sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Exposição ao vírus HIV é maior durante o carnaval



Carnaval está entre os eventos mais aguardados por todos aqueles que adoram um agito. Apesar de a festa ser a mais popular do país, é durante esse período que costuma aumentar a incidência de transmissão às doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), a princípio, devido ao sexo sem proteção aliado ao consumo abusivo de bebidas alcoólicas e drogas. Em Campos, o número de pessoas infectadas com a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) tem crescido a cada ano, principalmente entre jovens de 20 e 25 anos.
A doença é a que mais preocupa os foliões, já que a procura pelo teste aumenta pós-carnaval, o que poderia indicar que durante esse período o comportamento de risco foi maior e a prevenção aquém do recomendado. 
No município, cerca de 3 mil doentes estão em tratamento de Aids no Centro de Doenças Infecciosas e Parasitárias (CDIP), antigo Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA). Segundo o enfermeiro do CDIP, Rodrigo Azevedo, até o mês de novembro do ano passado, foram verificados 147 casos reagentes (positivo) para a doença, um número bastante expressivo, já que em todo ano de 2014 foram registrados 141 casos positivos. Em 2013 ocorreram 102 registros.
“As campanhas aumentaram bastante e como consequência disso, houve um aumento pela procura por testes. Outra coisa, é que farmacêuticos e enfermeiros estão sendo capacitados para que possam fazer essa testagem também”, comentou Rodrigo.
Dos casos reagentes, 60% são do sexo masculino e 40% entre mulheres. Desse perfil, 38% são de ‘Homens que fazem Sexo com Homens (HSH)’. “Acho que o não uso da camisinha é falta de consciência, porque hoje você a encontra em todo lugar, não precisa comprar”, mencionou o enfermeiro alertando para a exposição exagerada a Profilaxia Pós-Exposição – procedimento que evita a proliferação do HIV, caso o medicamento seja tomado até 72 horas após a exposição ao vírus, como nos casos de sexo desprotegido. Ao todo, são 28 dias consecutivos de uso dos quatro medicamentos antirretrovirais previstos no novo protocolo (tenofovir + lamivudina + atazanavir + ritonavir).
“Esses medicamentos também são usados no tratamento de pessoas infectadas. Para quem se expos ao vírus é uma opção, só que a pessoa tem que entender que não dá para fazer todo mês, porque tem efeitos colaterais e compromete principalmente o fígado”, esclareceu.
CAMPANHA
O Brasil tinha 81 mil pessoas tomando antirretrovirais no ano passado, 13% a mais do que em 2014. Os dados foram apresentados nesta quinta-feira (28/01) pelo Ministério da Saúde no lançamento da Campanha Nacional de Prevenção à DST/Aids para o Carnaval 2016, na quadra da Escola de Samba da Mangueira, no Rio.
Segundo o Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, antirretrovirais são medicamentos usados para impedir a multiplicação do vírus HIV no organismo. Eles não matam o vírus, causador da aids, mas ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico.
Nos últimos seis anos, o número de pessoas em tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS) praticamente dobrou, passando de 231 mil para 455 mil pessoas. O aumento da adesão aos medicamentos significa que a meta de supressão viral de 90% estipulada pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) foi alcançada. Hoje, 91% dos brasileiros adultos vivendo com HIV/aids, em tratamento há pelo menos seis meses, já apresentam carga viral indetectável no organismo.
No entanto, a prevenção continua sendo a maior arma contra o avanço da doença. Com investimento de R$ 14 milhões, a campanha deste ano tem o slogan "Deixe a Camisinha Entrar na Festa", com ênfase no uso do preservativo para prevenir doenças sexualmente transmissíveis.
 Reportagem: Kelly Maria/ABr
 
 Fonte Ururau

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