quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Grávida de três meses baleada em Acari é enterrada no Rio


Ana Cláudia chegava na casa da tia para buscar o filho quando foi baleada.
Delegado dise que ainda não é possível saber a origem do disparo.

Do G1 Rio
Foi enterrado nesta quinta-feira (27) o corpo de uma grávida de três meses, que morreu nesta quarta-feira (26) durante uma operação da Polícia Militar, na favela de Acari. Durante o velório, parentes e amigos homenagearam Ana Cláudia Germano Coutinho. Muitos estavam inconformados com a maneira como a dona de casa, de 29 anos, morreu.
Ana Cláudia ia buscar um dos filhos, de oito anos, que estava com febre, na casa de um parente na Estrada Engenheiro Edgar Sotelo, Segundo a Polícia Civil, houve uma troca de tiros entre PMs e bandidos e Ana Cláudia tentou se proteger atrás de um muro, mas acabou atingida no pescoço pelo estilhaço de uma bala e morreu. De acordo com uma vizinha, o tiro teria partido da arma dos policiais.
Para o delegado responsável pelo caso, ainda não é possível saber a origem do disparo. “Nós já ouvimos quatro pessoas e três policiais militares. As armas todas dos policiais militares foram apreendidas. Agora, a gente conclama a toda a comunidade a vir aqui para que a gente possa entender a dinâmica do evento e se fazer justiça. Porque o tiro pode ter partido tanto dos policiais militares quanto dos próprios bandidos que atuam naquela localidade”, disse o delegado.
Segundo parentes da vítima, esta é a segunda tragédia na família. Há 21 anos, uma irmã de Ana Cláudia, que também estava grávida, mas de nove meses, morreu depois de ser baleada durante uma operação da PM na favela de Acari.
“Na comunidade, não existe bala perdida. é bala encontrada. Sempre encontra quem não deve. essa história de bala perdida é balela. Sempre acha alguém. não existe bala perdida. A bala não se perde. Não encontrou uma mãe de família? Não encontrou uma mulher guerreira, batalhadora, sofredora. Então, não existe bala perdida. bala perdida é história. Existe bala encontrada”, disse uma amiga de Ana Claudia.
Segundo a Polícia Militar, o comando do batalhão de Irajá, responsável pela área onde ocorreu o crime, abriu um procedimento interno para apurar o caso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário