Concurso Público gera confusão, dessa vez na sessão do Legislativo

Fotos: Mauro de Souza

 Oposição propõe Comissão Temporária e Governistas reprovam

Nesta terça-feira (17/04), a sessão da Câmara de Campos se transformou em um cenário digno de uma ‘batalha campal’ e o que não faltou foi munição para que a maioria governista e oposição se enfrentassem durante quase quatro horas de acusações, pedidos de informações e ofensas morais mútuas, tudo estando relacionado ao Concurso Público realizado no último final de semana.

O vereador Rogério Matoso (PPS) propôs uma ‘Comissão Temporária’ para que o Legislativo pudesse acompanhar todas as questões relacionadas ao cancelamento do Concurso. Matoso afirmou que a Prefeitura realizou licitação e que inabilitou empresas no processo.

“A empresa preterida no processo entrou com uma liminar e o próprio Ministério Público pediu que a licitação tivesse prosseguimento. Gostaria de saber o porquê de esta licitação ter sido, misteriosamente, escondida pelo Governo. Gostaria que os reais motivos da revogação deste concurso”, disse Matoso, sendo rebatido de pronto pelo líder do governo, vereador Jorge Magal (PR), que declarou que o pedido não tinha cabimento e que seria reprovado.

“Eles (a oposição) acham que o concurso não vai acontecer e ainda querem uma Comissão para fiscalizar? Ora, essa é mais uma estratégia de uma oposição sem noção que só pensa em aparecer. A culpa é da Cepuerj e tudo está sendo apurado. Cinquenta e três mil pessoas confiaram em nossa cidade e nossa Prefeita não tem culpa de nada”, disse Magal.

Irritado com o posicionamento do líder governista, Matoso declarou que torce para que o concurso realmente aconteça, pois, segundo ele, além de uma necessidade, se trata de uma exigência do Ministério Público. “Magal, não disse em momento algum aqui que o Concurso não iria acontecer, e é exatamente por torcer pelo Concurso e ter escutado uma série de reclamações que eu pretendo criar uma Comissão e pra ficar de olho em tudo. Se há transparência, por que reprovar o pedido pela criação de uma Comissão Legislativa? Precisamos de uma resposta plausível”, questionou Matoso, cujo requerimento foi reprovado.

No calor dos embates no Plenário da Câmara, o vereador Papinha (PP) defendeu o governo e chamou o vereador Marcos Bacellar (PDT) de despreparado ao citar que a Prefeita Rosinha Garotinho (PR) não precisava prestar esclarecimentos porque não possuia culpa no episódio. Ligeiro, Bacellar deu o troco e declarou que o vereador governista só freqüenta as sessões da Câmara para ficar quieto e ironizou a suposta letargia do colega de legislativo. 

"Papinha, eu sei que você gosta de ficar quietinho... Não foi à toa que você foi chamado de 'pamonha' pelo seu próprio líder e ele estava certo, você é uma 'pamonha' mesmo, vereador!", disse Bacellar. Em resposta, Papinha disse que era melhor ser chamado de pamonha do que ser chamado de ladrão, o que contribuiu ainda mais para o acirramento dos ânimos.

"SE NÃO ACONTECER CONCURSO, NÃO VIREI CANDIDATO"
O vereador Abdu Neme (PSB) declarou que todos estavam ‘estremecidos’ com o cancelamento do Concurso e declarou que o Cepuerj menosprezou o concurso público de Campos. Abdu declarou estar certo de que o concurso acontecerá em breve. “O Cepuerj é o culpado pela desorganização do concurso e todos nós aqui lutamos por ele, para que ocorresse de forma ordeira. Não adianta culpar a Prefeita ou perdermos tempo com debates inúteis. Tenho a certeza que o Concurso para a Prefeitura de Campos acontecerá, e caso isso não aconteça, não serei candidato a vereador”, afirmou Abdu aos presentes. 

A vereadora petista Odisséia Carvalho usou da palavra e declarou que, nesta quarta-feira (18/04) estará entrando com um pedido junto ao Ministério Público para que sejam apuradas todas as denúncias de irregularidades no concurso para a Prefeitura de Campos dos Goytacazes. “Não adianta dizer que está tudo normal porque não está! Temos que focar nas garantias do concurso público  e temos que esclarecer todos os fatos”, disse a vereadora.

Ururau