22/11/2017, 07h46, Foto: Filipe Lemos / Campos 24 Horas
(Atualização às 16h40) – O Ministério Público Eleitoral (MPE) divulgou, na tarde desta quarta-feira (22), os motivos que levaram a pedir a prisão do casal Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho, ambos ex-governadores do estado do Rio, além de mais seis suspeitos de vários crimes. De acordo com o órgão, foi conseguida a prisão preventiva dos envolvidos por meio da Promotoria Eleitoral junto à 98ª Zona Eleitoral de Campos.
NOTA DO MPE – “Além do pedido de prisão, eles foram denunciados por associação em organização criminosa, destinada à arrecadação não declarada e por meio de extorsão de vultosas doações para campanhas eleitorais junto a empresários da cidade. Os fatos ocorreram entre 1º de janeiro de 2009 e 31 de dezembro de 2016, período em que Rosinha esteve à frente da Prefeitura de Campos, no Norte Fluminense.
Na denúncia, a promotoria eleitoral afirma que Anthony Garotinho exercia o cargo de comando da organização. Seria de sua responsabilidade determinar as funções de cada integrante do grupo, desde quem faria a abordagem dos empresários-colaboradores, passando por quem recolheria os valores e qual destino deveria ser dado aos recursos arrecadados. Segundo o documento, Garotinho tinha o poder de subjugar as empresas abordadas e seus sócios, de modo que a não contribuição para campanhas eleitorais poderia acarretar prejuízos a legítimos direitos das empresas, em especial em relação ao recebimento de valores devidos pelo município. A denúncia lista os nomes de outros seis envolvidos no esquema, que também tiveram suas prisões preventivas decretadas na decisão proferida no dia 17 de novembro.
Os acusados são Antônio Carlos Rodrigues (presidente do Partido da República/PR, legenda de Rosinha e Garotinho), Fabiano Alonso (genro de Antônio Carlos, e mentor do esquema de fraude para dissimular as doações de campanha por meio da empresa Ocean Link), Ney Flores (sócio da empresa Macro Engenharia, com quem a Prefeitura de Campos possuía diversos contratos, e um dos principais arrecadadores do esquema), Antonio Carlos ‘Toninho’ (sócio da Ribeiro Azevedo Construções LTDA e considerado o ‘braço armado’ da organização, era quem fazia a cobrança de valores), Suledil Bernardino (ex-secretário nas pastas de Controle, de Governo e de Fazenda em Campos) e Thiago Godoy (subsecretário de Governo de Garotinho, nos anos de 2015 e 2016, além de coordenador financeiro das campanhas de 2014 e 2016).
Além da prisão preventiva de todos os denunciados, a Justiça Eleitoral determinou o sequestro dos bens móveis e imóveis, bem como o bloqueio de dinheiro existente em nome dos réus e das empresas Macro Engenharia e Ribeiro Azevedo Construções LTDA, além da busca e apreensão de telefones celulares, computadores, mídias, pen drives ou documentos dos condenados, que possam ajudar a elucidar os crimes descritos na denúncia. Por fim, foi determinado o imediato afastamento de Garotinho e Antônio Carlos Rodrigues dos cargos de presidente estadual (RJ) e nacional do PR, respectivamente”.
Garotinho se defende
O ex-governador Anthony Garotinho atribui a operação a mais um capítulo da perseguição que vem sofrendo desde que denunciou o esquema do governo Cabral na Assembleia Legislativa e as irregularidades praticadas pelo desembargador Luiz Zveiter.
O ex-governador Anthony Garotinho atribui a operação a mais um capítulo da perseguição que vem sofrendo desde que denunciou o esquema do governo Cabral na Assembleia Legislativa e as irregularidades praticadas pelo desembargador Luiz Zveiter.
PF deflagra operação Caixa D’Água
A Polícia Federal deflagrou uma operação denominada Caixa D’Água na manhã desta quarta-feira (22), em Campos, para cumprir mandados de busca e apreensão e prisão, a partir do depoimento de um executivo da JBS, que teria revelado pagamentos ilícitos (veja abaixo). A ex-prefeita Rosinha Garotinho, o ex-governador Anthony Garotinho, o ex-secretário Suledil Bernardino, um ex-assessor do Garotinho e um empresário do ramo de construção civil e policial civil aposentado, identificado como Toninho, são alguns dos alvos de oito mandados expedidos pelo juiz Glaucenir Silva de Oliveira, da 98ª Zona Eleitoral de Campos. No pedido de prisão preventiva, o Ministério Público argumenta que há envolvidos, em Campos, que tentam intimidar testemunhas e obstruir as investigações.
A PF apura fraudes em licitação e falsidade na prestação das contas eleitorais. O ex-governador Anthony Garotinho foi localizado por agentes da PF no apartamento onde mora, no bairro do Flamengo, no Rio. Já a ex-governadora estava na casa de Campos, no bairro da Lapa, e seu apresentou por volta das 9 horas.
De acordo com a Agência Brasil, a Polícia Federal (PF) informou que eles são acusados da prática dos crimes de corrupção, concussão, participação em organização criminosa e falsidade na prestação das contas eleitorais. A ação, desencadeada hoje (22) pela PF, teve o objetivo de cumprir nove mandados de prisão e dez de busca e apreensão.
Ainda segundo a Agência Brasil, a Polícia Federal e o Ministério Público Estadual identificaram elementos que comprovam que uma grande empresa do ramo de processamento de carnes firmou contrato fraudulento com outra empresa, sediada no município de Macaé, para a prestação de serviços na área de informática.
As primeiras informações é de que Anthony Garotinho será levado para o Presídio de Benfica, no Rio de Janeiro e Rosinha para o presídio Feminino Nilza da Silva Santos, em Campos.
DEPOIMENTO QUE ORIGINOU OPERAÇÃO
O executivo da JBS, Ricardo Saud, em depoimento à Polícia Federal no dia 24 de agosto, fez revelações sobre repasses para campanhas de Garotinho e Rosinha. Uma das citações é sobre o valor de R$ 2,6 milhões, via caixa dois.
Uma coletiva deve ser concedida ainda nesta quarta-feira(22) sobre a operação.
A defesa dos ex-governadores informa que só se emitirá nota quando tiver acesso aos documentos que embasaram os mandados de prisão.
EX-MINISTRO DOS TRANSPORTES E PRESIDENTE NACIONAL DO PR TAMBÉM FOI PRESO
A PF cumpre ainda mandato de prisão temporária contra o senador Antonio Carlos Rodrigues por suspeitas de corrupção e fraude envolvendo prestação de contas eleitorais. Rodrigues também é presidente nacional do PR. O mandato cumprido pela PF foi expedido pela Justiça Eleitoral de Campos. O presidente do PR ainda não foi localizado pela polícia.
Da Redação com Agência Brasil
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