segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Morte de crianças: Delegada diz que homem ficou preso por omitir socorro a vítimas de afogamento


A delegada Poliana da Paixão Henriques explica os motivos pelos quais manteve preso o homem que estava com as crianças que morreram (Foto: Filipe Lemos ; Campos 24 Horas)A delegada Poliana da Paixão Henriques explica os motivos pelos quais manteve preso o homem que estava com as crianças que morreram – (Foto: Filipe Lemos / Campos 24 Horas)
A delegada adjunta da 146ª DP/Guarus, Poliana da Paixão Henriques, concedeu entrevista coletiva na tarde deste sábado (26), na sede da unidade policial, para dar explicações sobre o caso das crianças de 9 e 11 anos, que são irmãos, e morreram afogados durante a tarde desta sexta-feira de Natal (25) no Rio Paraíba do Sul, na localidade de Pedra Branca, em Ernesto Machado, São Fidélis. O casal de irmãos, morava em Barbacena, em Minas Gerais, e estava na companhia de duas primas e do padrasto das meninas.
De acordo com a delegada, o lavrador de iniciais J.R.C.S., de 38 anos, foi preso em flagrante e vai responder por duplo homicídio doloso e dupla tentativa de homicídio, visto que não prestou socorro para as crianças que estavam se afogando. O suspeito é marido da irmã da mãe das crianças que morreram. O menino de 9 anos foi identificado como Kaum Santana de Oliveira e sua irmã Kailany Dias Santana Souza, de 11 anos.
“As duas irmãs foram adotadas por famílias diferentes há 20 anos atrás, sendo que uma foi morar em Minas Gerais e a outra permaneceu em São Fidélis. Neste ano, elas começaram a ter contato e marcaram de passar o Natal juntas para, assim, unir as famílias. Na tarde de sexta, as quatro crianças, três meninas e um menino, queriam tomar banho de mangueira devido ao forte calor, mas uma das mães disse que o companheiro dela levaria as crianças para tomar banho na parte rasa do Rio Paraíba”, disse a delegada Poliana da Paixão Henriques.
Irmãs que sobreviveram contam que o padrasto se afastou
????????????????????????????????????A delegada também explicou que “as duas irmãs relataram que foram de barco, ficaram tomando banho no rio com os primos e o padrasto foi olhar um gado. Elas ainda relataram que o homem os deixou numa área funda e não fez esforços para tirar as crianças que estavam se afogando”, afirma a delegada, que acrescentou: “Já o homem disse em depoimento que quem pode salvar uma criança se afogando é um bombeiro. Ele contou que colocou um bambu na água para retirar as crianças. As duas irmãs se salvaram conseguindo chegar até ele, que estendeu o braço, mas não entrou na água para retirá-las”, explicou a delegada Poliana.
A delegada interpretou como omissão de socorro o fato do homem não ter tentado salvar o casal de irmãos. “O fato dele ter deixado as crianças numa área perigosa chama a atenção. Ele agiu com omissão de socorro.  Ele estava com o direito de cuidado, proteção e segurança, já que era o único adulto naquele local”, enfatizou a delegada.
O suspeito J. vai responder por duplo homicídio doloso e tentativa, e há possibilidade de alterar de prisão preventiva para temporária, possibilidade que ainda será avaliada pela polícia. Poliana ressaltou que o afogamento não foi tradicional.
“Normalmente, o corpo vai afundar para depois submergir, mas o Kauam apareceu pouco depois do afogamento com espuma na boca.  O laudo apontou que a causa da morte dos irmãos foi asfixia mecânica, causada por afogamento. O corpo do menino ainda apresenta uma marca que foi causada por um pedaço de madeira. Vamos investigar para saber tudo que ocorreu durante e antes do afogamento. Este caso foi uma tragédia”, concluiu a delegada adjunta da 146ª DP/Guarus.
As duas meninas que conseguiram se salvar. Acompanhadas de membros do Conselho Tutelar, elas estiveram na 146ª DP(Foto: Filipe Lemos/Campos 24 Horas)As duas meninas que conseguiram se salvar. Acompanhadas de membros do Conselho Tutelar, elas estiveram na 146ª DP(Foto: Filipe Lemos/Campos 24 Horas)

Nenhum comentário:

Postar um comentário