segunda-feira, 19 de novembro de 2012

REDES SOCIAIS OS BENEFÍCIOS E RISCOS


Redes Sociais: conheça os benefícios e riscos que a tecnologia oferece

Ururau/Reprodução
É possível controlar a exposição de informações pessoais na grande rede?

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 menosÉ possível controlar a exposição de informações pessoais na grande rede?
As tecnologias da informação, através das redes sociais, como Twitter, Facebook, Linked, MySpace e Orkut, se instalaram de tal maneira na vida da sociedade moderna, que atualmente uma grande parte da população se vê dependente a ela, mergulhada em um universo tão habitado e ao mesmo tempo solitário. 

Essas novas formas de comunicação, no século XXI, vieram mexer completamente com a relação entre o público e o privado. Ao mesmo tempo, que as redes sociais, se utilizadas corretamente, podem ser de grande uso para a vida das pessoas, a exposição, pode acarretar inúmeros problemas. Mas quais são os riscos que as redes sociais realmente apresentam? Até que ponto elas podem ajudar ou atrapalhar? Existem limites para o uso?
Considerado um ambiente de socialização, interação e aproximação de quem está, às vezes muito longe, além de ser também uma possibilidade para oportunidades profissionais, as redes sociais também podem promover o distanciamento de pessoas próximas. Ao mesmo tempo em que, une e cria novos laços, elas se transformam em palco de confusões, fofocas e intrigas, em certas situações, tornando público particularidades desnecessárias de superexposição em rede.
Para a relações públicas, Daniela Constantini, de 25 anos, o conceito atualmente, passa do status de uma ferramenta de comunicação para um ambiente social, no qual se promove a liberdade, onde os indivíduos se utilizam desse ambiente, como um espaço autorrepresentativo.
“Só o próprio usuário pode ter o controle de privacidade. O facebook, por exemplo, foi criado em 2004, com um propósito de não ser apenas mais uma rede social. A rede foi criada com um perfil mais universitário, com o objetivo de focar os alunos dos Estados Unidos que estavam saindo do Ensino Médio para a Universidade, para que eles pudessem se comunicar e acabou atendendo a outras demandas. Acho interessante esse sistema de comunicação, também com o chat, capaz de superar o Msn, que acabou se tornando atualmente a base de uma tecnologia maior.”
Entre as vantagens, benefícios e riscos, Daniela explicou que, através da exposição do que é privado, o indivíduo se torna réu das próprias palavras e pensamentos. Mas como em todos os lados, as redes sociais também possuem seus pontos positivos.
“No caso do facebook, vejo como os pontos mais fortes nessa rede, a facilidade de comunicação, localização das pessoas que já perdeu o contato há tempo, além das Fanpages, páginas onde se podem divulgar trabalhos, eventos e oferecer serviços. Mas essa exposição pode repercutir negativamente, pois o excesso de liberdade já é um grande problema e o que é íntimo nem sempre deve vir a público. Muitas vezes, a vontade de se falar o que pensa e publicar pensamentos íntimos, pode trazer riscos, fazendo da rede um depósito de informações pessoais. Sem contar a exposição de fotos pessoais em excesso, expondo a vida da pessoa”, disse a relações públicas.
Para o psicólogo, Luiz Antônio Cosmeli, as redes sociais possuem um papel importante, mas causam um isolamento social e individualização do indivíduo.
“Há um comportamento de se evitar o olho no olho, onde as emoções estão presentes. Quando um equipamento causa essa intermediação, você não sabe o que se passa. O mundo do indivíduo digital e midiático é para satisfazer seus desejos e fantasias, mas na realidade isso causa uma decepção, pois ela exige essa troca e contato. As redes sociais chegaram de forma veloz e com um suporte tecnológico rápido, mas ainda, não se tem uma medida de todo mal e bem que elas podem causar. Por um lado elas têm um papel social na construção da notícia e podem produzir coisas boas como a troca de ideias, experiências, eventos e valores. Já por outro, podemos ver constantes casos de bulling, difamação e pornografia. Há uma preocupação para que se tenha cuidado com a abertura desse espaço, que pode trazer prejuízo para a formação do caráter da criança e do adolescente. Se você se esconde atrás do equipamento, deixa fluir o que tem de pior em você. Essa relação não pode servir para nossas instâncias mais psicológicas e primitivas.”
Segundo o coordenador de pós-graduação de cognição e linguagem da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), Carlos Henrique Medeiros de Souza, muitas pessoas ainda estão descobrindo sobre o uso das redes sociais.
“Muitos usam como forma de procurar e fazer contato com amigos e depois vão se acomodando, cometendo alguns movimentos perigosos. É preciso ter cuidado, porque nunca se sabe se realmente é aquela pessoa que está atrás daquele perfil. Jovens precisam inventar uma idade para entrarem na rede e muitas das vezes se conversa, na verdade, com uma criança. As redes sociais devem ser melhor trabalhadas na família e na educação escolar.”
Para Carlos esse grandioso avanço tecnológico, possibilitou inúmeros avanços para a sociedade. Mas ele também alerta sobre os riscos de sua utilização.
“As redes sociais aceleraram a comunicação, facilitaram as formas de se comunicar, diminuíram as barreiras e socializaram a informação. Isso é um benefício muito grande. O que se vê hoje é que as pessoas potencializaram seus comportamentos, tornando público o que já era. As pessoas muitas vezes publicam sem saber quem está lendo aquela postagem e ficam expostas na mídia a qualquer tempo. Marca-se para sempre sua vida e sua conduta hoje vai poder ser vista para sempre. Elas não pensam que ali, naquele meio, montaram seu histórico de vida. Vejo a chegada dessa tecnologia como um ganho maior, do que prejuízos. Só é preciso saber lidar com esse novo espaço de convivência.”
O coordenador ainda explicou que existem duas denominações para os internautas. Imigrantes digitais, para os que nasceram antes da década de 90 e depois de adultos foram impulsionados pelas redes e nativos digitais, para as pessoas que nasceram após a década de 90, já contando com o advento da internet e não conseguem imaginar o mundo sem essa tecnologia.
“Chega a um ponto que você não quer que nada te atrapalhe e isso toma conta do seu ser como um todo. O vício pode causar várias doenças como o isolamento social, obesidade, confusão da realidade com o mundo da fantasia, instabilidade de humor e intolerância. É preciso que junto com a rede social, exista vida social, onde ela possa ser vivida exercitando a troca de experiências e contato pessoal. As redes possuem suas vantagens, sua presença é inegável, mas não se pode vender esse produto para ser consumido de qualquer maneira por todos, porque assim, a vida interior começa a ser tomada como peça de exigência da tecnologia. A proporção dessa criação deve ser avaliada no futuro. O exagero faz com que o indivíduo perca a noção da realidade do que ele é e a máquina não pode se transformar em fazedora de gente”, ressaltou o psicólogo, Luiz Antônio.

 
Priscilla Chiapin / Estagiária

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