terça-feira, 25 de setembro de 2012

ENTREVISTA COM PEDRINHO CHERENE CANDIDATO DE SÃO FRANCISCO DE ITABAPOANA


SÉRIE DE ENTREVISTAS SÃO FRANCISCO, PEDRINHO CHERENE (PSC)

Divulgação

PEDRINHO CHERENE (PSC)
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1 - São Francisco de Itabapoana é um município de emancipação recente, que desde então tem atravessado um período politicamente conturbado. Primeiro, as disputas foram marcadas por assassinatos de políticos, depois pela cassação de prefeitos. Enquanto isso, nos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do Estado o município tem frequentado sempre as últimas duas posições. Tanto o seu pai quanto o genitor do seu adversário foram prefeitos da cidade neste período. Como convencer a população de que com o senhor é possível mudar este quadro?
Pedrinho Cherene -
 O afastamento, não só de prefeitos, como de vereadores, pela Justiça, mostra que a mesma está mais atenta a possíveis irregularidades durante o processo eleitoral. Isso não é uma exclusividade de São Francisco e representa um avanço em termos de fiscalização e punição no caso específico do abuso do poder econômico. Em relação à cassação do prefeito pelo Legislativo, foi exercido o poder outorgado aos vereadores, que é de fiscalizar o Executivo e, se necessário, cassar o prefeito. E assim foi feito. Minha candidatura não está amarrada a nenhum interesse de grupos financeiros e nem subjulgada a nenhum tipo de interesse político que fuja dos nossos ideais. Minha candidatura surgiu da necessidade de pensar o município de uma forma geral e de elaborar propostas que venham a atender aos anseios da população. Hoje tenho ao meu lado, no meu grupo, pessoas que compartilham desse mesmo ideal e que irão colaborar para que possamos mudar a realidade de São Francisco. As dificuldades existem, temos conhecimento disso, mas estamos munidos de ideias e de vontade para, com trabalho, competência e determinação, reverter esse quadro.

2 - Qual a sua experiência administrativa capaz de credenciá-lo a ser escolhido prefeito?
Pedrinho Cherene -
 No Executivo de São Francisco fui, por um ano e sete meses, secretário de Saúde. Sou médico e essa experiência foi importante para que pudesse me aprofundar no funcionamento do setor. O que me credencia a ser candidato é o conhecimento que tenho da realidade do município. Procuro estudar a fundo os problemas a serem enfrentados e, como já citei, tenho ao meu lado uma equipe com condições de pensar junto comigo as alternativas para colocar São Francisco no caminho certo. Não caí de paraquedas em São Francisco. Acompanho de perto o dia a dia de nossa população. Converso com o povo constantemente, ouço as reclamações e reivindicações e esse contato direto nos deu subsídios para que pudéssemos elaborar um programa de governo que atenda esses anseios e, o mais importante, que possamos cumpri-lo em sua totalidade.

3- O senhor sabe como está a situação da Prefeitura hoje?
Pedrinho Cherene -
 A partir do dia sete de outubro, confirmada a minha vitória, irei formar uma equipe para o governo de transição. A partir daí pretendo ficar inteirado das condições da administração municipal. Desde o dia primeiro de janeiro de 2009 represento a oposição e o que sei a respeito do que se passa é o que a população sabe: imensas dificuldades financeiras, quase nenhuma realização, as poucas obras que vieram por meio de convênios ou estão paralisadas ou se arrastando há anos, saúde gerando reclamações, o município funcionando mal como um todo e outros problemas que vêm se acumulando ao longo desses três anos e nove meses. Mas é importante ressaltar que, o prefeito eleito em 2008 e que sucedeu Pedro Cherene, encontrou uma prefeitura sem dívidas, equipada e funcionando em um prédio próprio. Muito diferente de quando Pedro Cherene entrou na prefeitura sucedendo o ex-prefeito Barbosa Lemos. Na ocasião, os salários estavam há três meses sem serem pagos e, no prédio alugado onde funcionava a prefeitura, não existiam nem móveis nem equipamentos para que se pudesse trabalhar. A frota de veículos estava sucateada e o primeiro grande desafio do então prefeito Pedro Cherene foi colocar os salários em dia, reequipar a prefeitura, montar uma nova frota, com ambulâncias, veículos e máquinas para prestar à população serviços essenciais. 

