terça-feira, 2 de agosto de 2016

Policial federal é preso em Arraial por integrar quadrilha de Chico da Ecatur


Do G1 Região dos Lagos
Uma operação da Polícia Federal e do Ministério Público cumpriu dois mandados de prisão na manhã desta terça-feira (2) contra um policial federal em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos do Rio. Um agente penitenciário também foi preso. Segundo a denúncia do Ministério Público, os dois estavam envolvidos com a quadrilha liderada por Chico da Ecatur e Cadu Playbou, pai e filho que comandavam um esquema de tráfico de drogas e desvio de recursos públicos. A ação desta terça foi um desdobramento da Operação Dominação II.

Segundo a denúncia, o policial federal preso desta vez teria atuado como informante junto aos líderes da quadrilha. Já o agente penitenciário, segundo o MP, é ex-chefe de segurança do presídio Presídio Ary Franco, em Água Santa, e permitia que Chico da Ecatur utilizasse equipamentos de comunicação como celulares, tablets e computadores para comandar a quadrilha de dentro do presídio.
Segundo a Justiça a organização criminosa que envolvia membros de uma facção criminosa e agentes públicos de Arraial do Cabo, acusados por crimes de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas e peculato. O traficante Carlos Eduardo Freire Barbosa, o Cadu Playbou, foi preso em novembro de 2014, apontado como chefe do tráfico na Região dos Lagos. O pai dele, Francisco Eduardo Freire Barbosa, o Chico da Ecatur, foi preso em janeiro de 2015, como braço político da organização.
Chico da Ecatur foi preso pela Polícia Federal (Foto: Reprodução / Inter TV)Chico da Ecatur foi preso pela Polícia Federal (Foto: Reprodução / Inter TV)
Também houve conduções coercitivas de testemunhas na capital e em Arraial do Cabo, que prestaram depoimentos e foram liberadas. Os presos foram levados para a Superintedência Regional da Polícia Federal no Rio de Janeiro.Ainda segundo o Ministério Público, a denúncia e as prisões preventivas decretadas pela Justiça tiveram por base uma nova investigação que apurou um plano orquestrado pela quadrilha para assassinar um promotor de Justiça e um delegado da polícia federal, razão pela qual, em junho, foi deferida pela Justiça a transferência de Chico da Ecatur para um presídio federal.
Dominação I e II
De acordo com a primeira denúncia, a quadrilha atuava no comércio de drogas em pontos de venda na Região dos Lagos. Cadu Playboy também adquiria e recebia de fornecedores e associados armas de fogo e munições de diversos calibres, distribuídos ao resto da quadrilha, além de receber auxílio do também denunciado João Paulo Firmiano Mendes da Silva, vulgo “Russão” ou “Monstro”. Espécie de chefe ativo, João Paulo era integrante da mesma facção criminosa e chefe da Comunidade da Mangueira, no Rio.
Cadu Playboy está preso em Bangú (Foto: Polícia Federal)Cadu Playboy está preso em Bangú
(Foto: Polícia Federal)
Ainda segundo o MP, a quadrilha também praticou crimes eleitorais no primeiro turno das eleições de outubro de 2014. Cadu Playboy arregimentou moradores de Cabo Frio e São Pedro da Aldeia para a compra de votos e boca de urna em favor de candidatos a deputado estadual e federal. O grupo chegou a praticar atos de violência para afastar cabos eleitorais adversários. O objetivo era lançar a candidatura de pessoas da comunidade ligadas ao tráfico ao cargo de vereador nas eleições de 2016.
Chico da Ecatur também foi denunciado por integrar um esquema de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas. Ainda segundo o documento, ele tinha aspirações a se candidatar a prefeito de Arraial do Cabo nas próximas eleições. A 2ª fase da operação, deflagrada em dezembro de 2015, teve origem nos documentos apreendidos na casa dele.
De acordo com a segunda denúncia, o então secretário municipal e presidente da Empresa Cabista de Desenvolvimento Urbano e Turismo (Ecatur), que integra o poder público e é prestadora de serviços para a prefeitura de Arraial do Cabo, era apontado como gestor financeiro da organização criminosa e atuava também na esfera política, desviando dinheiro público da Ecatur. Três subsecretários e outros servidores públicos também foram presos à época.
Presos de facção de Fat Family são transferidos para presídios federais (Foto: Reprodução/TV Globo)Chico da Ecatur foi transferido para presídio federal sob forte aparato (Foto: Reprodução/TV Globo)

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