sábado, 16 de maio de 2015

Novo protesto volta a causar tensão na região do São Carlos, Rio


Pela manhã, houve protesto após morte de 2 mototaxistas no São Carlos.
Guerra do tráfico em favelas da região matou 12 pessoas em uma semana.

Do G1 Rio
Moradores do Morro de São Carlos, na Zona Norte do Rio, voltaram a protestar na comunidade no começo da noite desta sexta-feira (15) por causa das mortes ocorridas nos últimos dias na região. Eles interditaram o tráfego Largo do Estácio, que dá acesso ao morro, por cerca de meia hora. O Batalhão de Choque da Polícia Militar foi chamado para dispersar o protesto e houve confronto no local. Os policiais usaram bombas de efeito moral contra os manifestantes, que arremessaram pedras.

Conforme informou o RJTV, um profissional do SBT que registrava o protesto foi ferido na perna durante o confronto.
Câmera de vigilância do ônibus registrou o ataque ao coletivo incendiado pela manhã no São Carlos (Foto: Rio Ônibus / Divulgação)Câmera de vigilância do ônibus registrou o ataque ao coletivo incendiado pela manhã no São Carlos (Foto: Rio Ônibus / Divulgação)


Em nota, a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) afirmou que por volta das 17h30 o grupo de manifestantes se reuniu em frente ao Hospital Central da Polícia Militar. Ainda de acordo com a UPP, o reforço do Batalhão de Choque e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) permanecerá na comunidade por tempo indeterminado.
Largo do Estácio foi parcialmente bloqueada por manifestantes na noite desta sexta-feira (Foto: Reprodução/TV Globo)Largo do Estácio foi parcialmente bloqueada por
manifestantes na noite desta sexta-feira (Foto:
Reprodução/TV Globo)
Durante a manhã, manifestantes atearam fogo em dois ônibus em protesto contra a morte de dois moradores. Familiares estavam inconformados e culpavam policiais militares. De acordo com amigos e parentes, Ramon de Moura Oliveira, 22, e Rodrigo Marques Lourenço, de 29 anos, eram mototaxistas no São Carlos.

Os corpos foram achados com marcas de facas em uma área de matagal. Por causa desses protestos, escolas da região foram fechadas e mais de 800 alunos ficaram sem aula.
Quinta-feira: 2 mortes
Na quinta-feira (14), um homem identificado como Ysmailon da Luz Alves Santos, de 21 anos, morreu baleado no tórax. Ele chegou a ser levado para o Hospital Souza Aguiar, no Centro, mas não resistiu. Na comunidade do Querosene, no Complexo de São Carlos, um menor de 15 anos, João Vitor Gomes, também foi morto.

Segundo a polícia, agentes do Bope faziam um patrulhamento de rotina quando foram recebidos a tiros. Os policiais envolvidos na ação foram ouvidos e as armas apreendidas.
Terça-feira: 2 mortes
Outro tiroteio na noite de terça-feira (12) deixou mais dois mortos no Morro da Coroa, no Catumbi. De acordo com informações da Delegacia de Homicídios (DH/Capital), as investigações estão em andamento para apurar as circunstâncias da morte de Geraldo Martiniano da Silva, de 44 anos, e Luan Rodrigues de Sousa Gama, de 20 anos.
Domingo: 2 mortes
Um novo tiroteio deixou mais duas pessoas mortas na manhã de domingo (10). O rapper Diego Luniére, de 22 anos, morreu após ser baleado no pescoço. Ele estava na comunidade para visitar o pai. Um outro homem, identificado como José Roberto Viana Porto Junior, foi baleado no olho e também morreu.
Corpo de Diego foi enterrado em Botafogo (Foto: Marcelo Elizardo / G1)Corpo de Diego foi enterrado em Botafogo (Foto: Marcelo Elizardo / G1)
Sexta-feira: 4 mortes
Na noite da sexta-feira (8), criminosos do Morro da Fallet, em Santa Teresa, tentaram invadir o Morro da Coroa. Os dois morros têm UPPs, mas a presença dos militares não intimidou os criminosos, que iniciaram uma intensa troca de tiros. Quatro pessoas morreram. Três deles tinham passagens pela polícia: Leonardo Silva de Castro, Rodrigo da Silva e Daniel Lima. Jonathan Carosos também morreu e seis pessoas ficaram feridas.
UPP desde 2011
Os morros da Coroa, Fallet e Fogueteiro, todos na região de Santa Teresa, têm uma Unidade de Polícia Pacificadora desde fevereiro de 2011, com sede na Rua Navarro. A Polícia Militar informou que o policiamento na região foi reforçado.
A mão de um dos corpos encontrados no morro de São Carlos, no Rio de Janeiro, é vista à direita após os cadáveres serem cobertos (Foto: Ricardo Moraes/Reuters)A mão de um dos corpos encontrados no morro de São Carlos, no Rio de Janeiro, é vista à direita após os cadáveres serem cobertos (Foto: Ricardo Moraes/Reuters)

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