Porto da Açu: MPF pede fim das obras e compromete início da operação do complexo portuário
Ururau / Arquivo
Índice de salinidade da água na região seria sete vezes maior que o permitido
O Ministério Público Federal (MPF) em Campos moveu ação civil pública
com pedido de liminar contra as empresas EBX, OSX e LLX, do empresário
Eike Batista, pedindo o fim das obras de instalação do Complexo
Logístico Industrial Portuário do Açu, no município de São João da
Barra, sob pena de multa diária de R$ 100 mil.
Segundo a ação, há indícios de que as obras para construção do Porto do
Açu, no 5º distrito de São João da Barra, no Norte Fluminense, causaram a
salinização em áreas do solo, de águas doces em canais e lagoas e de
água tratada para o consumo humano. (Processo n°
0000133-13.2013.4.02.5103).
São também réus na ação o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e o
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama).
De acordo com o processo, movido pelo procurador da República Eduardo
Santos de Oliveira, a salinização causou danos ambientais evidentes em
relação à fauna e flora, assim como a diminuição da fertilidade do solo,
o aumento da erosão e o início de processo de desertificação na região.
Na ação, o MPF pede que as empresas EBX, OSX e LLX sejam condenadas a
apresentar um projeto de recuperação do solo e dos recursos hídricos
afetados no prazo máximo de 60 dias, que o Inea seja condenado a
realizar uma auditoria ambiental na área e que o Ibama elabore uma
análise ambiental, apresentando relatório com as medidas para reparação
do dano.
Pesquisas realizadas pela Universidade Estadual do Norte Fluminense
(UENF) detectaram um índice de salinidade sete vezes maior do que o
permitido para o consumo humano na água disponibilizada à população
local pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae). Conforme
apurado no inquérito civil instaurado em novembro de 2012 pelo MPF em
Campos, o aumento da salinidade no solo e em águas doces implica
destruição de vegetação nativa e de restinga, inutilização do solo para
plantio, além de tornar mananciais de água impróprios para o consumo
humano e animal.
Do Ururau com ASCOM.
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