Carlos Grevi
O atual cenário de incidência de câncer tem ligação com a revolução da mulher na sociedade
“Não é uma notícia boa pra você receber, mas você tem que encarar e se manter de pé”. É dessa maneira que Ana Márcia Silva Marques, de 46 anos, acredita que deve ser encarado o diagnóstico do câncer de mama por mais difícil que seja.
Desde os 35 anos, a professora de português e inglês seguia as orientações do seu médico realizando exames periódicos na prevenção do câncer de mama e outras doenças. “Eu sempre fazia o autoexame, Ultrassonografia, preventivo, uma bateria de exames anualmente. Meu ginecologista na época sempre dizia para fazer, porque não custava nada, não ia doer, e foi em um desses exames que foi descoberto o nódulo”.
Uma mulher pode apresentar maior risco de câncer de mama se tiver um familiar próximo que teve câncer de mama, de útero, de ovários ou de cólon. Cerca de 20 a 30% das mulheres com câncer de mama possuem histórico familiar da doença. Foi o caso de Ana. A avó e uma tia paterna já haviam desenvolvido a doença, mas ela não sabia sobre os casos. “Eu só soube desses casos quando eu fui diagnosticada”, ressalta lembrando que mesmo não sabendo do histórico ela realizava exames periódicos.
De acordo com o mastologista e oncologista Dr. Antônio Andrade Simão, os fatores familiares merecem uma atenção redobrada. “Fatores familiares, histórico familiar é fundamental. Se você tem uma mãe ou uma tia, uma irmã, uma avó que teve o câncer, a prevenção deve começar mais cedo, digamos dez anos antes do primeiro membro da família afetado por câncer de mama. Por exemplo, se sua mãe teve câncer de mama aos 45 anos, você aos 35 anos tem que começar o rastreamento necessariamente”, alertou o médico.
A retirada de uma mama não deve ser fácil para uma mulher, por inúmeras questões, mas Ana não deixou se abater e encarou o problema de frente. “Geralmente nós mulheres, pela questão da vaidade pesa, mas nessas horas a gente pensa o que vale ter um seio e não ter saúde. No início eu demorava muito tempo para mudar de roupa, para colocar uma roupa básica que fosse, mas depois foi tranquilo”, analisou Ana.
E acrescentou: “Não tenho vontade de fazer reconstrução de mama, eu sou muito desanimada com cirurgia e para reconstrução são três procedimentos, se fosse um só eu até faria, mas três não”, afirmou.
Após seis anos de tratamento, surgiu uma nova batalha a ser travada. Ana foi diagnosticada com uma metástase no fígado. A metástase é uma célula tumoral que não é atingida pelo tratamento e consegue se alojar em outra parte do corpo, formando um novo câncer. “Em agosto do ano passado apareceu uma metástase no fígado, hoje eu faço quimioterapia de novo, e o tratamento dessa vez fica mais longo porque a medula fica mais frágil após o primeiro tratamento”, finalizou Ana com boas expectativas de que essa será apenas mais uma superação na sua vida.
Ana é mais um exemplo de superação e luta contra o câncer. Mais do que isso, ela é um grande exemplo de que as mulheres devem estar atentas as orientações médicas, aos cuidados com o bem mais precioso: a saúde. Pois quando o tumor é diagnosticado no início a chance de cura chega a 95%.
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