4 - Quais os seus méritos como candidato? De que forma o senhor pretende dizer ao eleitor que será a melhor opção para o povo sanfranciscano?
Pedrinho Cherene -
Uma candidatura, na verdade, é um processo que começa na base, quando o grupo aponta um candidato. Meu grupo político atua no município de forma sólida. Não se dispersou em nenhum momento e entendeu que eu reunia condições de representá-lo no processo desde 2006, quando fui testado nas urnas como candidato a deputado estadual, obtendo uma expressiva votação dentro do município, e por ter um perfil que transmite ao povo credibilidade e a austeridade que a população espera de um administrador público. A população já me conhece, já me aprovou nas urnas em outra ocasião e sabe da minha postura política. Em uma analise, ela já sabe das minhas qualidades. Conhece meu histórico político e de minha família e pode fazer as comparações para uma conclusão, que irá culminar com o voto no dia sete de outubro.

5 - De que forma o senhor pensa em incrementar o turismo de um município que possui o mais extenso litoral da região e carece de políticas nesta área?
Pedrinho Cherene -
 Esse potencial precisa ser explorado o máximo possível e isso requer uma série de ações, que vão desde a questão de infraestrutura à elaboração de um calendário de eventos que contemple os diferentes segmentos e faixas etárias. Sabemos também da importância de desenvolver uma programação contínua, que busque levar o turista ao nosso município também na baixa temporada. Isso passa pela valorização de nossas festas típicas, como Exposição Agropecuária de Praça João Pessoa e Festival do Maracujá em Travessão de Barra, bem como os festejos nas diferentes comunidades. O foco na questão de infraestrutura inclui o reordenamento e a revitalização de nossa orla, com um moderno projeto de urbanização, e uma atenção especial à segurança pública e ao acesso a serviços que possam interferir de forma positiva na comodidade e no bem estar de quem opta pelo nosso litoral, seja para passar um final de semana em qualquer mês do ano ou para aqueles que costumam vir para cá na alta temporada. Opções de lazer e de entretenimento, sejam a nível cultural ou esportivo, são essenciais e isso contribui para aquecer a economia local.

6 - O Terminal Portuário de Uso Privativo (TUP) do Grupo Ferrous, em Presidente Kennedy (ES), a ser concluído em 2013, está a alguns poucos quilômetros de Barra do Itabapoana. O projeto, orçado em US$ 2,7 bilhões, prevê a instalação de um superporto, três pelotizadoras e uma siderúrgica. De que forma, se eleito, o senhor pensa em desenvolver uma política para capacitar a população, sobretudo os jovens, a fim de que eles tenham acesso às melhores oportunidades neste gigantesco empreendimento? 
Pedrinho Cherene -
 Não só Presidente Kennedy, mas também São João da Barra, com o complexo portuário do Açu, representam grandes perspectivas aos nossos munícipes a nível profissional. Os dois empreendimentos estão muito próximos de São Francisco e a palavra capacitação se torna essencial. Buscaremos parcerias para trazer cursos visando inserir nossa população de um modo geral e a juventude, em particular, nesse contexto de desenvolvimento. Haverá uma grande oferta de mão de obra e esperamos oferecer profissionais capacitados para atuar em várias frentes nesse amplo leque de opções que vem se desenhando em termos de mercado de trabalho.

7- A produção da fruticultura tem despencado no município, sobretudo do abacaxi. Quais as suas propostas para reverter este quadro de declínio?
Pedrinho Cherene -
Trabalhar junto ao pequeno e médio produtor  é o caminho a ser seguido quando o assunto é revigorar o nosso setor agrícola e pecuário. É preciso oferecer a esses produtores apoio técnico desde o plantio, visando uma melhoria na produção, até o suporte operacional, disponibilizando maquinário como trator e retro-escavadeira e viabilizar a aquisição de equipamentos de irrigação em períodos de estiagem. Precisamos analisar as causas de supostos declínios em determinadas culturas e buscar soluções, que podem vir por meio de uma ação entre nossos técnicos e órgãos competentes, como a Emater, por exemplo. Outra preocupação é em relação às condições para o escoamento dessa produção e isso passa pela criação de feiras e pela construção de um mercado municipal. O incentivo às fábricas, sejam elas de farinha, de tapioca, de goiabada ou de queijo também estão entre nossas prioridades, pois aquecem a economia desde aquisição da matéria-prima até a venda dos produtos.

