caso. Se os juízes estão se colocando como suspeitos e abandonando o caso, olha a gravidade disso, também membros do judiciário estão prevaricando. Quando digo aqui que essas instituições precisam se manifestar, é claro que não estou estendendo a todo Ministério Público, a toda a Polícia Civil e Judiciário, e sim a todos que tem digital no processo”.
AUDIÊNCIA PÚBLICA DA ALERJ REALIZADA EM CAMPOS
Lá se vão cinco anos do mais assustador dos casos narrados nos últimos anos na cidade de Campos, tradicional por ter ao longo de sua rica história marcas como a cidade em que foi, por exemplo, pioneira a promover eleição para conselhos tutelares e a segunda do Brasil a instalar um Conselho de Direitos. 
“Campos sempre esteve na vanguarda dos direitos das crianças e dos adolescentes, como pode tolerar? Esse caso ‘Meninas de Guarus’ é uma vergonha. Em 2009 vieram as noticias de que duas meninas foram assassinadas e iniciado um inquérito, que através pela imprensa vieram as informações desses casos, com rede de pedofilia, prática de extorsão, entre outros. Esse inquérito ficou completamente parado esse tempo todo até inicio de 2013, sem qualquer explicação do Conselho Tutelar, da Polícia Civil que instaurou o inquérito, do Ministério Público de Campos, que não deram qualquer satisfação a sociedade de Campos”.
Em maio de 2013, a Câmara de Vereadores de Campos recebeu a audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, e para tal encontro foram convocados todas as partes do processo, com a ausência de representantes do Ministério Público sendo amplamente questionada pelos parlamentares presentes.
“Como deputado comecei a buscar informações sobre esse episódio e em ato contínuo requeri a audiência pública em Campos, com a Comissão dos Direitos Humanos. Após aquela audiência houve uma movimentação do Ministério Público, quando requeremos ao Procurador Geral, doutor Marfan Vieira, quedesignou a doutora Renata Felisberto como nova promotora do caso. Ela foi atuante e diligente, a partir do instante que o caso chegou a suas mãos requereu uma serie de diligências ao Poder Judiciários e enviou para a Vara Criminal. Demos um tempo, até porque se trata de um inquérito que corre em segredo de justiça e temos que ter as cautelas para não atrapalhar as investigações, e que ficou parado muito tempo. Mas senti que a coisa parou, já mandei três ofícios para o presidente da Comissão da Alerj, o deputado Marcelo Freixo e disse para ele na semana passada que não recebi resposta de nenhum deles”.
Indagado sobre de que forma ainda pode agir dentro da própria Assembleia respondeu com severas críticas ao presidente da Comissão: “Ele (Marcelo Freixo) é um bom deputado, tão interessado em tantas outras causas que chegam a Comissão de Direitos Humanos e no caso ‘Meninas de Guarus’, é visível, o total desinteresse dele por essa causa, e falo isso de um próprio colega parlamentar com tristeza. É só consultar o protocolo do gabinete dele que vão verificar que estou cobrando a ele uma maior dedicação ao caso e respostas para a sociedade”.
Outro órgão duramente criticado por Roberto Henriques é o Conselho Tutelar, além do Senador Magno Malta (PR), presidente da CPI da Pedofilia, no Congresso Nacional. “O Conselho Tutelar teve as duas conselheiras atuando no início, mas porque o Conselho Tutelar não se pronuncia? Num país onde as leis são cumpridas, sua composição já deveria ter sido dissolvida. Vocês já vieram o Conselho Tutelar vir a público falar desse caso? Nunca. E o senador Magno Malta, que foi presidente da CPI da Pedofilia no Congresso Nacional? Esse cidadão vem aqui assistir várias vezes lutas de MMA, mas nesse caso não fez nada. Chegou ao conhecimento dele e foi omisso”.
Uma posição do jornalista Fernando Leite, em seu blog, também foi destacado pelo deputado que assim como a população e a sociedade de forma geral espera por respostas e decisões veementes.
“Há pouco tempo o jornalista Fernando Leite falou uma coisa muito séria no seu blog, a de que esse caso pode virar uma ‘lenda urbana’. E se não houver uma atitude das autoridades ... como pode ficar sem resposta? De 2009 pra cá ninguém foi denunciado. Os personagens quem são? Ninguém sabe? Quem morreu e quem matou? Quem foi extorquido e extorquiu? O que existe de verdade e mentira nesse caso? Será que a imprensa iria mentir trazendo fatos jornalísticos se não existisse nada de verdadeiro nessa história. O que há de fato é um silêncio sepulcral. E arte dos familiares que não reclamam desses corpos? O que na realidade o Ministério Público, o Poder Judiciário, as autoridades policiais, o Conselho Tutelar, a Comissão de Direitos Humanos da Alerj, presidida pelo deputado Marcelo Freixo devem uma resposta a sociedade de Campos, do estado e do país”.
Através de e-mail e telefonemas a reportagem do Site Ururau solicitou as assessorias das instituições Ministério Público, Tribunal de Justiça e o deputado Marcelo Freixo respostas sobre as acusações feitas pelo parlamentar e aguarda seus posicionamentos.



Fonte: REDAÇÃ
O

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