sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Juíza que decretou prisão de corintianos é ameaçada, diz Amaerj


Do G1 Rio
maracanã (Foto: Globoesporte.com)Corintianos foram detidos após confusão (Foto: Globoesporte.com)
juíza Marcela Assad Caram Januthe Tavares, coordenadora da Central de Audiências de Custódia do Tribunal de Justiça do Estado do Rio, está sendo ameaçada após ter decretado a prisão preventiva de 31 torcedores do Corinthians na última terça-feira. A informação é daAssociação de Magistrados e Juízes do Rio de Janeiro (Amaerj).
Segundo a nota, desde que decretou a prisão preventiva dos torcedores,Marcela Assad "tem recebido virulentas agressões verbais e ameaças pelas redes sociais. Fotos suas e de sua família foram reproduzidas pela internet, junto a comentários ofensivos e estimulando a violência, expondo sua segurança e a de seus parentes."

A associação afirmou ainda que "considera inadmissíveis atitudes criminosas como essas contra um magistrado no exercício de sua função e solicita aos órgãos competentes imediata atuação para identificar e responsabilizar os responsáveis."
O grupo tinha sido preso em flagrante após confusão no Maracanã no último domingo. A juíza determinou que o grupo fique numa penitenciária de ala neutra, separada de outros presos.
Uma confusão envolvendo torcedores e policiais militares marcou a reabertura do Maracanã após dez meses de reforma. Após a partida entre o Flamengo e o Corinthians, os policiais levaram 64 torcedores do time paulista para a delegacia. Uma audiência de custódia nesta terça (25) decidiu o futuro de 30 pessoas autuadas em flagrante. O grupo de 30 torcedores foi ouvido no Fórum Central do Rio.
Em sua decisão, a magistrada destacou que a prisão preventiva se revelou "imperiosa e necessária", já que os presos são de outro estado, "o que poderia colocar em risco a instrução criminal". Segundo o auto de prisão em flagrante, os acusados foram identificados pelos PMs como autores da agressão e também responsáveis por dano ao patrimônio, como deterioração do espaço público.
Hora1_torcidaproibida (Foto: reprodução)Cenas de violência no Maracanã (Foto: reprodução)
“Os fatos foram cometidos mediante o emprego de desmedida violência contra policiais que faziam a segurança do estádio, prestando, portanto, relevantíssimo serviço público, garantindo a integridade física e a incolumidade de todos os que ali estavam no intuito de se divertir”, destacou a juíza.
Grupo "se uniu covardemente", diz juíza
Ela acrescentou ainda que “se não unidos previamente com o intuito de cometimento de crimes nas dependências do estádio Mário Filho, os custodiados, no momento exato das agressões, uniram-se covardemente contra os agentes da Lei e da ordem. Impossível o Estado chancelar a violência que vem imperando nos ambientes esportivos e afastando a torcida familiar dos estádios”, ressaltou Marcela Caram.
Quinze dos presos relataram terem sido agredidos pelos policiais, durante a detenção no estádio.  A juíza disse que vai solicitar à Secretaria estadual de Administração Penitenciária que o grupo fique em unidade penitenciária, numa ala neutra, separado dos demais presos.
Torcedores do Corinthians foram levados para a Cidade da Polícia, no Jacarezinho (Foto: Reprodução/ GloboNews)Torcedores do Corinthians foram levados para a
Cidade da Polícia, no Jacarezinho
(Foto: Reprodução/ GloboNews)
Os corinthianos foram mantidos no estádio até que a polícia examinasse as imagens das câmeras que filmaram uma confusão no domingo. Duas horas depois, 64 torcedores foram levados para a Cidade da Polícia, no Jacarezinho.
Trinta e um torcedores foram autuados em flagrante por lesão corporal, dano qualificado, resistência qualificada, associação criminosa e por promover tumulto em eventos esportivos. A decisão da prisão preventiva decretada pela juíza, porém, contempla só 30.
Rafael Faria, o advogado de um dos torcedores, disse ao G1 que vai entrar com um habeas corpus para conseguir a soltura de seu cliente, e que vai pedir a extensão dos benefícios a todos os outros torcedores. "Vamos pedir isso uma vez que a conduta dos torcedores não foi individualizada na decisão judicial", disse o advogado.
Ele criticou a decisão da justiça e a atuação da PM. Segundo ele, os torcedores do Corinthians foram espancados após o jogo pela Polícia Militar. "A polícia militar prendeu com base em características físicas (careca, gordo e tatuado, barba) e a decisão da justiça chancelou isso", disse o representante de um dos torcedores.

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