Um macaco da raça bugio está amedrontando os moradores de Cordeiro, na Serra do Rio. Só neste mês de dezembro, quatro pessoas foram atacadas pelo animal no bairro Posto Zootécnico. O último caso aconteceu nesta terça-feira (27) quando uma menina de 5 anos foi atacada e foi machucada na mão e na cabeça. Ela e outra criança estão entre as vítimas que tiveram ferimentos leves e foram levadas para o hospital.
O medo aumenta porque o macaco não está ficando somente na mata. Eles entram nos quintais das casas e acabam atacando ao se sentirem ameaçados.
“Só deu tempo de pegar a vassoura e expulsar ele e pegar ela no colo e levar lá pra frente, onde estava minha irmã e o outro tio dela. Corremos com ela para o hospital, disse Janaína de Jesus, que conseguiu ajudar a sobrinha. Outra menina que estava com a vítima conseguu fugir.
Nesta quarta-feira (28), policiais ambientais, integrantes do Corpo de Bombeiros e do Parque Estadual do Desengano tentaram capturar o macaco e família dele, mas não conseguiram concluir a operação. Segundo Carlos Dario, chefe do parque, a operação visa capturar o bicho sem machucá-lo e levá-lo para um ambiente mais seguro.
“A primeira coisa é ver o estado dele, por isso nós estamos com biólogos e os veterinários estão chegando para avaliar a condição dele. Ele estando apto pode ser solto em qualquer fragmento florestal próximo parque. Pegando um, atrai os outros e a gente consegue levar a unidade familiar completa, disse Carlos.
Já para o ambientalista Fernando Cavalcanti, a relação entre moradores e animais só é possível se a vizinhança passar por um processo de educação ambiental. “ Os tataravós deles (macacos) devem ter vivo em áreas de mata muito maiores do que eles estão submetidos neste momento. Na realidade, ele deveria estar numa mata que tivesse água e as condições dele. Por causa disso, ele já fica nervoso, além do fato dele estar com a cria, com a família”, afirmou.
Outro fator agravante é que algumas crianças teriam jogado pedras nos animais. “Conversamos com alguns moradores e muitos relataram que viram crianças jogando pedras, pedaços de galhos e fazendo reflexo com pedaços de espelho no olho do animal. Então, ele quando vê criança uma criança, ela se tornou uma ameaça iminente pra ele. Outro porém é que alguns moradores alimentaram os animais, fazendo com que os macacos perdessem a noção de limite”, disse Iago Couto, secretário da ONG Ser da Terra que atua em Cordeiro.
Nesta quinta (29), veterinários da Universidade Estadual do Norte Fluminense irão até Cordeiro para ajudar na captura e poderão usar tranquilizantes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário