domingo, 29 de maio de 2016

Conversas telefônicas sugerem que guarda tentou evitar a descoberta de ligações para suspeitos

 Campos 24 Horas
coletiva253guarda preso 4mulher guarda carro boneA Polícia Civil e o Ministério Público descobriram que o guarda municipal Uenderson Matos(38 anos), após a morte de sua esposa, a analista judiciária Patrícia Manhães Gonçalves Mattos(41 anos),  tentou evitar que  seus contatos telefônicos com pessoas suspeitas fossem descobertos. Para isso, usou quatro ou cinco números diferentes de celular, um deles em nome do filho de uma empregada doméstica, para ligar para outro guarda, que também se encontra preso, e para outros suspeitos.

A revelação é do delegado Luís Maurício Armond, titular da 146ª DP/Guarus e responsável pela investigação do caso. Armond diz que, durante depoimento,  Uenderson foi perguntado se tinha contato com o outro guarda suspeito, que também é acusado de vários crimes. “Ele negou qualquer ligação com o outro guarda e com outros suspeitos. Porém, ao longo das investigações, descobrimos que Uenderson se utilizou de celulares diferentes, um deles em nome do filho de sua empregada, a quem coagiu para que fornecesse dados, a fim de que pudesse usar um chip de celular que não tivesse em seu nome e ligar para os suspeitos”, afirma o delegado.
Armond revela ainda que uma testemunha chegou a ser coagida na igreja que freqüentava. “O advogado do guarda Uenderson chegou a coagir  uma das testemunhas do caso na igreja frequentada por ela”, destacou.
“Além disso, descobrimos que Uenderson falava com sua amante, por telefone, o dobro de tempo que falava com sua esposa Patrícia”, frisa o delegado.
MOTIVAÇÃO
Sobre a  motivação do crime, o Ministério Público se refere a “alguém que se aproveitou do crime”.  “Há um ciclo de indícios vasto. O crime foi complexo. Há muita versões e situações que estão sendo analisadas. Apesar de estar preso, o marido da vítima ainda figura como suspeito. Houve uma pessoa que se aproveitou do crime”, disse o promotor Fabiano Rangel, acrescentando que buscas continuam sendo feitas e outros depoimentos serão tomados. O promotor ainda anuncia que ocorrerá a reconstituição do crime. Ele destaca que estão sendo analisadas muitas mensagens digitais. Também está sendo aguardado o resultado do confronto balístico de armas que foram apreendidas.
RELEMBRE
Numa ação da Polícia Civil e do Ministério Público, foram presos o guarda municipal Uenderson Mattos, de 38 anos, o advogado dele e outro guarda municipal,  na manhã desta quarta-feira(25). O guarda  Uenderson é investigado por envolvimento na morte da esposa, a analista judiciária Patrícia Manhães Gonçalves Mattos(41 anos), assassinada a tiros no dia 13 de abril desse ano, dentro do próprio carro, no estacionamento do Grupamento Ambiental da Guarda Civil Municipal, na antiga Ceasa, no Parque Boa Vista, em Guarus. Além de Uenderson, outro guarda municipal, de iniciais G.M.F., com oito passagens pela polícia, que também figura como suspeito de participar do crime, teve prisão temporária decretada e foi preso nesta manhã. Uma mulher que seria amante de Uenderson também foi detida e está sendo interrogada. Há outros mandados de prisão e de busca  contra suspeitos de envolvimento no crime e estão sendo cumpridos no Centro e nos bairros  Pelinca, IPS, Rodoviário, São Mateus e Lebret. Um dos mandados é contra o suspeito de ser o executor, de iniciais J.B.L. Este útimo,  foi conduzido coercitivamente da sua casa, no Parque São Matheus, até a 146ª DP/Guarus, para ser interrogado.
A polícia também apreendeu, na manhã de hoje, aparelhos de celular, um Notebook e outros materiais no apartamento do guarda Uenderson, na rua Primeiro de Maio, no bairro Pelinca. Uenderson teria afirmado que não possuía outros celulares. Os aparelhos serão periciados e as ligações, investigadas. Também foram apreendidos  R$ 6 mil em dinheiro, quatro cordões, anel, pulseira e vários documentos, que estavam dentro de um cofre. Sobre a motivação do crime, a polícia não descarta a hipótese de crime passional.  Nenhum dos envolvidos confessa participação.
Mandados
Segundo o delegado titular da 146ª DP/Guarus, Luís Maurício Armond,  houve cumprimento de um mandado de prisão contra o guarda Uenderson, expedido na noite dessa terça-feira (24). A casa e o escritório do advogado do guarda Uenderson também serão revistados. O presidente da OAB foi contactado para que acompanhe a ação. O advogado é suspeito de coagir testemunhas. Os promotores públicos Marcelo Lessa e Fabiano Rangel Moreira acompanham toda a ação. Uma psicóloga e uma assistente social também dão suporte à polícia, visto que  o guarda Uenderson recebeu voz de prisão em seu apartamento, onde também estavam seus filhos.
Em entrevista nesta manhã, o delegado Armond informou que várias provas foram obtidas durante as investigações. ” Constatamos diversas contradições nos depoimentos das testemunhas. Descobrimos que Uenderson tem uma amante de mais de um ano, ela inclusive é casada, e que se encontrava com ele em um apartamento do condomínio Recanto das Palmeiras. Ela foi conduzida para a delegacia e será ouvida”, disse o delegado, acrescentando que: “o guarda(Uenderson) mantinha contato com outro guarda municipal que trabalhava no local do crime. Ele entrou em contato três minutos antes do crime, o que nós acreditamos que tenha sido o start da ação e que um minuto antes da morte, a mulher dele ligou pra ele e não atendeu”, destacou Armond.
O delegado Armond  frisou ainda que o outro guarda municipal suspeito da morte de Patrícia tem envolvimento em  outros crimes.”Esse suspeito de ter executado a vítima  tem envolvimento em outros crimes e, inclusive, seria comandante de uma milícia do Parque São Mateus”, afirmou o delegado.
Também conforme o delegado, há mais seis mandados de prisão preventiva e busca e apreensão que estão sendo cumpridos por agentes da Polícia Civil. O advogado de Uenderson foi preso sob a acusação de coagir testemunhas.
Como aconteceu
mulher guarda carro 2mulher guarda carroPatrícia Manhães Gonçalves Mattos, de 41 anos, aguardava seu marido, o guarda Uenderson Mattos, no interior do seu carro, no início da noite do dia 13 de abril, no estacionamento da base da Guarda Ambiental (GAM), situada no antigo galpão do Ceasa, quando dois homens chegaram ao local.
Inicialmente, o guarda informou à polícia que sua mulher foi vítima de assalto e que os bandidos  fugiram após atirar e roubar uma quantia em dinheiro.
A vítima chegou a ser socorrida no próprio carro pelo marido para o Hospital Ferreira Machado (HFM), mas não resistiu. Ela levou dois tiros, sendo um na cabeça e outro no pescoço. Patrícia morava em um prédio localizado na rua Primeiro de Maio, na Pelinca e tinha uma filha com Uenderson.


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