quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Quadrilha presa por agiotagem e por empréstimo a candidato do Rio


Doação foi de R$ 2 milhões para campanha de candidato a Prefeitura
 Fábio Gonçalves - Agência O Dia

Doação foi de R$ 2 milhões para campanha de candidato a Prefeitura

* Gabriel Sabóia - O Dia
A prisão de 17 pessoas nesta quarta-feira (12/11), na Operação Lucro Fácil, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e Coordenadoria de Inteligência da Polícia Militar, desmantelou uma quadrilha de agiotas e que tinha ligação com um político que não teve o nome divulgado. De acordo com o promotor Marcelo Maurício Arsênio, a rede de agiotagem comandada por José Ricardo Pereira da Costa, preso na sua mansão em Niterói, doou R$ 2 milhões para a campanha de um candidato derrotado a prefeitura do interior do estado nas eleições de 2012.
Segundo o promotor, o objetivo era fazer com que a empresa de coleta de lixo, de propriedade de José Ricardo, vencesse a licitação no município do candidato. "A corrupção eleitoral não foi o alvo da investigação, mas tenho certeza que a irregularidade vai ser apurada", disse Marcelo Maurício, afirmando que o político foi candidato a deputado nas últimas eleições.
As informações serão encaminhadas ao promotor eleitoral da respectiva comarca para que apurem a denúncia. Já Cláudio Cardoso da Conceição, coordenador do Gaeco, os criminosos faturavam até R$ 1 milhão por mês, num esquema que envolvia várias cidades do estado.
"Os empréstimos eram feitos, e as cobranças eram de até 40% de juros mensais. As escutas telefônicas mostram as intimidações e ameaças de mortes aos devedores", diz.
As investigações começaram há dois anos, após denúncias de pessoas que vinham sendo extorquidas em Macaé. Foram denunciadas 47 pessoas e entre elas tem dois policiais civis e um militar. Além dos 17 acusados, foram apreendidos nesta quarta um revólver calibre 38, uma granada e oito cheques de devedores, que somados chegam a R$ 38 mil.
De acordo com a denúncia, a quadrilha agia em escritórios de agiotagem espalhados nos municípios de Macaé, Rio de Janeiro, Niterói, Duque de Caxias, Queimados, Barra Mansa, Nova Iguaçu, Parati, Itaguaí, Campos, e outros municípios. Caso houvesse inadimplência ou atrasos no pagamento, as cobranças eram realizadas mediante extorsão e roubo praticados pelos membros da quadrilha, envolvendo ameaças e violência física contra os devedores ou seus familiares.
As vítimas compareciam aos escritórios e forneciam cópias de documentos pessoais, contracheques, endereços residencial e profissional para conseguirem os empréstimos. O grupo não exibia qualquer comprovação de renda ou patrimônio como “garantia”, bastando apenas o fornecimento dos dados e o preenchimento de um cadastro.
Para perpetuar a dívida, a quadrilha inibia o pagamento integral do débito, ludibriando o devedor a pagar somente o montante dos juros, somando assim mais juros ao saldo devedor remanescente.
Com o negócio fechado, a quadrilha entrava em contato com um escritório central, chamado de "controle", onde todas as informações para a coordenação das ações eram registradas. Os escritórios recebiam codinomes para identificação entre os próprios integrantes da quadrilha, como “Marte, “Mercúrio”, “Saturno”, “Júpiter”, “Terra”, “Plutão”, “Sardinha”, “Tainha” e “Garoupa”, entre outros.
* O Dia
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Fonte: O DIA

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