Thiago Macedo / Mauro de Souza
Nas redes sociais e celulares jovens se comunicam com novas palavras
Vc, pq, bj, pdc, cê... São algumas abreviaturas comuns na internet e até mesmo em conversas informais. O uso da Língua Portuguesa tem mudado ao longo dos anos, principalmente entre os adolescentes. Mas especialistas alertam que é preciso orientar os filhos e até mesmo se ‘policiar’ para que essa nova linguagem não seja usada em ambientes e situações formais.
A jornalista Carmem Gomes tem um filho de 14 anos e sempre está atenta ao que o adolescente acessa e escreve na rede. “Por sorte ele não leva esse tipo de vocabulário para a sala de aula, aliás, tem um bom texto de redação. Os adolescentes têm maneiras muito estranhas de conversarem pela internet, as vezes usam palavras como ‘mané’ para se referirem a alguém. Mas é a forma encontrada por eles para se comunicarem”, disse.
Para o professor de Língua Portuguesa da Universidade Cândido Mendes (UCAM), Adriano Moura, as abreviaturas e palavras escritas com troca de letras, são usadas pela falta de espaço que os internautas têm para digitarem e expressarem suas opiniões sobre o que estão vendo ou sentindo.
“Mas é preciso educar a população para adequar a linguagem a situação de comunicação. Os pais devem se preocupar quando o jovem leva essas palavras para outro ambiente que não seja o virtual”.
O educador ressalta que existem tipos de linguagem diferentes para serem usados em situações específicas, como a linguagem padrão, a formal [e-mail de trabalho], a informal [conversa entre amigos] e a regional [palavras que podem parecer estranhas ou erradas para uma determinada região do país, mas que na verdade estão corretas e fazem parte da cultura regional como, por exemplo, lamparão, cabrunco e enxugador usadas em Campos].
PADRÃO
Desde 2009 entrou em vigor a mudança ortográfica, determinada pela Academia Brasileira de Letras, que trouxe novas formas de escrever palavras. Como estreia, que antes era escrita desta forma: estréia. Ou a retirada do trema de tranquilidade (tranqüilidade).
Desde 2009 entrou em vigor a mudança ortográfica, determinada pela Academia Brasileira de Letras, que trouxe novas formas de escrever palavras. Como estreia, que antes era escrita desta forma: estréia. Ou a retirada do trema de tranquilidade (tranqüilidade).
“A língua portuguesa foi desenvolvida através da junção das centenas de dialetos indígenas, com as dos demais grupos étnicos que vieram para o Brasil, como os portugueses, espanhóis, árabes e franceses. As mudanças são a necessidade de padronizar para facilitar o controle do que é escrito. São interesses econômicos e políticos na unificação da língua nos países Lusófonos”, comentou.
Em 2008 a UCAM desenvolveu um projeto de leitura com os universitários, onde a cada semestre eles precisam ler um livro, em seguida é aplicado um teste para avaliar a interpretação e grafia dos alunos.
“Foi criado para verificar as dificuldades na escrita e interpretação dos textos. Quem não lê, não aprende a escrever. Essa foi uma forma encontrada pela Cândido para que os estudantes se habituassem a ortografia, ao uso das palavras. Utilizamos obras de vários gêneros, livros conhecidos, autobiografias, policiais e clássicos da literatura mundial. Já observamos que os estudantes mais adiantados possuem mais maturidade ao escrever, e o mais importante é que levem daqui o hábito da leitura”, finalizou.
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