Que o digam os veranistas e moradores mais antigos da praia, que se reuniram no último dia 19 de novembro para protestar e chamar a atenção das autoridades competentes para o problema das dunas e avanço do mar. Eles relembraram os velhos tempos. Um tempo em que o mar não avançava sobre avenidas, ruas, prédios e residências. Um tempo em que não existiam as mal faladas dunas (montanhas de areia, formadas pelo vento). Um tempo em tinha-se a certeza que ao entrar no mar somente iriam encontrar peixes e não escombros, escombros e escombros.
O morador e advogado, Geraldo Machado, entrou com um processo contra a Prefeitura, a fim de que o município remova toda a areia que ameaça invadir as casas da avenida Beira Mar.
“Entrei contra a prefeitura. Antes, porém, tentamos de todos os modos. A Prefeitura chegou a fazer estudos, mas isso envolve uma verba muito grande, mas não há vontade política”, disse o advogado.
Moradores
Durante o ato realizado no dia 19 de novembro deste ano, moradores revelaram como se sentem diante da nova realidade de Atafona.
Durante o ato realizado no dia 19 de novembro deste ano, moradores revelaram como se sentem diante da nova realidade de Atafona.
O médico Luiz Petrucci conta que da varanda de sua casa olhava o mar e agora, o que vê são montanhas de areia, atrapalhando não somente sua visão para o mar, mas também de tomar banho, pescar, entre outros. “E o pior disso tudo, quase me impedindo de entrar em casa. É isso que dói, entristece a gente”, afirma Luiz Petrucci.
– Escolhi Atafona para envelhecer, curtir minha família, um lugar com um clima maravilhoso, onde tem a foz com o Rio Paraíba. Mas estou preocupado, porque vejo que Atafona está morrendo, as dunas estão aumentando e não vejo um político que possa lutar junto ao moradores para não deixá-la morrer – lastima Élvio Aguiar.
Muitos entendem que esse fenômeno do avanço do mar e aparecimento de dunas é natural nas regiões que fazem foz com rio. E chegam a arriscar uma sugestão. “É simples o projeto que vou citar e que já tem em outras praias como Conceição da Barra e Marataízes. Coloca-se um espigão na orla e afasta o mar, levando-o para dentro da praia. O que falta é interesse das autoridades em ver Atafona como patrimônio de São João da Barra. Atafona está perdendo até seu pontal”, acrescenta Luiz Rocha.
As “apaixonadas” por Atafona, Sandra Maria e Irene Silva, também sentem saudades da “velha Atafona”, escolhidas por elas para passarem o resto das suas vidas. Sandra Maria disse que as dunas estão sucumbindo as casas e também criticam os políticos que não fazem nada para ajudar a mudar esse quadro. Irene Silva é outra que acredita que somente um espigão de concreto para resolver essa situação. Para essas e muitas outras pessoas, a luta não vai parar por aí.






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