Legalização de jogos de azar pode passar na Câmara

O governo sondou os líderes da base na Câmara dos Deputados em reunião nesta quinta-feira sobre a possibilidade de legalizar jogos de azar para aumentar a arrecadação, segundo três deputados presentes ao encontro com a presidente Dilma Rousseff para discutir o ajuste fiscal.
A proposta inicial partiu do Senado, que já agilizou a votação e, conforme o Valor PRO antecipou, incluiu projeto do senador Ciro Nogueira (PP-PI) sobre o tema na “Agenda Brasil”. Os senadores levaram a ideia à Dilma em reunião na terça-feira.
Segundo relatos, os líderes conversavam com Dilma sobre uma agenda que eles acertaram na quarta-feira para apresentar ao governo quando a presidente afirmou que tinha recebido dos senadores a informação de que a defesa da legalização do jogo para aumentar a arrecadação estava muito forte no Congresso e perguntou se o projeto também tinha apoio na Câmara.
“Não sei se é algo que o governo vai encampar. Acho que, pela veemência de quem defendeu a proposta, ela achou que havia muito apoio para isso na Câmara, que a movimentação era grande”, disse o vice-líder do PT, deputado Ságuas Moraes (MT).
O líder do PSD, Rogério Rosso, disse que sentiu os partidos divididos sobre o assunto. Um deputado lembrou que o assunto já foi votado na Câmara três vezes e sempre foi rejeitado. Os líderes vão consultar as bancadas sobre a proposta e apresentar a resposta à presidente em jantar na segunda-feira.
Alguns defenderam o debate sobre o tema, como o líder do Pros, deputado Domingos Neto (CE). “Defendo que [o dinheiro] seja para áreas com baixo desenvolvimento socioeconômico. Mas preciso ver o projeto”, afirmou. O texto também teve apoio dos líderes do PR, Maurício Quintella (AL), e do PP, Eduardo da Fonte (PE). O Valor PRO não conseguiu contato com os dois para confirmar.