terça-feira, 11 de novembro de 2014

Corregedoria da PM-RJ quer relatório sobre resgate de traficante em 72h


Averiguação sumária foi aberta pela corporação para apurar o ocorrido.
Apenas um PM escoltava o criminoso que estava sob custódia em hospital.

Do G1 Rio
A Corregedoria da Polícia Militar do Rio de Janeiro deu prazo de 72 horas para que a 2º Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) apresente relatório sobre o resgate do traficante Jhonny Luís Silva, conhecido como Bebezão. O criminoso estava internado, sob escolta policial, no Hospital Azevedo Lima, em Niterói, quando um grupo armado invadiu o local e o retirou de lá na madrugada desta segunda-feira (10).

Uma averiguação sumária foi instaurada pela DPJM e, de acordo com a assessoria do Governo, até o começo da noite desta segunda-feira policiais ainda eram ouvidos. Entre os PMs que prestavam depoimento estavam os dois que eram responsáveis pela custódia do traficante no hospital, os dois oficiais de dia do 41º BPM (Irajá) e o oficial de supervisão daquela área de patrulhamento em Niterói.
Conforme mostrou o RJTV, apenas um policial militar fazia a escolta do preso no momento da invasão ao hospital. Ele foi agredido pelos criminosos e teve a arma roubada.

Governador critica Código Penal
Durante evento nesta segunda-feira, o governador Luiz Fernando Pezão criticou a legislação criminal e propôs nova discussão sobre o Código Penal brasileiro.
“Precisamos ter leis cada vez mais severas, que punam mais, que possam garantir que o trabalho da polícia seja profícuo,  que o traficante fique preso, que não tenha esses benefícios que vemos hoje, saindo facilmente do sistema prisional, como aconteceu recentemente com um traficante do Complexo do Alemão”.
Pezão se referiu ao chefe do tráfico de drogas no Conjunto de favelas do Alemão, Edson da Silva Souza, o Orelha, que foi solto na semana passada beneficiado por um habeas corpus. Ele havia sido preso juntamente com outros 24 criminosos, acusados de envolvimento no ataque à Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no Alemão, no incêndio de veículos próximo à unidade e em diversos confrontos envolvendo os traficantes e policiais militares.

Polícia Civil também investiga resgate
A Polícia Civil vai analisar as imagens das câmeras de segurança do Hospital Estadual Azevedo Lima, para investigar o resgate do traficante Johnny Luís da Silva, o Bebezão.
No início da tarde, policiais civis estiveram na unidade de saúde de onde Bebezão foi resgatado. Eles conversaram com funcionários e pediram as gravações de duas câmeras de segurança que podem ajudar na identificação dos criminosos. Uma delas fica na entrada da unidade. A outra é a de um estacionamento, em frente ao hospital. O delegado responsável pela investigação não quis gravar entrevista, mas disse que o policiamento na unidade era insuficiente.
A Polícia Civil quer saber porque o traficante foi transferido para Niterói. De acordo com agentes, apenas um PM, do Batalhão de Irajá, fazia a segurança do criminoso. Ele foi agredido e teve a arma roubada. O policial, funcionários do hospital e os diretores da unidade prestaram depoimento na delegacia.
Bebezão ainda corre risco de vida
De acordo com os médicos, o traficante resgatado ainda necessita de cuidados especiais e corre risco de ter o quadro agravado se permanecer sem o atendimento médico.
O bandido foi retirado do hospital na madrugada desta segunda-feira (10). A invasão aconteceu por volta das quatro horas da manhã. De acordo com a polícia, dez homens armados com fuzis entraram pela emergência. O bandido estava numa enfermaria sob custódia.
Johnny da Silva foi baleado num tiroteio com policiais militares, em setembro, durante uma tentativa de assalto a um caminhão que fazia entregas, na Pavuna, no Subúrbio do Rio.
Pacientes e funcionários com medo por falta de segurança
Esta manhã, pacientes e funcionários do hospital estavam apreensivos. A filha de Sônia da Silva Souza está grávida e internada no Hospital desde a semana passada: “A minha filha está no terceiro andar e falou que foi um tumulto danado ontem. As grávidas ficaram nervosa. A gente fica com medo, né? Tem parente nosso aí dentro, a gente não sabe o que pode acontecer.”
A polícia investiga ainda o roubo do carro de um policial militar, usado pelos bandidos na invasão. O policial foi baleado e morreu. A mulher dele ficou ferida e está internada no Hospital Azevedo Lima. A morte do policial é investigada pela Divisão de Homicídios.
O nome do policial morto e da mulher dele - que tiveram o carro roubado antes do resgate - não foram divulgados.
Jhonny Luís da Silva estava no Hospital Azevedo Lima desde outubro, transferido do Hospital Carlos Chagas, a pedido do comando do Batalhão de Irajá, por razões de segurança.

Nenhum comentário:

Postar um comentário