terça-feira, 24 de abril de 2012

Dados da CNTT mostram que 78% dos rodoviários tiveram aumento no país



Fotos: Carlos Grevi
Em Campos a proposta é 16%, enquanto o maior do país foi de 6,24%

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Segundo levantamento da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes (CNTT), 78% dos trabalhadores rodoviários de todo país, o que corresponde a 37 mil, conquistaram aumentos reais nos salários, enquanto que 22%, ou seja, algo em torno de 18 mil ficou abaixo da inflação. A data-base deste setor é 1º de maio e a inflação medida pelo INPC-IBGE no período foi de 5,5%. Cuiabá, capital de Mato Grosso, foi a cidade onde se teve o maior aumento real da categoria no ano, com 6,14%.


Em Campos, o impasse continua entre empresas e empregados e depois de sete dias de greve, as negociações já chegaram a casa dos 16% e mais benefício de um cartão a ser utilizado no mercado local pelos rodoviários, que teriam desconto de até 20% em alguns supermercados e farmácias, por exemplo.
Os rodoviários de Campos não abrem mão da equiparação salarial com o município do Rio de Janeiro e para isso o reajuste teria que ser de 23,28%. Os rodoviários pedem equiparação salarial com os trabalhadores da capital que é de R$ 1.618,06. Atualmente os rodoviários de Campos recebem R$ 1.283,40, eles reivindicam ainda plano de saúde, cesta básica e uniforme.
A classe chegou a apresentar uma proposta desse percentual sendo pago dividido com 10% a partir de 01º maio, mais 6% a partir de 01º de junho e os outros 6,28% a partir de 01º de outubro, assim como realizado pela empresa CamposTur, a única entre as 14 de Campos que realizou entendimento com seus empregados.
As negociações tiveram início com a proposta de 10% por parte dos empresários, depois 14%, posteriormente 16% até chegar a nova oferta de 16% e mais benefício do uso de cartão com desconto no comércio local.
“Entendo que já andou bastante a negociação, mas a maioria dos rodoviários recusou a contraproposta apresentada pelas empresas. Os trabalhadores não abrem mão da equiparação salarial e de melhores condições de trabalho, e por este motivo, a greve continua", afirmou o presidente do Sindicato, Roberto Virgílio que ao ser indagado do risco de a Justiça determinar a volta às atividades e aplicar o reajuste de 5,5% responder: "Os rodoviários sabem do risco, mas querem a equiparação".


Por determinação da Justiça que interveio no dia 18, um dia após o início da greve e depois que a Procuradoria do Município obteve liminar na 3ª Vara da Justiça do Trabalho, a população passou a contar com 30% dos coletivos.
Duas audiências estão marcadas para o Ministério Público do Trabalho para esta semana. Nesta terça-feira (24/04), às 16h, a Procuradoria tentará um entendimento entre empresários e representantes do sindicato. Já no dia seguinte, estará sendo julgada a ilegalidade da greve.
Em meio às discussões o clima chegou a ficar quente na cidade no segundo dia de greve quando ônibus foram depredados assustando parte da população que se sentiu ameaçada. Assim o Sindicato interviu e fez carga contrária as ações, o que não mais voltou a acontecer.


VARIAÇÃO NO PAÍS É DE 1,25% E 6,24%Os reajustes de 2012 superaram os de 2011, período em que variou de 0,56% e 2,71%. Já este ano o menor reajuste foi de 1,25% e o maior de 6,24%.
Cuiabá foi onde se concedeu o maior aumento real dos rodoviários em todo país, com 6,14% para os motoristas e 3,5% para os cobradores, que somados a reposição da inflação de 5,5% totalizou 11,64% e 9%, respectivamente. Os rodoviários de Sorocaba receberam 8,28%; de Teresina 6,75% e do ABC Paulista 6,0%. Os de Salvador é que ficaram abaixo da inflação e receberam 55%.
Com os novos reajustes os salários dos motoristas da cidade de Teresina passaram de R$ 806,33 para R$ 860,75; em Salvador de R$ 1.062,11 para R$ 1.115,22; no ABC de R$ 1.641,00 para R$ 1.739,46; em Sorocaba de R$ 1.570,00 para R$ 1.700,00 e em Cuiabá de R$ 1.122,28 para 1.252,91. Já entre os cobradores a média girou entre R$ 559,48 (Piauí) e R$ 1.004,29 (ABC).
Direitos sociais, jornada de trabalho e PLR O levantamento da CNTT-CUT também avaliou melhorias nas conquistas sociais, por exemplo, no ticket refeição que teve um aumento de 10%, passando de R$ R$ 240,00 para R$ 264,00 (ABC); e de R$ R$ 280,00 para R$ 308,00 (Sorocaba). Em Salvador, o aumento foi de 5% (de R$ 210,56 para R$ 229,60), em Teresina o aumento foi de 4,5%, passando de R$ 290,01 para R$ 305,76. Em Cuiabá, os trabalhadores recebem uma cesta básica mensal.
JORNADA DE TRABALHO VARIA DE 32 À 44 HORAS SEMANAISA CNTT aponta que existe variação significativa entre cidades o que pode chegar até 12 horas semanais, o que dá uma diferença de 1h20 por dia. Em Sorocaba, por exemplo, a carga horária diária é de 6h40 e 32 horas semanais, em Salvador são 7 horas diárias e assim 35 semanais, enquanto que nas regiões do ABC, Teresina e Cuiabá a jornada semanal é de 7h20 por dia e 36 horas por semana.
A jornada de trabalho mais comum dos rodoviários (motoristas e cobradores) é em média de 8 horas diárias, ou seja, 44 horas semanais, isso sem contar as excessivas horas extras realizadas pela categoria.
Em Campos, o Sindicato apresentou denúncia ao Ministério Público do Trabalho já que teriam empresa impondo um horário de até 14 horas diárias. “Já encaminhamos a denúncia e está sendo investigado pelo Ministério Público do Trabalho. A nossa jornada em Campos é de 8 horas”, declarou Roberto Virgílio.
PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS DAS EMPRESASExistem municípios que permitem a participação dos sindicatos nos lucros das empresas. Em 2012, os sindicatos do ABC e de Sorocaba conquistaram também melhorias na Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Os rodoviários de Sorocaba obtiveram aumento de 17% na PLR, conquistando R$ 420,00; e os trabalhadores da região do ABC conquistaram 10%, que aplicados às faixas salariais (motoristas e cobradores) oscilaram entre R$ 275,00 e R$ 330,00 respectivamente.

Ururau

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