Carlos Grevi/Mauro de Souza/Vagner Basilio
Encontro aconteceu na Uenf e trouxe estudiosos e ambientalistas
A Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) Darcy Ribeiro, mais uma vez foi palco de discussão sobre uma das questões que vem deixando a população do município de São João da Barra, principalmente moradores e produtores rurais do 5º distrito, além de ambientalistas e estudiosos da área bastante preocupados: a salinização na região provocada pelas obras do Complexo Industrial Porto do Açu.
O encontro marcou o início dos trabalhos em grupo que terá como resultado o aprofundamento do conhecimento científico da região, trazendo uma ótica multidisciplinar para os estudos.
De acordo com o professor de Biologia do Laboratório de Ciências Ambientais da Uenf, Carlos Eduardo Rezende, a reunião nasceu de um encontro do Comitê de Bacias do Baixo Paraíba do Sul, e teve como objetivo estabelecer algumas diretrizes para abordar a questão relativa a salinização da região. Segundo adiantou o docente, agora os representantes estarão dando início ao mapeamento, que visa subsidiar uma série de ações futuras, ações estas, que serão primordiais para que os responsáveis fiquem informados sobre o que deve ser feito.
“O interesse da empresa em atacar o problema de frente é a melhor demonstração que situações como essa não ocorrerão no futuro. O grupo já se manifestou por várias vezes, inclusive publicamente participando de reuniões do Comitê de Bacia. Isso ai é uma demonstração inequívoca de que ele tem total interesse em fazer as coisas como devem de ser feitas”.
A empresa OSX teria recebido uma multa no valor de R$ 1,3 milhão por danos ambientais causados pelo processo de dragagem para a construção do Complexo Industrial Porto Açu, em São João da Barra, que provocou o aumento da salinidade das águas do Canal Quitingute.
O EIA Rima é o instrumento que dá a sociedade uma garantia mínima de que o empreendimento, além de trazer o esperado crescimento econômico, também não acabe trazendo impactos ambientais e a saúde da população. O relatório também é uma exigência judiciária, onde todo empreendimento tem de apresentar um estudo de impacto ambiental.
Indagado sobre o inquérito instaurado pelo Ministério Público Federal (MPF) para verificar eventual salinização do canal do Quitingute, e uma suposta paralisação nas intervenções no local, Heraldo disse que não há interrupção. “O Ministério Público não se pronunciou com relação a interrupção do Porto, inclusive proativamente a própria empresa já interrompeu as atividades nos locais onde houve esse fato, inclusive comunicamos previamente ao próprio órgão ambiental responsável, o Inea. A obra continua regularmente sem problemas”, reforçou.
LINKS RELACIONADOS
Nenhum comentário:
Postar um comentário