quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

AMIGOS E FAMILIARES SE DA O ULTIMO A DEUS AO RADIALISTA WALLACE DE OLIVEIRA


Corpo foi sepultado no Cemitério do Caju, Walace lutava contra o câncer
 Gerson Gonçalo/Carlos Grevi

Corpo foi sepultado no Cemitério do Caju, Walace lutava contra o câncer

Após ser velado na capela mortuária da Santa Casa, o corpo do radialista Walace Oliveira, que morreu na última terça-feira(05/02), no Instituto Brasileiro Contra o Câncer, em São Paulo, foi sepultado, pouco depois das 17h no Cemitério do Caju. O radialista lutava contra o câncer no pâncreas.
No velório amigos e familiares lembravam momentos e histórias que passaram com Walace, ressaltando ainda mais sua característica feliz e amiga de todos.
Segundo o radialista Felício de Souza, a morte do companheiro foi repentina e pegou todos de surpresa. “A morte do Walace pegou todos de surpresa. Dois meses antes, em plena atividade, foi a uma consulta e descobriu o problema e foi para São Paulo. É uma perda muito grande para o rádio, para o carnaval, para o sindicalismo e seu hall de amizades”, disse.
Já para o compositor, carnavalesco e amigo, Jorge Luís, o Bambu, a vida de Walace foi marcada por lutas. “A morte dele foi uma perda irreparável para nosso carnaval e a sociedade campista. O Walace estava sempre orientando os carnavalescos e lutando para melhorar o carnaval. O carnaval de Campos está de luto”, disse aconselhando ao poder público que na passarela do samba, Walace Oliveira seja homenageado. 
Segundo o radialista Josélio Rocha, o amigo era uma pessoa que cumpriu o seu destino. “Walace foi uma de minhas primeiras invenções, eu botei para trabalhar em rádio nove companheiros e o Walace foi um deles, lá por volta dos anos 70, na Rádio Difusora com seus vinte e poucos anos, garotão. O Walace se aprofundou, se tornou um grande profissional, uma pessoa polêmica, uma pessoa que criou muitas áreas de atritos, mas fez muitos amigos. Quase 40 anos de rádio, um dos principais profissionais do rádio esportivo de Campos, foi líder sindical por muito tempo, presidente de sindicato e hoje nós estamos nos despedindo dele aqui. Uma pessoa que, eu repito, era amiga, polêmica, mas cada um de nós tem o seu destino e Walace cumpriu o destino dele.”
Já a irmã Solange de Oliveira Reis, lembrou da figura guerreira do irmão, mesmo nos momentos mais difíceis da vida.
“Ele cantou aquela música do Geraldo Vandré, Caminhando e cantando para as pessoas que ligavam para ele, ‘quem sabe faz a hora, não espera acontecer’. Então o tempo todo ele mostrou muita disposição de continuar lutando, ainda que ele tivesse total consciência do problema que ele estava vivendo, dos limites que a medicina tem para resolver, mas ele se manteve tranquilo, não desistiu em momento algum, não era a característica dele. Ele estava sempre muito alegre, sereno, cantando. E no sábado ele falou ‘Eu quero de vocês quatro dias pra mim’. A gente ficou ao lado dele o tempo todo, ele ficou muito sereno, não sentiu dor em momento nenhum. Os recursos todos no hospital e da medicina, no sentido de tornar esses dias mais tranquilos possíveis. A gente também, da nossa parte está muito tranquilo, pela postura que ele assumiu perante a doença, do enfrentamento que ele teve em relação à doença e a forma como ele se mostrou otimista, mesmo com um problema assim, com limites tão grandes. Eu tive um grande aprendizado com meu irmão nesses dias, de manter a alegria, a serenidade, essa era uma característica muito forte do meu irmão, viveu a vida da forma que ele quis, priorizando as relações humanas. Isso para ele estava em primeiríssimo lugar. Nunca foi um homem que almejasse ter nada. Ele, materialmente não vai deixar nada para os filhos, agora o otimismo dele, a alegria e a harmonia. Eu falei para ele no sábado, a gente conversando, ‘meu irmão, eu nunca briguei com você’. A gente nunca brigou. Eu e o Walace nunca tivemos um desentendimento. Ele buscava o tempo todo resolver as coisas de maneira muito harmônica. Teve suas contradições na vida, como todos nós temos, nossos limites, mas eu acho que eu aprendi muito com ele, principalmente nesses dias finais dele. A serenidade, a tranquilidade e a alegria que ele teve eu acho que foi um aprendizado muito grande, para mim e para família toda.”
Já o amigo Maguinho, ex-jogador de futebol e ex-presidente da FME, lembrou toda a saga do radialista no esporte.
“Nosso amigo Wallace sempre foi uma figura irreverente, mas ao mesmo tempo muito participativo. Ele sempre foi uma pessoa do esporte, da cultura com o samba, sempre gostou de carnaval, uma pessoa carnavalesca, foi alegre, e uma figura impar. Para todos nós que somos de Campos, que somos contemporâneos, é uma perda significativa, para o nosso município.”
Outro amigo radialista que falou sobre Walace foi o Gilberto Vasconcelos, que lembrou o lado polêmico do amigo. “Foi uma figura que marcou sua existência como radialista. Polêmico às vezes, principalmente quando se tratava de carnaval, ele tinha sempre uma crítica, certas vezes até um tanto quanto severa, mas sempre muito positivo nas suas declarações, nas suas opiniões e justamente por isso ficou marcado na história do rádio campista, a figura do Wallace de Oliveira. Um grande amigo, é uma grande lacuna que vai ficar aberta, nós da ACERJ, a Associação dos Cronistas Esportivos, perdemos na semana passada o Jorge Nunes, que era um comentarista da Rádio Tupi, também muito polêmico, quando se tratava de Vasco da Gama então, ele era um aficionado e falava o que queria e assim como o Jorge Nunes era um defensor do Vasco, foi o Wallace tricolor. Então são duas lacunas que dificilmente serão fechadas. A gente sofre muito, mas torce para que ele possa ser no andar de cima, tão ativo, tão positivo quanto foi aqui na Terra” .



Fonte: URURAU

Nenhum comentário:

Postar um comentário