quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Brutalidade na morte de PM choca policiais que investigam o crime no RJ


'Jovem com 23 anos foi morto barbaramente', afirmou delegado.
Divergências em depoimentos podem mudar o rumo das investigações.

Do G1 Rio
Policias que investigam a morte do policial militar Ryan Procópio, de 23 anos, que foi encontrado morto e com sinais de tortura em um carro na Avenida Brasil na noite de segunda-feira (24), dizem estar chocados com as agressões sofridas pelo PM, como mostrou o Bom Dia Rio.
“O que nos chama muita atenção é a brutalidade como ele foi morto. Um jovem com 23 anos, nas fileiras da polícia militar, oito meses de polícia, foi morto barbaramente. O que importa é que nós devemos dar uma resposta dura, mas com muita serenidade”, afirmou o delegado titular da Divisão de Homicídios, Rivaldo Barbosa.

Segundo o delegado, cinco testemunhas foram ouvidas para ajudar a esclarecer o caso e nenhuma hipótese está descartada. “Existem algumas divergências que podem mudar o rumo da investigação, principalmente do local onde o policial saiu. Há que se diga que ele saiu de uma residência, há que se diga que ele saiu de um bar”, destacou Rivaldo, admitindo que apesar de não ter descartado nenhuma possibilidade, trabalha mais com a possibilidade de tráfico de drogas e de milicianos em função da gravidade da morte do rapaz.

O corpo do policial Ryan Procópio foi enterrado às 16h30 de terça (25) no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ele era lotado na UPP Vila Kennedy, em Bangu, na Zona Oeste do Rio.

O comandante-geral da Polícia Militar, Íbis Pereira, acompanhou o enterro, mas preferiu não falar com a imprensa. A cerimônia teve honras militares com tiros de policiais para o chão. O irmão de Ryan, que é PM do Batalhão de Operações Especiais (Bope), também esteve no local. Parentes também preferiram não dar declarações.

Sequestro seguido de morte
O soldado estava de folga. A polícia informou que ele foi sequestrado por homens armados no fim da noite desta segunda-feira na Estrada do Taquaral, que fica a pouco mais de três quilômetros do local onde o corpo foi encontrado. Ryan trabalhava na polícia há menos de um ano.

“Todo mundo sempre gostou do Ryan, pessoa alegre, uma pessoa íntegra, sempre alegre. Todas as fotos dele é sempre rindo. Era um policial que não andava armado, não andava com identidade. O pai dele era policial, o irmão dele também policial, ele tinha orgulho. Não é o primeiro policial militar que morre brutalmente assassinado em um dia de folga. O que eu queria é que a sociedade se conscientizasse e visse que o policial também tem família, também tem amigos. O policial trabalha com a finalidade de dar segurança para a população e não é reconhecido”, afirmou uma pessoa que preferiu não se identificar.

O PM assassinado era irmão de um tenente do Batalhão de Operações Especiais. O pai dele também era policial militar, sargento do Bope. Colegas do soldado assassinado e testemunhas do crime prestaram depoimento durante a madrugada na Divisão de Homicídios, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste.

Levantamento
Policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) estiveram na comunidade Vila Aliança na tarde desta terça-feira (25), após o corpo do PM Ryan Procópio ser encontrado com sinais de tortura em um carro perto da Avenida Brasil, na mesma região. Até as 15h20 não havia informes de prisões ou apreensões.

A PM chegou a informar que o batalhão fazia uma operação na comunidade, mas posteriormente retificou-se, afirmando que os agentes do Bope fizeram um levantamento para o serviço de inteligência da corporação e depois deixaram a região.
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