quarta-feira, 28 de junho de 2017

PM é indiciado pela morte da estudante Maria Eduarda no Rio

Cabo Fabio é apontado pela polícia como autor de um dos tiros que atingiram Maria Eduarda (Foto: Reprodução/GloboNews)Uma investigação concluiu que um policial militar foi o responsável pela morte da menina Maria Eduarda, de 13 anos, em uma escola pública de Acari, na Zona Norte do Rio. Como antecipou a GloboNews, o inquérito policial concluiu que o cabo Fábio de Barros Dias foi culpado pelo crime e será indiciado por homicídio com dolo eventual, mas sem intenção. Outro PM, David Centeno, foi inocentado. O Ministério Público decidirá se aceita o pedido da polícia e se denuncia o caso.
O RJTV teve acesso ao relatório de 310 páginas elaborado pela Delegacia de Homicídios após três meses de investigação. O documento entre nesta tarde de segunda-feira (26) ao Ministério Público estadual traz depoimentos de testemunhas, dados da perícia técnica como a posição do tiro e o calibre da bala que atingiu a menina Maria Eduarda. No corpo da adolescente, os peritos encontraram fragmentos de bala de um fuzil de calibre 7.62, o mesmo usado pela Polícia Militar.
Maria Eduarda morreu depois de ser atingida por tiros no pátio da Escola Municipal Jornalista Daniel Piza, em Acari, na Zona Norte do Rio. A Divisão de Homicídios do Rio concluiu que o PM Fábio assumiu o risco de matar ao fazer disparos na direção da escola, de onde dois criminosos também atiravam. Maria Eduarda fazia aula de Educação Física quando foi morta.
"Essa reprodução gerou laudo e foi feita perícia nas armas de fogo com projétil que feriu Maria Eduarda. Foi feito um laudo de confronto balístico e esse conjunto de indícios, tanto as provas testemunhais, e questão técnica da investigação, permitiram a conclusão", contou o delegado Breno Carnevalle.
A perícia mostrou que um dos disparos que atingiu a menina saiu do fuzil calibre 7.62 usado pelo cabo. Ele e o sargento David Centeno já respondem em liberdade ao processo pelo homicídio de dois suspeitos. Eles foram flagrados por um vídeo atirando nos dois homens que já estavam no chão, baleados."Inicialmente, foi uma operação policial planejada. De acordo com a documentação oficial, foi planejada, a partir do momento em que foi planejada era fato notório que ali existia escola municipal. E nao se trata de dizer que qualquer confronto bélico que haja em áreas com escolas tornam a ação policial ilegítima. Nesse caso, restou comprovado que os policiais que efetuaram disparos contra marginais e que vieram a acertar a adolescente o fizeram de forma deliberada. Sem que tivesse sofrendo qualquer tipo de reação armada esse policial conhecia a circunstância de haver escola. Ele portava arma de longo calibre, estava na esfera de previsibilidade dele que disparo ultrapassaria alvos que pretendiam acertar e de fato ultrapassou: acertou criança na escola. Isso demonstra que o agente atuou com indiferença à morte que foi causada. Ele assumiu o risco de forma concreta de produzir a morte dessa adolescente", avaliou o delegado Breno Carnevalle.
Os dois PMs respondem a 16 inquéritos no Ministério Público por mortes em autos de resistência. Agora, o Ministério Público decidirá se denuncia ou não o caso à Justiça e se fará um novo pedido de prisão do cabo Fábio de Barros.

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