quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

No Rio, preço do gás de cozinha sobe 32% em um ano; botijão chega a R$ 85

Apesar de a Petrobras ter anunciado há 11 dias uma redução de 5% no preço do gás de cozinha nas refinarias, o consumidor ainda não sente alívio no bolso na hora de comprar o botijão. De acordo com a pesquisa semanal de preços feita pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), o preço médio do produto no Rio chega a R$ 70,57, 32% a mais do que no mesmo período do ano passado, quando o botijão de 13 quilos era vendido, em média, a R$ 53,30.


A pesquisa aponta ainda que os preços do botijão na Zona Oeste do Rio são os mais salgados da cidade. Em Santa Cruz, por exemplo, o consumidor já paga R$ 85 pelo produto. Já a Taquara é o bairro onde o botijão está com o preço mais em conta, e pode ser encontrado por R$ 49,99.

De acordo com José Luiz Rocha, presidente da Associação Brasileira de Entidades de Classe das Revendas de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), o consumidor não sentiu a queda no preço porque os revendedores não conseguiram diminuir o preço de venda. Isso porque, segundo ele, as distribuidoras devem utilizar a redução de 5% para recuperar a margem de lucro perdida no ano passado, quando os aumentos no produto eram feitos de forma mensal.

— No ano passado os preços do gás de cozinha subiram muito. Agora, com essa redução, as distribuidoras não estão vendendo mais barato para os revendedores, que por sua vez, não conseguem diminuir para o consumidor — explica.

Ainda segundo Rocha, a competição no setor, que concentra cerca de 68 mil revendedores autorizados pela ANP a vender o gás de cozinha, deixa a redução ainda mais difícil.

— Além dos credenciados, existem os ilegais, especialmente no Rio, que dificultam a política de preços na revenda — destaca.

Em nota, o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) informou que as distribuidoras tiveram perda de margem no período de 12 meses em 2016, com queda de 25,94%. Ainda segundo a entidade, como as pesquisas semanais da ANP não detalham com precisão os percentuais de cada fator (preço do produtor, tributos e margens) “torna-se difícil identificar de onde partem as maiores pressões sobre o preço final do produto”.

Segundo a Petrobras, como a lei brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, as revisões feitas pela Petrobras podem ou não se refletir no preço final ao consumidor e isso depende de repasses feitos especialmente por distribuidoras e revendedores.

No ano passado, o botijão de gás registrou um aumento total de 16%, representando um dos principais impactos no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país. No dia 5 de dezembro, a Petrobras elevou os preços GLP em 8,9%. Na ocasião, o reajuste foi motivado principalmente devido à alta das cotações do produto nos mercados internacionais.

Fonte: Extra 

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