sexta-feira, 8 de maio de 2015

Mais um suspeito de assalto com facadas no Centro do Rio é preso


Dois celulares foram apreendidos com o criminoso.
Outros dois suspeitos de participar do crime foram presos na quarta (6).

Lívia TorresDo G1 Rio
Michel Almeida Mandarino, 18 anos, foi preso nesta sexta (8) (Foto: Divulgação/ Polícia Civil)Michel Almeida Mandarino, 18 anos, foi preso nesta sexta (8) (Foto: Divulgação/ Polícia Civil)
Mais um suspeito de participar de um assalto, onde um homem de 52 anos foi esfaqueado no Centro do Rio na semana passada, foi preso nesta sexta-feira (7) por policiais no Conjunto de Favelas Penha, Subúrbio do Rio. De acordo com o delegado assistente da 22ª DP (Penha), Carlos Rangel, Michel Almeida Mandarino, de 18 anos, foi autuado em flagrante por receptação. Dois celulares foram apreendidos com o criminoso.

Segundo a polícia, preso tem duas passagens como menor de idade, uma por roubo e outra por associação para o tráfico. Ainda segundo as investigações, Michel faz parte do tráfico de drogas da Vila Cruzeiro e de uma quadrilha que age realizando roubos no centro do Rio e Zona Sul.
Dois jovens foram presos pelo crime (Foto: Lívia Torres / G1)Dois jovens já tinham sido presos pelo crime
(Foto: Lívia Torres / G1)
Outros dois suspeitos de participar do crime foram presos na quarta-feira (6). Paulo Henrique Benetido da Silva, de 20 anos, é suspeito de segurar a vítima e Rodrigo de Souza Duarte, de 25 anos, teria esfaqueado o senhor.
Segundo o delegado Carlos Rangel, Rodrigo confessou o crime na delegacia. Antes, no Parque Proletário, onde moram e foram encontrados, ele ofereceu resistência à prisão e acabou ferido na testa. Paulo negou o assalto, mas com ele foi encontrado o casaco que aparece nas imagens durante o assalto.
Os dois já tinham quatro passagens pela polícia cada. Em 2014, a dupla foi presa durante um assalto em Botafogo, na Zona Sul.
Crime no Centro
Uma sequência de assaltos e o flagrante do homem atingido pelas facadas foram mostrados em uma reportagem na sexta-feira (1º) pelo Jornal Nacional (assista ao lado). Os registros foram feitos no mesmo local onde outras reportagens anteriores mostraram flagrantes de  roubos e violência.
Enquanto esperava para voltar para casa no fim de um dia de trabalho, um homem, que preferiu não se identificar, foi cercado por três jovens. Assustado, não percebeu direito o que aconteceu e levou quatro facadas. Toda ação dos assaltantes durou seis segundos e eles nem se preocuparam em sair correndo.
O homem saiu andando em busca de socorro, caminhando ensanguentado pelo Centro do Rio, com um grande ferimento no ombro e o cordão ainda pendurado no pescoço. A polícia e os bombeiros só chegaram meia hora depois. O ferido esperava deitado na portaria de um prédio. Ele foi hospitalizado e recebeu alta no mesmo dia.
"Eu estava no ponto de ônibus e tentaram me roubar, me furaram", disse a vítima.
Antes de atacar o homem a facadas, o mesmo grupo já tinha feito outra vítima um pouco antes. A equipe da TV Globo acompanhou a movimentação dos suspeitos durante dois dias, no Centro do Rio. Eles ficaram caminhando pela região durante horas, na mesma calçada, procurando um cordão num pescoço ou alguém distraído no celular.
Assaltos e corre-corre são comuns no Centro do Rio. Em uma outra rua, um dos suspeitos entrou correndo num bar, foi derrubado e agredido por várias pessoas. Quando tentava fugir foi apanhando pela camisa. Já em pé, foi agredido de novo. Nenhum policial apareceu e o rapaz voltou a caminhar tranquilamente pelas ruas.
Agentes patrulhavam a pé as ruas do Centro do Rio neste sábado (2) (Foto: Mariana Cardoso/G1)Agentes patrulhavam a pé as ruas do Centro do Rio
neste sábado (2) (Foto: Mariana Cardoso/G1)
Policiamento reforçado
Um dia após a divulgação das imagens de roubos e ataques a pedestres no Centro do Rio,policiais militares circulavam ostensivamente na região da Avenida Rio Branco, o coração financeiro da cidade. Os agentes circulavam pelas ruas a pé, em motocicletas e carros.
Guardas municipais também foram vistos na região. Na manhã de sábado (2), também foi possível ver vários pedestres andando abraçados com as bolsas, com medo de novos assaltos.

