domingo, 30 de abril de 2017

"Psicopata", diz irmã de outra vítima do médico acusado de matar miss


Celso Luiz Ramos Sampaio, médico acusado de matar a namorada em Santa Maria de Jetibá
Celso Luiz Ramos Sampaio, médico acusado de matar a namorada em Santa Maria de Jetibá
Foto: Divulgação

"Esse homem é um psicopata. Não pode ficar solto". A afirmação é da irmã de uma vítima do médico Celso Luiz Ramos Sampaio, preso nesta sexta-feira, em Santa Maria de Jetibá, acusado de matar a namorada, a pedagoga Rayane Luiza Berger, em 2015. Na época a morte de Rayane foi tratada como acidente de carro. 
O médico já havia sido preso, em 2005, acusado de um homicídio ocorrido em 1996, no interior de São Paulo. Na época, Celso estava trabalhando no posto de saúde de Jaguaré quando foi preso pela Polícia Militar. Ele foi acusado de ter matado um colega de profissão. A vítima, Marcelo Suhet Pereira, foi morta em 5 de setembro de 1996, na cidade paulista de Porto Ferreira, com três tiros na cabeça.
Segundo a acusação, o crime foi praticado por dois motivos: Celso mantinha um caso com a esposa de Marcelo, e a vítima possuía um seguro de alto valor. Para cometer o crime ele teria fingido um defeito no carro, quando a vítima deixava o plantão.
"Foi um crime muito noticiado na época porque ocorreu em uma cidade pequena, no interior de São Paulo. Abalou minha família inteira. Até hoje meu pai briga na Justiça para vê-lo atrás das grades", diz a irmã de Marcelo Suhet, que mora em Vitória e não quis ter o nome divulgado.
Segundo ela, Marcelo e Celso eram amigos e ambos eram casados. Celso teria se envolvido com a mulher do amigo e depois tramado a morte dele. "Armou uma emboscada. Fez meu irmão parar o carro na beira da estrada, perto de um canavial, e deu vários tiros nele. Fugiu levando a chave do carro para meu irmão não conseguir pedir socorro. Mesmo assim, meu irmão continuou vivo por um tempo e escreveu em um pedaço de papel, com o próprio sangue, que foi Celso quem atirou nele. Infelizmente, meu irmão não resistiu. Mas a polícia fez uma investigação incrível e chegou até o assassino", relembra ela.
Celso foi condenado a 13 anos de prisão e cumpriu parte da pena antes de voltar ao Espírito Santo. "Eles eram todos amigos, meu irmão, a esposa e o Celso. Fizeram faculdade de Medicina juntos no Espírito Santo e depois conseguiram trabalho no interior de São Paulo", conta a irmã da vítima.
Ela diz não se surpreender com a notícia de que ele pode ter matado outra pessoa. "Ele é louco. É um homem alto, charmoso, consegue envolver as mulheres", comentou. A família de Marcelo Suhet acredita que Celso não se livrará mais da prisão. "Nossa família nunca se recuperou do crime. Meu irmão teve uma filha, com quem nunca mais tivemos contato. A mãe dela acho que até saiu do país com a menina, que hoje deve ter uns 20 anos de idade", disse.
Corpo de miss pomerana foi encontrado em rio
A pedagoga Rayane Berger foi encontrada morta em um carro que estava submerso em um rio próximo ao distrito Alto Rio Posmosser, no dia 7 de junho de 2015. Na ocasião, bombeiros voluntários da cidade chegaram a quebrar o vidro do veículo para socorrer a jovem, mas ela já estava morta. 


Após a conclusão do inquérito, a Polícia Civil apontou o médico Celso Luis Ramos Sampaio, 61 anos, como principal suspeito da morte da jovem e foi indiciado pelo delegado que cuidava do caso, por homicídio, no final do ano passado.
O médico teria dopado a namorada e simulado o episódio, que foi considerado como acidente na época. De acordo com o delegado, laudos apontaram que no sangue de Rayane foi encontrado o medicamento midozolan, um remédio sedativo que exige prescrição médica. Momentos antes do ocorrido, ela lanchou com o médico no Centro da cidade.
O processo corria em segredo de Justiça, mas, na manhã desta sexta-feira (28), o delegado Diego Permond da Delegacia de Santa Maria de Jetibá informou que o juiz Salim Pimentel da 2ª Vara Criminal de Santa Maria de Jetibá, expediu o mandado de prisão contra o médico.
A Polícia Civil localizou Celso Sampaio enquanto ele entrava no carro, após sair do Hospital Fundação Concórdia, onde trabalhava em Santa Maria, e deu ordem de prisão. A polícia informou que ele não resistiu à prisão, foi levado à delegacia e depois, encaminhado para o Centro de Detenção Provisória de Viana.
De acordo com a mãe da vítima, Clarice Berger, laudos realizados no carro pela concessionária que vendeu o veículo apontaram que o Chevrolet Ônix estava no modo automático e em desaceleração no momento da morte, o que também descartaria a hipótese de acidente.

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