terça-feira, 18 de novembro de 2014

Investigações da Lava Jato não atrapalham obras para 2016, diz Pezão


Operação da PF investiga suposto esquema de propina na Petrobras.
Entre sexta-feira e sábado, 23 foram presos; dois estão foragidos.

Do G1 Rio
O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, afirmou que as obras feitas para os Jogos Olímpicos de 2016 por empreiteiras citadas na investigação da Operação Lava Jato não devem ser afetadas. A declaração foi dada nesta segunda-feira (17), durante participação no evento "Pacto pela boa governança: Um retrato do Brasil", promovido pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em Brasília.
"As obras estão todas em andamento, e dentro do cronograma. São grandes empresas, que são responsáveis pelas obras realizadas para os Jogos Olímpicos de 2016, como a Linha 4 do Metrô, que emprega mais de 9 mil trabalhadores", disse o governador.
Pezão também ressaltou que a operação pode impactar em intervenções em todo o país.
"Todo o Brasil será afetado com a possível paralisação de obras. É preciso aguardar o resultado de todo o trânsito julgado", afirmou Pezão.
A Polícia Federal deflagrou na sexta a sétima fase da Operação Lava Jato. A operação começou em março, investigando um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Depois, apontou a ação desse esquema para desviar recursos da Petrobras. Relembre o que aconteceu até aqui. 
Prisões
Entre sexta-feira e sábado, a Polícia Federal prendeu 23 pessoas em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais, Pernambuco e Distrito Federal. A maioria dos presos são executivos e funcionários de empreiteiras que firmaram contratos com a Petrobras nos últimos anos. Todos foram levados para a Superintêndencia da Polícia Federal no Paraná porque o processo tramita na Justiça Federal em Curiitba.
Quem são os presos
Entre os presos, estão Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras e  executivos das empresas Camargo Correa, Engevix, Galvão Engenharia, Iesa, Mendes Júnior, OAS, Queiroz Galvão e UTC.
Os contratos
Segundo a PF, os contratos sob investigação somam R$ 59 bilhões. A maior parte deles está sob avaliação da Receita Federal, do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal.
Propina
Segundo as investigações, as empreiteiras formavam um cartel e combinavam os preços pedidos pelos contratos a serem firmados com a Petrobras, que assim eram superfaturados. Da diferença de preço, saía apropina paga a diretores da empresa e a partidos políticos. Em notas divulgadas na sexta-feira, as empreiteiras negam ter cometido irregularidades e se colocam à disposição das autoridades. Na denúncia do Ministério Público Federal (MPF) que embasou as prisões da sétima fase da Lava Jato, os procuradores da República detalham depoimentos de dois delatores – executivos de uma fornecedora da Petrobras – que afirmam ter pago ao menos R$ 154 milhões em propina a pessoas apontadas como operadores do PT e do PMDB dentro da estatal.
Depoimentos
Os presos foram ouvidos no sábado, domingo e nesta segunda. A PF não divulgou quantos investigados já foram interrogados. Nesta segunda, ao menos sete presos falaram à polícia – cinco ligados à Construtora OAS, um ligado à Galvão Engenharia e um da Iesa. Os da OAS, segundo o advogado, não responderam às perguntas, por orientação da defesa. Os outros dois, segundo os advogados, responderam aos questionamentos das autoridades.
Habeas corpus
Advogados de 11 presos impetraram habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, a fim de tentar a libertação dos clientes. O tribunal negou todos os habeas corpus. Cinco desses presos, ligados à Construtora OAS, recorreram ao Superior Tribunal de Justiça, em Brasília. O desembargador Newton Trisotto, do STJ, negou os recursos.
Foragidos
Dois mandados de prisão temporária ainda não foram cumpridos. São considerados foragidos Fernando Soares, apontado como o operador do PMDB na Petrobras, e Adarico Negromonte Filho, irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte (PP-BA).  O advogado de Soares orientou o cliente a não se apresentar e disse que ele está sendo usado como "bode expiatório".

Nenhum comentário:

Postar um comentário