A polícia prendeu, na manhã desta quarta-feira (6), o traficante Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157. Ele é o chefe do tráfico na favela da Rocinha, Zona Sul do Rio, e foi o responsável pelo início da guerra na comunidade em setembro desse ano. Rogério 157 era um dos bandidos mais procurados do Rio de Janeiro e foi preso na comunidade do Arará, na Zona Norte do Rio, e levado para a Cidade da Polícia, no Jacarezinho, onde deve prestar depoimento.
Ele foi capturado por dois policiais, um da 12ª (Copabana) e outro da 13ª (Ipanema). Segundo os agentes, ele não resistiu à prisão, que ocorreu na laje de uma casa. Ainda de acordo com a polícia, havia seguranças com Rogério quando ele foi localizado, mas os comparsas fugiram com a chegada da equipe. O traficante foi encontrado na casa de uma mulher na comunidade.
Nos últimos meses, depois da guerra na Rocinha, o traficante estava rondando as favelas do Comando Vermelho, sem permanecer muito tempo em nenhuma comunidade.
Segundo o Disque Denúncia, desde o início do ano foram recebidas 434 denúncias contendo informações sobre o traficante Rogério 157 durante operação que ocorre nas imediações da comunidade da Mangueira.
“Ele tava escondido numa casa, a cerca de 300 metros do presídio onde está Cabral. E nessa casa simples, ele tinha dois seguranças. A polícia soube da localização e cercou essa casa. Eram pelo menos 20 homens. Quando a polícia chegou, os dois seguranças foram pra um lado e o Rogério 157 escapou pra uma casa de trás e se escondeu num cobertor, fingindo que tava dormindo. Quando a polícia chegou, ele disse que era primo da moradora e que se chamava Marcelo de Souza Silva.”, disse um dos policiais que efetuou a prisão.
O traficante foi localizado durante uma megaoperação das polícias Civil, Militar e Federal, da Força Nacional e das Forças Armadas nas comunidades da Mangueira, Tuiuti, Arará, Mandela 1, Mandela 2 e Barreira do Vasco. A recompensa por informações que levassem à prisão de Rogério 157 era de R$ 50 mil. Ele era procurado por tráfico, associação para o tráfico de drogas, extorsão e homicídio.
Nesta manhã, 2,9 mil homens das Forças Armadas participam da ação. Os militares são responsáveis pelo cerco das comunidades e pela retirada de barricadas. Na ação, agentes do Batalhão de Ações com Cães (BAC) apreenderam uma grande quantidade de drogas na comunidade do Mandela.
Logo após a prisão de Rogério 157, segundo informações do Bom Dia Brasil, começou um intenso tiroteio na Favela da Rocinha.
Comunidade fica atrás do presídio de Benfica
A comunidade onde o traficante foi encontrado fica atrás do presídio de Benfica, onde está preso o ex-governador Sérgio Cabral e outros políticos. Em novembro, esses políticos detidos por corrupção haviam feito reclamações, pois as celas destinadas aos presos por corrupção não ficam de frente para a fachada do presídio, mas sim para a favela do Arará.
De acordo com informações obtidas pelo Bom Dia Rio, o barulho causado por um baile funk na comunidade tem atormentado os detentos e sido alvo de reclamações.
Guerra na Rocinha
Em setembro deste ano, uma batalha sangrenta entre facções rivais na Rocinha levou à realização de operações de segurança quase diárias, inclusive com o reforço das forças de segurança. Nos primeiros dias, 1.100 homens atuaram na favela, sendo 550 homens das forças armadas (Fuzileiros Navais, Exército e Força Aérea Brasileira) e 550 da Polícia Militar.
Rogério 157 era braço-direito do chefe do tráfico na comunidade Antônio Bonfim Lopes, o Nem, que está no presídio federal de Rondônia. Após a prisão de Nem, Rogério Avelino assumiu o controle do tráfico na Rocinha.
Segundo testemunhas, em agosto desse ano, Nem teria determinado que Rogério 157 entregasse a comunidade. Rogério estava impondo a cobrança de taxas para o comércio e controlando a venda de gás, água mineral e carvão, entre outras práticas típicas de milicianos, o que desagradou a Nem.
No Dia dos Pais, o que parecia ser uma trégua, foi o início da guerra. O depoimento diz que Rogério 157 chamou os traficantes “Perninha”, “99” e “Vasquinho”, aliados de Nem, para uma conversa; que nesta mesma conversa os traficantes “Perninha”, “99” e “Vasquinho” foram executados, a mando de Rogério.
Segundo a testemunha, depois de matar os rivais, Rogério convocou os chefes da facção a que pertencia para dizer que agora era ele quem mandava no morro. Muitos dos chefes não concordaram, dizendo que, mesmo na prisão, Nem ainda era o comandante do tráfico. Com a facção dividida, começou a guerra na comunidade.
Fonte: G1
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