Bacia de Campos: 2º dia de greve com adesão de 35 plataformas
O segundo dia de Greve Nacional dos Petroleiros começa com um quadro atingido durante a madrugada, na Bacia de Campos, de adesão de 35 plataformas. Destas, 22 estão completamente paradas, oito estão com poços restringidos (com reduções na produção que variam de 20% a 97%) e cinco foram passadas para as equipes de “pelegos” (contingência formada pela Petrobrás).
Estão no movimento de greve as plataformas PCE-1, PGP-1, PPM-1, PPG-1, PNA-2, PCH-1, PCH-2, PVM-1, PVM-2, PVM-3, P-07, P-08, P-09, P-12, P-15, P-18, P-25, P-26, P-20, P-31, P-32, P-33, P-37, P-40, P-48, P-50, P-51, P-52, P-53, P-54, P-56, P-61, P-62, P-63 e P-65. No Terminal de Cabiúnas (Tecab), em Macaé, o grupo A ocupou a base, seguindo o indicativo do Sindipetro-NF.
Os trabalhadores de sindicatos filiados à Federação Única dos Petroleiros (FUP) iniciaram greve por tempo indeterminado neste domingo(1º). A paralisação — contra a venda de ativos e a redução de investimentos da Petrobras — prevê a diminuição da produção de petróleo e gás na Bacia de Campos, no Norte Fluminense, que representa 80% da produção do país. A diminuição da produção não deverá comprometer o abastecimento dos postos de revenda de combustíveis,
A FUP concentra 13 sindicatos, que representariam cerca de 70% da força de trabalho da Petrobras. A paralisação foi iniciada às 15h de hoje. Nas plataformas de petróleo da Bacia de Campos, porém, ela começou às 18h, quando ocorreu a troca de turno dos trabalhadores, segundo Marcos Brêda, coordenador-geral do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro NF).
As reivindicações da FUP, reunidas em documento intitulado “Pauta pelo Brasil”, exigem a conclusão das obras do Comperj (RJ) e da refinaria Abreu e Lima (PE), paradas por causa das investigações da operação Lava-Jato e do problema financeiro enfrentado pela Petrobras. Os petroleiros também querem impedir que a estatal siga em frente com o seu plano de redução de investimentos e de venda de ativos.
Categoria pede 18% de reajuste
Calculada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a reivindicação da categoria é de reajuste de 18%, envolvendo reposição da inflação, aumento real e produtividade. A categoria quer voltar ao patamar do acordo que tinha até o ano passado “e partir daí”. Segundo os sindicalistas, esta é a base para a negociação. “A categoria já votou que o patamar mínimo para negociação é voltar ao ACT que tínhamos até 2014.”
Os petroleiros pedem ainda a garantia de que as riquezas do pré-sal sejam exploradas pela Petrobras, em benefício do povo brasileiro, a implementação de uma nova política de saúde e segurança que garanta o direito à vida e rompa com o atual modelo de gestão que já matou 16 trabalhadores só este ano, a recomposição dos efetivos e a preservação de todos os direitos conquistados pelos trabalhadores.
Grevistas querem reduzir produção ao mínimo em Campos
De acordo com Marcos Brêda, do Sindipetro NF, o objetivo dos grevistas é reduzir ao mínimo possível a produção das plataformas da Bacia de Campos. A região tem cerca de 50 plataformas, com aproximadamente 22 mil trabalhadores que atuam embarcados.
— Nossa indicação é de que as plataformas produzam o mínimo para seguir funcionando, uma vez que algumas delas precisam gerar a própria energia para se manter. Mas vamos fazer um monitoramento constante do nível de produção. Se for necessário, vamos subi-lo para evitar consequências no desabastecimento da população, sobretudo na produção de gás — contou o sindicalista.
Para Brêda, porém, nem todas as plataformas devem ser afetadas.
— Há uma dificuldade para atingir todas as unidades porque a Petrobras costuma colocar equipes de contingência. São empregados da próprios da empresa mas de cargo de coordenação e supervisão, que não estão no dia a dia da operação. Vamos denunciar essa prática ao Ministério Público do Trabalho por causa do risco de segurança ao qual ela expõe os trabalhadores — acrescentou.
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