O tenente coronel Ricardo Faria, comandante do 5º Batalhão da Polícia Militar, no Centro, que é responsável pela área, informa que o policiamento na avenida foi reforçado por mais 28 PM e seis viaturas baseadas em pontos estratégicos e fazendo rondas, totalizando 52 policiais atuando na região.

Ele lembra ainda que o poliociamento de rotina é feito diariamente por 24 PMs a pé, além de contar com dois pontos de rádio patrulha. Ainda segundo o comandante, de janeiro a abril deste ano, 290 pessoas foram presas e 109 menores foram apreendidos em todo o Centro. Somente na Avenida Rio Branco, houve 22 prisões e oito menores apreendidos. Quatro armas também foram apreendidas por policiais.
Carro da PM estava parado na Rua 7 de Setembro, no Centro do Rio, local onde homem foi atacado por menores (Foto: Mariana Cardoso/G1)Carro da PM estava parado na Rua 7 de Setembro,
no Centro do Rio, local onde homem foi atacado por
menores (Foto: Mariana Cardoso/G1)
Um policial militar, que não quis se identificar, confirmou o reforço no policiamento. “Há agentes de várias unidades espalhados ao longo da Avenida Rio Branco. Estamos aqui para reforçar a segurança das pessoas que passam por aqui", disse ele, que estava posicionado em frente ao ponto de ônibus onde os flagrantes aconteceram.

De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), no primeiro trimestre de 2015 foram registrados 986 casos de roubo a pedestre e 130 casos de roubo de telefones celulares no Centro, o que representa uma média de 11 assaltos por dia. Porém, muitos pedestres que circulam pela região acreditam que este número é bem maior, já que muitos casos não são registrados em delegacias pelas vítimas.

Assaltos frequentes
O porteiro do prédio onde trabalha o homem que foi esfaqueado por assaltantes diz que os roubos são frequentes. "Eu trabalho aqui há 28 anos, nunca fui assaltado por milagre de Deus. Já perdi até as contas de quantos assaltos já presenciei aqui".

Outra funcionária do mesmo edifício conta que a criminalidade se tornou rotina. "Os pivetes andam em grupo e eles assaltam uma pessoa por vez. Eles escolhem a pessoa e partem pra cima. Geralmente as vítimas gritam, mas os assaltantes somem no meio das pessoas, ninguém consegue prendê-los".

Cláudio Barros, que é segurança de um edifício na Rua 7 de Setembro, disse que os assaltos são frequentes na região.

"Toda hora acontece assalto nessa rua. O pessoal às vezes entra aqui e pede socorro. Um dos adolescentes que esfaqueou o homem na quinta (30) tentou entrar no edifício, mas eu o expulsei porque os populares queriam linchá-lo", disse o segurança.

Um homem que preferiu não se identificar por medo da onda de insegurança e que trabalha na Avenida Rio Branco há mais de 15 anos tenta explicar porque nunca foi assaltado na região.

"Nunca fui assaltado aqui, porque trabalho na região há muito tempo e a gente acaba 'pegando' o esquema. Quando um deles aparece, a gente já identifica de longe que são bandidos pela forma como andam", disse o homem.

Para ele, os assaltos flagrados pelas câmeras não são crimes pontuais. "Infelizmente estamos acostumando com essa situação. Isso já virou rotina".

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