8 - Entre 2005 e 2007 a Educação do município sofreu uma queda na avaliação do Ideb. No ano de 2012, entretanto, o índice obtido foi de 4.3 no município, enquanto a meta projetada pelo MEC foi de 4.4. Houve uma evolução considerável, mas é preciso avançar mais. Como o senhor avalia os resultados do Ideb no município? Quais as políticas públicas para a melhoria da qualidade da Educação?
Pedrinho Cherene -
 Educação é um processo contínuo, não é um produto acabado a cada ano letivo. 2012 é resultado de uma política educacional que iniciou em 2001, no Governo Pedro Cherene, pautada em programas educacionais direcionados a professores e alunos, como os PCN`S (Programa Parâmetros Curriculares Nacionais), o próprio PROFAC (Programa de Formação e Ação Continuada), implantado pela Secretaria Municipal de Educação, além de outros. Vale lembrar que praticamente todas as secretárias de Educação que passaram pela pasta são lotadas na rede municipal, dando desde então, sua contribuição para essa melhoria na qualidade do ensino, ao atuarem em sala de aula, junto com os demais profissionais da rede, comprometidos com o desempenho de seus alunos.

9 - Como o senhor pretende solucionar os graves problemas na Saúde do município? Quais programas de ações em seu governo, caso eleito for?
Pedrinho Cherene -
Implantando uma política efetiva de Saúde Pública, considerando a eficácia dos programas do Ministério da Saúde, além da implantação dos Distritos Sanitários, do Programa Estratégia Saúde da Família e dos Agentes Comunitários de Saúde, construção de Unidades Básicas de Saúde, oferta gratuita de medicamentos, construção de Centro de Fisioterapias, aquisição de novas ambulâncias e principalmente reestruturar o Hospital Municipal Manoel Carola e ampliação de novas Unidades 24 horas.

10 - Como o senhor avalia os resultados do trabalho do atual prefeito, seu adversário, para solucionar os graves problemas da Saúde, que acabou por derrubar o ex-prefeito Beto Azevedo?
Pedrinho Cherene -
 Existia uma grande expectativa da população em relação a uma melhoria no sistema de saúde após a entrada do atual prefeito, até mesmo por ele ter assumido esse compromisso publicamente, inclusive estipulando prazo para que isso acontecesse. Mas o que se observa é que nada aconteceu. O problema da falta de medicamentos continua e ausência de médicos, também.

11- O senhor tem contado com o apoio do ex-governador Anthony Garotinho em sua campanha? Que tipo de apoio?
Pedrinho Cherene -
 Sou aliado do deputado Garotinho, inclusive o apoiando nas eleições de 2010 quando tentava uma vaga na Câmara Federal. Tenho, sim, seu apoio, de toda sua família e de seu grupo político. Seu filho, Wladimir, participa de minha campanha de forma efetiva e o deputado federal Paulo Feijó, outra grande liderança do PR na região, também está frequentemente em São Francisco engajado em nossa candidatura. A preferência pelo meu nome por parte do deputado Garotinho foi definida antes do meu adversário, que integra os quadros do PR, assumir a prefeitura e mantida ao me tornar oficialmente candidato, a partir da convenção partidária no mês de junho.

12 - Como o senhor pretende solucionar o problema do transporte coletivo do município, que inclusive prejudica terrivelmente o desenvolvimento do turismo?
Pedrinho Cherene -
 O transporte intermunicipal é de competência do governo do Estado, cabendo ao município reivindicar junto ao mesmo ações à nível de concessão de linhas com opções de horários. Pretendemos concluir as obras da rodoviária municipal, que teve início no governo do prefeito cassado e, pelo que parece, não deve ser concluída pelo atual prefeito, para que ela possa servir como referência nessa questão do transporte intermunicipal. Em relação ao transporte público dentro do município, é necessário ter uma atenção especial com as estradas vicinais para que elas possam receber linhas regulares. Entendemos que é fundamental oferecer à população condições de locomoção entre as comunidades, que são muitas, e a sede do município. Isso é essencial para que possamos manter uma das grandes características de nosso município, que é o povo vivendo em suas comunidades. Analisando assim, o nosso governo será participativo, ouvindo os segmentos envolvidos e a sociedade, buscando soluções que atendam satisfatoriamente a todos.

13 - Como prefeito de um município de baixa receita própria, extremamente dependente de verbas e convênios dos governos estadual e federal, qual a interlocução que o senhor pretende manter com Brasília e o Rio de Janeiro?
Pedrinho Cherene -
 Iremos atrás de qualquer verba e convênios que sejam viáveis para o município. Quanto a isso não restam dúvidas. Iremos nos articular junto às esferas estadual e federal nesse sentido e, com apoio de deputados aliados, esperamos incluir emendas ao orçamento da União que possam beneficiar o município em diferentes áreas, sempre respaldado por um estudo mostrando nossas carências, e não de forma aleatória.

