terça-feira, 11 de novembro de 2014

Quadrilha que clonava cartões dava golpes via bluetooth, diz polícia do Rio


Golpes começaram no Terminal 1 do Aeroporto Internacional Tom Jobim.
Cartões internacionais eram os principais alvos, diz delegado.

Janaína CarvalhoDo G1 Rio
A Polícia Civil do Rio desmantelou uma quadrilha que fraudava cartões de crédito internacionais e é considerada uma das mais especializadas nesse tipo de crime. Segundo o delegado Rodrigo Freitas, responsável pela operação, o esquema começou no próprio Aeroporto Internacional Tom Jobim e a quadrilha atuou de forma inédita. Ao todo, oito pessoas foram presas.
"Após oito meses de investigações, a quadrilha evoluiu. Ao invés de fazer a instalação e a retirada do aparelho [responsável por coletar os dados clonados], a captura dos dados passou a ser viaBluetooth. Eles fazem a instalação do coletor de dados e se aproximam pareando um telefone celular ou notebook da máquina infectada", explicou Freitas, da Delegacia do Aeroporto Internacional, ressaltando que após captar as informações dos cartões das vítimas, a quadrilha produzia novos cartões que eram utilizados para fazer saques, compras e até serviços fictícios.
Segundo as investigações, os dois principais responsáveis pelas fraudes são os irmãos gêmeos André e Bruno Alves Silva, que está entre os presos nesta terça. A Polícia Civil disse que André seria um dos principais chefes da quadrilha. "Ele que sabe a senha do bluetooth, ele qué arruma os softwares para o notebook e faz o comando de todo mundo da quadrilha nos saques", garantiu o delegado.
A fraude através da transmissão de dados via bluetooth foi identificada pela primeira vez pela polícia. "Temos indícios fortíssimos de que essa quadrilha pela primeira vez no mundo conseguiu os dados do chip do cartão de crédito. Isso não seria possível sem o trabalho da inspetores e das operadoras dos cartões. Já foram identificadas as melhores soluções para que não haja nenhum tipo de insegurança para a população que usa esse cartão de crédito", afirmou André Drumond, diretor do Departamento Geral de Policia Especializada.
Lucro de R$ 4 milhões 
Em oito meses de investigações a quadrilha faturou cerca de R$ 4 milhões. Além dos líderes do grupo, as fraudes contaram com a participação de um segurança do Aeroporto Tom Jobim, de garçons de bares e restaurantes e taxistas.
"O Segurança do Aeroporto atuava facilitando a instalação. Ele deveria coibir e impedir e fazia vista grossa e e o garçom fazia a troca da máquina boa pela máquina ruim", explicou Freitas. Os taxistas possuíam máquinas de cartão de crédito que eram utilizadas para fazer o uso do cartão fictício. Eles colocavam o cartão fraudado na máquina, o dinheiro caía na sua conta e depois eles dividiam o lucro com a quadrilha.
O objetivo da Operação Caixa Preta é cumprir 17 mandados de prisão, dos quais oito já tinham sido cumpridos até as 12h desta terça. De acordo com delegado, os presos vão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, quadrilha e furto mediante fraude e podem pegar de 12 a 26 anos de prisão.
Tiros na Rocinha
Nesta manhã, os agentes foram recebidos a tiros na Favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio, um dos locais onde os agentes fizeram a operação. Uma pessoa foi baleada durante a ação.
Assim que os policiais chegaram na comunidade, por volta das 6h, houve um intenso tiroteio e fogos foram disparados para alertar os criminosos, como mostrou o Bom Dia Rio. A ação dos agentes ocorreu também na Barra da Tijuca e Jacarepaguá, Zona Oeste. Os agentes também apreenderam máquinas para realização da clonagem de cartões.
Devido a ação da polícia, as escolas da comunidade estavam fechadas e o trânsito nos acessos à Rocinha ficou complicado.
Em outra operação, realizada na região na madrugada de terça (4), policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) também foram recebidos a tiros na comunidade por criminosos.
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