terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Mãe denuncia filho e é reconhecida em delegacia por aborto no ES


Mulher tinha mandados de prisão por peculato e adulteração de veículos.
Em 2010, jovem morreu após aborto e Carminha é a suspeita.

Do G1 ES, com colaboração da TV Gazeta
Um costureira de 61 anos foi reconhecida por suspeita de prática de aborto ao denunciar o filho por agressão, na Delegacia de Polícia da Serra, Grande Vitória. Caminha de Souza ficou presa porque possuía mandados de prisão em aberto, um por peculato (apropriação de dinheiro público) e outro por adulteração de veículos. Em 2010, ela foi presa por suspeita de fazer um aborto que levou uma mulher à morte.
De acordo com a polícia, o filho dela, Kitan Souza Araujo, de 35 anos, confirmou as agressões e foi encaminhado para o Centro de Triagem de Viana. Como a mãe também possuia mandados de prisão em aberto, acabou presa. A polícia informou que Carminha é suspeita de realizar abortos em uma clinica clandestina no bairro Feu Rosa, na Serra. Em um dos abortos, uma jovem de 19 anos acabou morrendo.
A mulher tinha um documento de revogação de prisão preventiva, mas o delegado não aceitou por se tratar de crimes diferentes. Questionada sobre a prisão, ela não quis falar com a reportagem. "Vocês jornalistas acabaram com a minha vida com a história da clinica de aborto. Não vou mais dar entrevista", disse.
Perguntada sobre o que iria fazer com a prisão decretada, a mulher disse não saber como as coisas ficariam, mas disse que estava esperando o advogado chegar. Ela ainda falou que não conversa mais com o filho, chegando a dizer que não tem filho. Ela foi levada para o presídio feminino.
Agressão
Segundo Carminha, o filho chegou em casa bêbado, na noite desta segunda-feira (8). A mulher contou que o rapaz é usuário de drogas e que quebrou coisas na casa, além de tê-la agredido com um chute. Após a agressão, ela chamou a polícia. Para a reportagem, Araujo confirmou ter bebido, mas disse que não se lembra se agrediu a mãe. "Não sei, acho que sim", disse. Ele foi preso por lesão corporal e teve fiança arbitrada em R$ 1.500. Ele não pagou o valor e ficou detido.
Aborto
Em 2010, Carminha foi presa suspeita de realizar o procedimento abortivo na jovem Camila Ramos, 19 anos, que morreu três dias depois de se submeter a um aborto clandestino.
Quando esteve na casa supostamente usada como clínica clandestina para a prática do crime, a polícia encontrou luvas descartáveis, litros de soro, muitas gases e um bilhete, que aponta Carminha como "parteira e enfermeira" - profissões que ela negou ter em depoimento à polícia.
Na ocasião, o delegado André Cunha frisou que "além do material, uma jovem a reconheceu como quem realizou o procedimento na mesma e indicou onde era a casa.
*Com colaboração de Gabriela Ribeti, da TV Gazeta.

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