Carlos Grevi / Vagner Basilio
Médico deve ser consultado o quanto antes para evitar lesões maiores nos tendões
Uma longa rotina de trabalho, movimentos repetitivos. Atualmente a maioria dos empregos dependem dos computadores para serem exercidos, mas o mau uso destes equipamentos pode trazer sérios danos à saúde dos funcionários.
Há três anos a jornalista Priscilla Chiapin trabalha diariamente na frente do computador, dependendo do dia são mais de 12 horas digitando. O trabalho fez com que a jornalista desenvolvesse Lesão por Esforço Repetitivo, mais conhecida como LER. “A doença foi diagnosticada pelo médico, fiz tratamento com anti-inflamatório e um imobilizador ortopédico. Depois de um ano as dores voltaram novamente”, relatou.
Hoje, Priscilla ainda continua sentindo dores. “Elas começam no polegar, passam pelo pulso e vão até o cotovelo. Tem dias que não tenho força para segurar as barras do ônibus e nem fazer os serviços doméstico. Fico preocupada de ter desenvolvido o grau mais grave da doença e vou voltar ao médico”, salientou.
CAUSAS
Segundo o ortopedista e especialista em medicina do trabalho, João Américo de Oliveira Andrade, cerca de 50% dos pacientes que chegam ao seu consultório reclamam de sintomas e doenças causadas pelo trabalho.
“A legislação determina que o trabalhador digite seis horas diárias, sendo que a cada hora ele deve parar e fazer de 10 a 15 minutos de pausa e exercícios. Na última hora, o funcionário também não deve praticar a digitação, o correto é dedicar esse tempo para arrumar os arquivos. Mas, hoje em dia é comum que as pessoas fiquem mais de dez horas ininterruptas na frente do computador, além disso, quando chegam a casa também tem o hábito de entrar na internet, nas redes sociais”, explicou o médico acrescentando que as patologias mais comuns são as do tipo de antiergonômico causadas pelas horas excessivas de digitação.
O especialista informa que a digitação largamente utilizada é extremamente lesiva, por isso o crescimento de doenças causadas pelo excesso de movimentos no teclado e também a má postura diante do computador. “O ideal é que o posto de trabalho seja adequado, tanto a altura e posicionamento do teclado. A altura do monitor tem que ficar rente aos olhos. Também é importante ter o apoio para os antebraços, suportes e cadeiras próprias”, informou.
DOENÇAS
João Américo explica que a LER pode estar ligada ao trabalho ou não, e que são as doenças osteomusculares que estão mais relacionadas à rotina dos escritórios e redações.
O diagnóstico pode não ser esclarecedor logo nos primeiros exames. De acordo com o ortopedista, os graus iniciais não são identificados em exames de ultrassom ou de ressonância magnética.
TRATAMENTO
O especialista explica que o paciente que tem a doença osteomuscular diagnostica precisa passar pela readequação da jornada de trabalho. “Também é preciso que ele faça ginástica laboral e alguma atividade física. A atividade física é importante para que ele tenha resistência física para o dia a dia. Além da medicação, fisioterapia e acupuntura. Já nos casos mais graves é necessário que o paciente passe por cirurgia, mas só depois que as medidas não operatórias forem esgotadas”, ressaltou.
“Os sintomas são dores musculares e articulares na região lombar, mas essas dores também podem aparecer na região cervical, na cintura escapular que une a coluna aos ombros. Para o tratamento talvez seja necessário o afastamento, a medicação, fisioterapia, osteopatia, acupuntura e pilates”, comentou o médico completando:
“Assim que chegarem a casa as pessoas podem fazer movimentos de relaxamento e alongamento dos punhos, alongamento dos ombros, movimentos da coluna cervical e lombar, e claro a atividade física. Quem esta no tratamento passa pelo procedimento de medicina curativa, assim que ele tiver uma melhora ele vai iniciar o programa de medicina preventiva, mas para que o problema não volte é preciso ter, não só, a cooperação e dedicação do paciente, mas a orientação médica e o apoio da empresa se não a máquina humana não resiste”, finalizou.
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