14 - Quais as ações que o senhor pretende implementar para a pesca, um setor tão importante para o município? De que forma seu programa de governo contempla esta importante atividade? 
Pedrinho Cherene -
 Nosso programa de governo tem como proposta, entre outras coisas, uma escola de pesca dentro do município, oferecendo cursos de capacitação para utilização de novas tecnologias para limpeza e para embalar o pescado para comercialização. Também pretendemos buscar parcerias para oferecer subsídios de óleo aos pescadores e construir píer em nossos principais polos pesqueiros para facilitar a entrada e saída dos barcos. Também é meta implantar uma estação de rádio, como meio de acesso rápido e fácil com os pescadores e formar parcerias com as esferas superiores para a melhoria na qualidade de vida das comunidades pesqueiras. Pretendemos ser, enquanto governo, um facilitador na agilidade de financiamentos já existentes para a classe pesqueira.

15 - A vereadora Adriana Coelho, antiga aliada do grupo de seu pai, acaba de renunciar à sua candidatura à reeleição para apoiar o seu adversário Frederico Barbosa Lemos. De que forma o senhor analisa essa deserção em seu grupo?
Pedrinho Cherene -
 Analiso como uma coisa normal dentro do processo democrático. Apesar de pertencer ao PPL, um partido que compõe nossa base de apoio, e que inclusive está coligado ao meu partido, o PSC, na proporcional (eleição de vereadores), ela optou por não mais tentar a reeleição e apoiar a candidatura do meu oponente. Cabe a mim e a meu grupo respeitar sua decisão.

16 - Ela afirma que o senhor tem abrigado em seu grupo muitos dos que fizeram parte do desastrado governo do ex-prefeito Beto Azevedo. Qual sua avaliação sobre esses apoios e da declaração da vereadora?
Pedrinho Cherene -
 Temos no município duas candidaturas e um grupo político que praticamente se desfez, ao lado do ex-prefeito Beto Azevedo. Cada um dos integrantes desse grupo procurou se posicionar dentro desse novo cenário político e não podemos julgar todas as pessoas que participavam desse grupo pelo que fez o ex-prefeito. O argumento da vereadora, portanto, perde o sentido a partir do momento em que vemos, em apoio à outra candidatura, nomes que estiveram até o último momento junto ao prefeito cassado. Dos três vereadores que votaram contra a cassação, dois apoiam a candidatura adversária, inclusive com a candidata a vice na chapa adversária sendo esposa de um desses vereadores que se posicionaram a favor da permanência de Beto Azevedo à frente da prefeitura. Existe o caso, também, de secretário do governo anterior que se manteve no governo, apenas mudando de pasta.

17 - SFI ganhou destaque nacional com a prisão do Prefeito, Beto Azevedo, de quem seu oponente era o vice. Qual a análise que faz desse momento político do município, sobre o aspecto político e moral?
Pedrinho Cherene -
 Quanto ao aspecto político, creio que a população tenha se decepcionado muito nas últimas eleições municipais pelo fato do ex-prefeito Beto Azevedo, além de ter deixado a desejar dentro do plano administrativo, ter traído a confiança de seus eleitores, sendo até mesmo preso por corrupção, o que é lamentável, manchando o nome do município. Isso aumenta a responsabilidade de quem se propõe a governar São Francisco, pois acredito que exista hoje um eleitor ainda mais criterioso, mas que não perde as esperanças de dias melhores. Mesmo não tendo nenhuma afinidade política com o prefeito cassado e de não tê-lo apoiado em sua eleição, torci pelo desenvolvimento do município, o que acabou não acontecendo. Mas os dias são outros e me proponho, entre outras coisas, a resgatar a autoestima de nossa população e a zelar pelo nome do nosso município.

18 - O que destacaria do governo de seu pai e que teria planos para colocar em prática caso eleito?
Pedrinho Cherene -
 O governo Pedro Cherene foi de realizações. Difícil andar pelo município e não perceber isso. Construções de escolas, creches, praças, da sede da prefeitura, do centro de fisioterapia, pavimentação de ruas e estradas em inúmeras comunidades, aquisição de máquinas e veículos, programas sociais e cursos de qualificação profissional, como o “Padaria Escola”, hoje desativado, valorização da Terceira Idade, com implantação do Centro de Convivência, implantação do Cartão Alimentação do Servidor, são algumas das marcas de sua administração. Com seriedade, austeridade e com colaboradores competentes pretendo reviver esse período de realizações e construir um município que todos esperam.
Ururau

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