sexta-feira, 1 de julho de 2016

RJ registra 80 bebês nascidos com microcefalia no estado esse ano


Do G1 Rio
Desde o início desse ano, 80 bebês nasceram com microcefalia, causada pela zika, no Rio de Janeiro. A maior reclamação das mães é a dificuldade para conseguir assistência para os filhos. A microcefalia pode causar danos à visão, à audição, à fala, à parte motora, ao tônus muscular, além de provocar comprometimento neurológico.
A rotina de Érika é acompanhar a filha Helena desde que ela nasceu a consultas médicas. A menina é um dos 127 bebês que já passaram pelo acolhimento de crianças com microcefalia no Instituto Estadual do Cérebro. O programa foi criado em fevereiro pra atender recém-nascidos afetados pelo vírus da zika durante a gestação.
O instituto faz o diagnóstico e o encaminhamento das crianças para as unidades básicas de saúde da rede pública. Apenas os pacientes com epilepsia continuam sendo atendidos no instituto.
“A gente treina um pouco as mães, os que tem comprometimento mais grave a gente encaminha para centros de reabilitação”, explica Fernanda Fialho, coordenadora do programa. Assim que o diagnóstico concluído extensão da doença comprovada em exame. Mas é preciso saber o que fazer para que a criança continue se desenvolvendo para minimizar os efeitos da microcefalia. Justamente nessa fase que as mães precisam procurar atendimento especializado, mas nem sempre encontram.
As crianças precisam de fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, oftamologistas, otorrinos e neurologistas. Érika leva helena a um PAM municipal perto de casa, em Bangu. mas o número de sessões é insuficiente.
Os médicos reconhecem que a gravidade do quadro de microcefalia merece muito mais atenção e a falta de estrutura é um grande problema. “São serviços que precisam ser feitos várias vezes por semana, e na verdade a rede pública não consegue dar conta de todas essas crianças que chegaram e precisam dessa atenção especial. Crianças precisam de estímulo frequente, não adianta fazer uma única vez. Crianças aprendem pela repetição”, afirma a pediatra Mitsue Aibe
“A gente tem atendido mais crianças com comprometimento maior. A gente sabe que tem um número grande de gestantes que foram notificadas e a gente tá aguardando o nascimento dessas crianças”, diz a pediatra.

A secretaria municipal de Saúde disse essa a bebê Helena tem duas consultas marcadas toda semana com uma equipe de fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, neurologia e ortopedia. E que o caso dela vem sendo acompanhado de perto desde a gestação. Atualmente 59 bebês com microcefalia estão nos centros reabilitação ou núcleos de atendimento ao recém-nascido. A secretaria municipal disse também que 17 bebês morreram no Rio por causa das complicações causadas pelo vírus da zika.

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