quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Alta nos preços: “A conta chegou e quem vai pagar é a sociedade”


Economista analisa que o ano de 2015 será de muito aperto para as famílias
 Carlos Grevi

Economista analisa que o ano de 2015 será de muito aperto para as famílias

Todo começo de ano é sempre muito difícil para os brasileiros. IPTU, IPVA, gastos escolares, gastos com a saúde, cheque especial e cartão de crédito são os grandes vilões do bolso. Este ano os brasileiros ainda terão que encarar mais um obstáculo que é a alta nos preços dos alimentos, causado principalmente, pela estiagem que assola grande parte do país.
Os produtos de primeira necessidade, como o nome já diz, são indispensáveis à mesa e esse é um fator importante para que os preços se elevem, mesmo quando uma região não sofre com a estiagem.
Para o economista Alexandre Delvaux, os principais elementos que elevam os preços dos alimentos são a diminuição na oferta e a especulação do comércio. “Alimento é produto de primeira necessidade e as pessoas não têm escolha, elas têm que comprar. Além disso o comércio, em si, visa o lucro e puxam os preços para cima”.
Delvaux ressalta que os comerciantes agem pelo impulso do mercado e mesmo que não estejam sendo atingidos pela inflação, o setor mantém ou eleva os preços em benefício próprio.
Segundo o economista, os produtos que mais estão sofrendo reajustes são: leite, pão, legumes e hortaliças. O chuchu, que é um dos alimentos da estação, sofreu um reajuste em torno de 72%. Já a batata subiu cerca de 30% e a carne subiu 5%. Em média, os produtos mais afetados pela estiagem sofreram aumento em torno de 60% a 70%.
Entre os impactos que a alta nos preços podem causar está o desemprego, uma vez que a economia será muito baixa. “Teremos um crescimento da economia muito baixo, próximo a zero. Os produtos básicos, como os alimentos, terão mais tranquilidade, mas algumas indústrias, como a de automóveis, por exemplo, já estão sofrendo com a queda nas vendas”, salienta.
Indagado sobre essa crise ser um reflexo tardio da crise mundial, Delvaux afirma que não, e ressalta ainda que o que gerou o problema foi a falta de investimentos. “Não foram feitos os investimentos necessários nos serviços públicos. Agora a conta chegou e quem vai pagar é a sociedade”, aponta.
O economista analisa que o ano de 2015 será de muito aperto para as famílias. E mesmo acreditando que a inflação gire em torno de 6%, o mesmo que 2014, faz um alerta bem objetivo: “A dica é que os consumidores gastem menos”, aconselha.
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Fonte: STELLA FREITAS

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