domingo, 10 de maio de 2015

Mãe de morto no Fallet, Rio, diz que filho não era ligado ao tráfico


Nilce aguardava Diego Luniere para almoço de Dia das Mães.
Ele é uma das seis vítimas em dois dias de confrontos.

Do G1 Rio
O dia das mães para a dona de casa Nilce Rodrigues foi marcado pelo assassinato do filho. Diego Luniere, de 22 anos, foi uma das últimas duas vítimas do confronto entre as comunidades do Fallet/Fogueteiro e o Morro da Coroa, na região Central do Rio. Abalada com a perda, Nilce afirmou que o filho não tinha qualquer envolvimento com os criminosos e lamentou que o plano deles para este domingo não possa ser mais cumprido.

“Eu estava esperando meu filho para voltar para casa pra gente almoçar juntos hoje, dia das mães, quando recebi essa infeliz notícia”, disse a dona de casa. Diego foi baleado no pescoço na comunidade do Fallet, onde mora o pai.
Amigos e familiares lamentaram a morte de Diego Luniere, 22 anos, baleado no pescoço (Foto: Reprodução / Facebook)Amigos e familiares lamentaram a morte de Dieg
o Luniere, 22 anos, baleado no pescoço
(Foto: Reprodução / Facebook)
Nilce fez questão de destacar que o filho não tinha envolvimento com criminosos de nenhuma das duas comunidades. “Meu filho não tinha envolvimento com traficante. Morava em São Gonçalo, não residia no Rio”, disse. Ela ressaltou que Diego deixou um filho de 6 anos.

 
Um novo tiroteio deixou pelo menos mais duas pessoas mortas na região Central do Rio na manhã deste domingo (10). Relatos no Twitter falavam em confronto entre as comunidades do Fallet/Fogueteiro e o Morro da Coroa, ondequatro pessoas morreram e pelo menos cinco ficaram feridas na noite de sexta-feira (8) e na madrugada de sábado (9).
Um jovem de 22 anos, identificado como Diego Luniere, morreu após ser baleado no pescoço durante a troca de tiros na manhã deste domingo.
Segundo a mãe Nilce Rodrigues, Diego era morador de São Gonçalo, era pai de uma criança de 6 anos e não tinha envolvimento com o tráfico. Amigos e familiares lamentavam a morte dele nas redes sociais.
Um outro homem, ainda não identificado, foi baleado no olho e também morreu nesta manhã. Segundo a assessoria da Secretaria Municipal de Saúde, o homem deu entrada no Hospital Souza Aguiar, no Centro, por volta das 13h. Esta foi a sexta morte em dois dias de confrontos nas duas comunidades
A assessoria da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) confirmou os disparos e informou que por volta das 13h15 eram feitas varreduras nas comunidades. Os morros da Coroa, Fallet e Fogueteiro, todos na região de Santa Teresa, têm uma Unidade de Polícia Pacificadora desde fevereiro de 2011, com sede na Rua Navarro. Nos quatro anos de atuação das UPPs, apenas três homicídios foram registrados nestas comunidades.
Início do confronto
O confronto nas comunidades começou quando criminosos do Morro da Fallet, em Santa Teresa, tentaram invadir a comunidade na noite de quinta-feira. Os dois morros têm UPPs, mas a presença dos militares não intimidou os criminosos.
Durante todo o sábado, PMs circularam pelos acessos ao morro da Coroa. De acordo com a polícia, a Rua Itapiru, no Catumbi, foi um dos caminhos usados pelos bandidos para invadir a favela. Moradores contaram que eles usavam roupas pretas, toucas e estavam armados com fuzis. Num posto de gasolina próximo, uma das bombas de combustível foi atingida por um tiro.
Ainda no sábado foram apreendidos 60 kg de maconha, 60 papelotes de cocaína, 216 pedras de crack e 10 frascos de lança perfume. A ocorrência foi encaminhada para a 6ª DP.
Várias marcas de balas foram encontradas pelo caminho. Carros e postes de iluminação foram atingidos.Três adolescentes foram atingidos enquanto jogavam futebol. Os menores teriam sido usados como "escudos" por criminosos, segundo a polícia.
Vídeos gravados por moradores mostraram que foi intensa a troca de tiros. Em algumas imagens é possível ver balas traçantes no céu. Em outro vídeo, um PM aparece se protegendo dos tiros atrás de um muro. Veja no vídeo ao lado.
A Polícia Civil investiga se a tentativa de invasão à comunidade foi comandada por Ricardo Chaves de Castro Lima, conhecido como Fu da Mineira. Ele está foragido desde 2013 quando recebeu autorização da Justiça para deixar a prisão e visitar a família e não voltou.
Tem alguma notícia para compartilhar?  Envie para o VC no G1.

Nenhum comentário:

Postar um comentário