terça-feira, 1 de setembro de 2015

Suspeito de ordenar morte de prefeito de Paraty se reuniu com vítima


Romarinho era líder de projeto esportivo.
Carlos José Gama Miranda ficou ferido na cabeça, mas se recuperou.

Mariana Cardoso* e Janaína CarvalhoDo G1 Rio
Um dos suspeitos de ordenar a tentativa de homicídio do prefeito de Paraty, Carlos José Gama Miranda, participou de uma reunião com a vítima cerca de uma hora antes do crime, que aconteceu em maio. De acordo com o Delegado titular da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, Fábio Cardoso, o suspeito, identificado como Jorge Porto Júnior, de 39 anos, o Romarinho, mentiu durante o seu depoimento. Ele foi preso nesta terça-feira (1).
"Na tarde do crime, o prefeito estava reunido com líderes esportivos do município, Romarinho era um deles, minutos antes do prefeito sair e ser atingido. Ele saiu da reunião às 17h30, mas mentiu muito dizendo que havia saído às 16h. Nós temos imagens que comprovam isso. Ele estava tentando conseguir um álibi para não ser considerado suspeito", disse o delegado Fábio Cardoso.
Além de Romarinho, seu irmão Gilcélio Porto, o Buda, de 50 anos, também foi preso por ser suspeito de participação. Eles são primos do ex-prefeito do município José Carlos Porto Neto, o Zezé, e do atual vice-prefeito Fuad Deco Minair. No entanto, até o momento a polícia não encontrou evidências de ligação dos parentes no crime.
Segundo o delegado assistente da DH Baixada, Fábio Salvadoretti, Glicério já havia sido autuado por porte ilegal de arma.
Em julho, a polícia prendeu o principal suspeito de ter executado  o crime. Entretanto, não descartam o envolvimento de outras pessoas. "As investigações ainda estão em andamento e outras pessoas ainda podem ser identificadas. Não descartamos essa possibilidade", disse o promotor Bruno Gaspar.

As prisões
Os suspeitos foram encontrados em casa, um na Rua Sete de Abril, no bairro Jabaquara e o outro na Avenida Cândido Portinari, no bairro Portal das Artes. 
Segundo agentes da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, os suspeitos são dois irmãos que teriam invadido um terreno, onde estavam há quase cinco anos e foram retirados por meio de uma reintegração de posse.
A assessoria da prefeitura de Paraty informou que o terreno pertencia ao município, que entrou na Justiça com a reintegração de posse. De acordo com a Polícia Civil e o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), as investigações mostram que essa seria a motivação da tentativa de homicídio.
Eles foram encaminhados à Delegacia de Homicídios de helicóptero, como mostra o vídeo acima. O promotor de Justiça que acompanha o caso disse que as investigações ainda não terminaram.

A ação aconteceu durante uma operação conjunta entre Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) — ligado ao MPRJ —, Delegacia de Homicídios e Coordenadoria de Inteligência da Polícia Militar.

Executor do crime
Segundo informações do Ministério Público, no dia 21 de julho, o homem, que seria o executor do crime, foi preso durante uma operação.
“Os peritos analisaram as imagens de uma câmera de segurança instalada na prefeitura e a de um bar próximo ao local dos disparos. Na ação, que dura apenas alguns segundos, o suspeito é identificado com um capacete da cor vermelha e uma jaqueta com um detalhe luminoso. O mesmo indivíduo foi flagrado pela câmera de segurança do bar 13 minutos antes do incidente. A análise das imagens foi acompanhada do depoimento de testemunhas”, informou nota divulgada no site do MPRJ na época.
Atentado aconteceu em maio
Prefeito de Paraty, Carlos José Gama Miranda (PT), conhecido como Casé, em julho de 2015 (Foto: Divulgação/Reprodução/Facebook Prefeitura Paraty)Prefeito de Paraty, Carlos José Gama Miranda (PT),
(Foto: Reprodução/Facebook Prefeitura Paraty)
O prefeito de Paraty, conhecido como Casé, de 44 anos, foi baleado na noite do dia 19 de maio. Ele foi atingido por um tiro de raspão na cabeça quando deixava a sede do governo municipal. Sérgio José, que acompanhava o prefeito, também foi baleado de raspão na cabeça. As vítimas receberam atendimento no Hospital Municipal São Pedro de Alcântara, em Paraty, de onde foram transferidas para o Hospital Geral da Japuíba, na cidade vizinha de Angra dos Reis. Casé deixou a unidade médica na tarde de 21 maio, enquanto seu primo recebeu alta quatro dias depois.

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