Colegas entraram no cemitério pilotando suas motos em homenagem.
Em seis dias, 12 pessoas morreram em tiroteios em favelas do Centro.
Dor e revolta marcaram o enterro dos dois mototaxistas mortos no Morro do São Carlos, no Cemitério do Catumbi, na região central do Rio, na tarde deste sábado (16). Parentes e amigos de Ramon Moura, de 22 anos, e Rodrigo Lourenço, de 29, voltaram a acusar policiais militares pelos homicídios.
Uma faixa na porta do cemitério homenageava Rodrigo, morto com quatro tiros na cabeça. Moradores encontraram o corpo num matagal no alto do São Carlos. No mesmo lugar estava o corpo de Ramon, também foi assassinado a tiros.
"A primeira impressão que nós tivemos era que tinha sido a facadas. A perícia constatou que meu filho tinha quatro tiros na cabeça. Meu filho foi executado, os moradores todos sabem que o Bope é que estava no morro", lamentou a mãe de um deles, que não quis se identificar. "Todos os dois estavam trabalhando. E agora eu quero justiça".
O enterro lotou o cemitério. Muitos colegas de trabalho usavam camisetas com a foto deles. Em outra homenagem, dezenas de motoqueiros entraram no cemitério, pilotando as motos.
Na saída, houve novo protesto. Um grupo de moradores das comunidades e de paretes dos mortos foi até a frente do Palácio Guanabara, sede do governo, em Laranjeiras. A Rua Pinheiro Machado chegou a ficar fechada por 10 minutos. De lá seguiram para o Largo do Estácio, onde a manifestação continuou.
"A comunidade está em luto. Pode subir na comiunidade que você vai ver é faixa preta para todos os lados. Eu quero a resposta da nossa Justiça e que eles saibam de uma coisa: no morro, nas comunidades, mora muita gente de bem", desabafou a mãe de um dos mortos.
Desde o dia 9, pelo menos 12 pessoas morreram em tiroteios nas comunidades vizinhas do São Carlos, Fallet e Coroa. O policiamento foi reforçado após moradores voltarem a protestar no Catumbi, que dá acesso ao São Carlos. Segundo a Unidade Polícia Pacificadora (UPP), o Batalhão de Choque e o de Operações Policias Especiais (Bope), além de agentes de outras UPPs da região, ficarão no local por tempo indeterminado.
Moradores do Morro de São Carlos interditaram, nesta sexta, o tráfego Largo do Estácio, que dá acesso ao morro, por cerca de meia hora. O Batalhão de Choque da Polícia Militar foi chamado para dispersar o protesto e houve confronto no local. Os policiais usaram bombas de efeito moral contra os manifestantes, que arremessaram pedras.
Semana sangrenta
Além de Ramon e Rodrigo, outras 10 pessoas morreram na região desde o dia 9. Na quinta-feira (14), um homem identificado como Ysmailon da Luz Alves Santos, de 21 anos, morreu baleado no tórax. Na comunidade do Querosene, no São Carlos, um menor de 15 anos, João Vitor Gomes, também foi morto.
Semana sangrenta
Além de Ramon e Rodrigo, outras 10 pessoas morreram na região desde o dia 9. Na quinta-feira (14), um homem identificado como Ysmailon da Luz Alves Santos, de 21 anos, morreu baleado no tórax. Na comunidade do Querosene, no São Carlos, um menor de 15 anos, João Vitor Gomes, também foi morto.
Segundo a polícia, agentes do Bope faziam um patrulhamento de rotina quando foram recebidos a tiros. Os policiais envolvidos na ação foram ouvidos e as armas, apreendidas.
Terça-feira: 2 mortes
Outro tiroteio na noite de terça-feira (12) deixou mais dois mortos no Morro da Coroa, no Catumbi. De acordo com informações da Delegacia de Homicídios (DH/Capital), as investigações estão em andamento para apurar as circunstâncias da morte de Geraldo Martiniano da Silva, de 44 anos, e Luan Rodrigues de Sousa Gama, de 20 anos.
Outro tiroteio na noite de terça-feira (12) deixou mais dois mortos no Morro da Coroa, no Catumbi. De acordo com informações da Delegacia de Homicídios (DH/Capital), as investigações estão em andamento para apurar as circunstâncias da morte de Geraldo Martiniano da Silva, de 44 anos, e Luan Rodrigues de Sousa Gama, de 20 anos.
Domingo: 2 mortes
Um novo tiroteio deixou mais duas pessoas mortas na manhã de domingo (10). O rapper Diego Luniére, de 22 anos, morreu após ser baleado no pescoço. Ele estava na comunidade para visitar o pai. Um outro homem, identificado como José Roberto Viana Porto Junior, foi baleado no olho e também morreu.
Um novo tiroteio deixou mais duas pessoas mortas na manhã de domingo (10). O rapper Diego Luniére, de 22 anos, morreu após ser baleado no pescoço. Ele estava na comunidade para visitar o pai. Um outro homem, identificado como José Roberto Viana Porto Junior, foi baleado no olho e também morreu.
Sexta-feira: 4 mortes
Na noite da sexta-feira (8), criminosos do Morro da Fallet, em Santa Teresa, tentaram invadir o Morro da Coroa. Os dois morros têm UPPs, mas a presença dos militares não intimidou os criminosos, que iniciaram uma intensa troca de tiros. Quatro pessoas morreram. Três deles tinham passagens pela polícia: Leonardo Silva de Castro, Rodrigo da Silva e Daniel Lima. Jonathan Carosos também morreu e seis pessoas ficaram feridas.
Na noite da sexta-feira (8), criminosos do Morro da Fallet, em Santa Teresa, tentaram invadir o Morro da Coroa. Os dois morros têm UPPs, mas a presença dos militares não intimidou os criminosos, que iniciaram uma intensa troca de tiros. Quatro pessoas morreram. Três deles tinham passagens pela polícia: Leonardo Silva de Castro, Rodrigo da Silva e Daniel Lima. Jonathan Carosos também morreu e seis pessoas ficaram feridas.
UPP desde 2011
Os morros da Coroa, Fallet e Fogueteiro, todos na região de Santa Teresa, têm uma Unidade de Polícia Pacificadora desde fevereiro de 2011, com sede na Rua Navarro. A Polícia Militar informou que o policiamento na região foi reforçado.
Os morros da Coroa, Fallet e Fogueteiro, todos na região de Santa Teresa, têm uma Unidade de Polícia Pacificadora desde fevereiro de 2011, com sede na Rua Navarro. A Polícia Militar informou que o policiamento na região foi reforçado.
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