domingo, 9 de novembro de 2014

Criança que faz tratamento a base de maconha tem melhora, diz família


Menina nasceu com síndrome que provoca ataques epiléticos.
Uma das maiores conquistas de Giovana foi ser dama de honra.

Do G1 ES, com informações da TV Gazeta
Após quase dois meses fazendo uso de um medicamento a base de canabidiol (CBD), composto presente na maconha, a menina Giovana Guisso, de 12 anos, já apresenta melhoras, segundo a família. A garota, que vive em Guarapari, tem uma doença chamada Síndrome de Dravet, um tipo de epilepsia que causa crises convulsivas graves. O remédio é importado, veio de San Diego, na Califórnia, prometendo acabar com as crises que a criança sofre desde bebê. Para os pais, a vida da filha já está mudando.
A liberação do medicamento, que não é produzido no Brasil e veio dos Estado Unidos, foi feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os tubos do remédio custaram U$ 950 (cerca de R$ 2.166), e os pais também gastaram com as passagens para buscar o medicamento, que foi retirado no aeroporto de Campinas, em São Paulo. Para arcar com esses custos, eles contaram com a ajuda de amigos e familiares que se solidarizaram com o caso da criança.
Com o início do tratamento, os pais contaram que já perceberam melhoras. No primeiro mês, a menina teve nove convulsões, o que pode ser considerado um número alto, mas não no caso de Giovana, que já chegou a ter 25 em 30 dias. "Ela tem melhorado muito o comportamento, como ficar sentada, comer a mesa, por exemplo", explicou o pai, Geberson Guisso.
E Giovana foi mais longe. A maior conquista da menina foi ser dama de honra no casamento de um tio. Ela conseguiu atravessar o corredor da igreja, primeiro com o apoio da mãe e depois sozinha. "A minha reação e de todo mundo que estava na igreja foi chorar. Acho que choramos mais do que na hora que a noiva entrou", contou a mãe, Patrícia Guisso.

Sobre o remédio
O médico pediatra Celso Murad explicou que entre as substâncias que compõem a maconha estão o THC e o canabidiol. O THC tem feitos alucinógenos, já o canabidiol tem poucos efeitos colaterais e não altera os sentidos.
"Tem que ver se os efeitos da substância serão mais benéficos para a pessoa ou trarão mais malefícios. O que não pode é permitir que a pessoa continue apresentando sinais daquela doença", falou o médico.

O canabidiol é uma substância proibida no Brasil. A Anvisa permitiu a importação para pouco mais de 80 famílias brasileiras, entre elas a de Giovana, mas o Conselho Federal de Medicina ainda avalia o uso do canabidiol no país. Se a liberação para qualquer pessoa for aprovada, a importação será mais fácil.
Após usar remédio, número de convulsões diminuiu (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)Após usar remédio, número de convulsões diminuiu (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)

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