sábado, 29 de novembro de 2014

Atuação de crianças em protesto na BR-101 leva manifestantes ao MPF


Dez moradores da Margem da Linha foram chamados para prestar esclarecimentos
 Marcelo Esqueff

Dez moradores da Margem da Linha foram chamados para prestar esclarecimentos

Os recorrentes protestos que levaram ao fechamento da BR-101 no trecho próximo à localidade da Tapera, em Campos, levou o Ministério Público Federal (MPF) a instaurar um processo investigatório e moradores da comunidade da Margem da Linha estão sendo convocados para prestarem esclarecimentos. A oitiva de testemunhas começou nesta sexta-feira (28/11).
De acordo com informações do MPF, cerca de 10 pessoas foram notificadas e serão ouvidas pelo coordenador do processo investigatório e procurador da República Eduardo Santos Oliveira, nos próximos dias com a finalidade de esclarecer além dos reais motivos das manifestações, a participação de crianças nas mesmas.
Ainda segundo assessoria do órgão, o procurador somente irá se pronunciar sobre o processo depois de concluída a oitiva de testemunhas.
O ato público mais recente dos moradores da Margem da Linha aconteceu na última terça-feira (25/11), no Km 70 da BR-101, quando foi observado um número expressivo de crianças participando da manifestação, inclusive mobilizando o Conselho Tutelar e o juiz da Vara da Infância e Juventude de Campos, Heitor Campinho, que interviu pela segurança dos menores.
Segundo o juiz, crianças não podem ser usadas como massa de manobra por pais ou parentes, com o objetivo de conseguir melhorias. Ele ainda disse que, se novamente houver participação de menores em protestos, os mesmos serão imediatamente recolhidos para abrigamento em instituição da prefeitura.
O processo de desocupação da comunidade da Margem da Linha, de responsabilidade do Poder Executivo, vem sendo acompanhado pelo Ministério Público Federal, que no último dia 18 de novembro, juntamente com a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, enviou à prefeitura de Campos uma recomendação conjunta para que, quando fosse efetuada a desocupação, fosse preservada a integridade física e respeitada a dignidade dos moradores.
A desocupação começou a ser discutida pela prefeitura por identificar que aquelas famílias estão em área de risco, devido a alagamentos e à situação de vulnerabilidade social. A mudança começou na segunda-feira (24/11) quando 43 famílias foram levadas para o condomínio do Programa Municipal Morar Feliz de Ururaí onde estão sendo construídas 1. 297 casas, sendo que as primeiras 312 estão prontas.
"O Ministério Público Federal vem acompanhando a situação dessa comunidade, de uma área que era do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte), e a Defensoria também, por ser área de risco. Nós passamos algumas recomendações à Secretaria da Família e Assistência Social, como priorizar a transferência de famílias mais vulneráveis, com maior número de crianças, ou com pessoas com deficiência, e estamos verificando se essas recomendações estão sendo seguidas", explicou o procurador da República Stanley Valeriano da Silva, na ocasião em que visitou o condomínio na última terça-feira.
O objetivo do MPF quer garantir que no processo de desocupação sejam evitados o uso desnecessário da força e embates com eventuais moradores que ofereçam resistência.
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Fonte: URURAU

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