terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Bancas de jornal do Centro sofrem com arrombamentos


Rio - "Durante o dia não temos problema, mas à noite viramos reféns dos criminosos”. O desabafo é de uma comerciante que teve sua banca de jornal arrombada por bandidos já no primeiro dia útil do ano, no Centro do Rio. No mesmo estabelecimento, o marido dela, também jornaleiro, foi morto a tiros durante assalto em 2008. O passado violento voltou a assombrar Lenira Costa de Araújo, de 42 anos, e outros jornaleiros, que até então respiravam aliviados com o projeto Centro Presente, da PM.
Ao chegar para trabalhar na manhã de 2 de janeiro, ela se deparou com a porta de correr arrombada e constatou que grande parte de suas mercadorias foi furtada, um prejuízo estimado em R$ 3 mil. Outras cinco bancas, além de uma loja de departamentos, foram arrombadas na mesma madrugada.
Comerciante reforça trancas e evita deixar valores na banca para evitar ação criminosaEstefan Radovicz / Agência O Dia
Mãe de três filhos, Lenira assumiu o controle da banca, após a morte do marido, Raul Conceição de Mello, assassinado aos 49 anos em plena luz do dia, em 14 de outubro de 2008. Além do medo de novos ataques criminosos, ela teve que conviver com a impunidade. Os bandidos nunca foram localizados. “Entendemos a crise do estado, mas precisamos de segurança durante a madrugada”, desabafou, ao lado da filha de 12 anos. 
Já na semana anterior, um jornaleiro de 68 anos foi parar na emergência do Hospital Municipal Souza Aguiar após ser agredido por um assaltante. “Ele (o agressor) me pediu uma bala, quando virei de costas para pegá-la, levei um soco na cabeça e desmaiei. Sinto tontura e dores no local até hoje. Não aguentamos mais essa violência no Centro”, comentou o italiano Franco Novello. Ele estima que pelo menos 50 bancas tenham sido arrombadas em 2016 na região. “A Operação Centro Presente nos ajudou muito, mas os criminosos sabem que o patrulhamento acaba às 21 horas. Precisamos de policiais que façam rondas durante a madrugada para coibir esses delitos”.
Filha de Maria Lucia Macedo, dona de uma banca que já foi arrombada pelo menos 10 vezes, a comerciante Gabriela Macedo, 28, acredita que a mesma quadrilha esteja praticando os atos na região. “Um morador de rua comentou que a ação se dá com uma caminhonete, que estaciona perto das bancas e, depois, os ladrões fogem com a mercadoria”, comentou, indignada.
Polícia pede que comerciantes procurem a DP para denunciar os ataques 
A Polícia Militar informou que o 5°BPM (Praça da Harmonia) não foi acionado para ocorrência envolvendo este tipo de delito. No entanto, o comando do batalhão prometeu encaminhar policiais para verificar as informações e readequar o policiamento.
A corporação pediu as vítimas de crimes no Centro para registrarem as ocorrências nas delegacias a fim de que o estudo da mancha criminal possibilite novas estratégias de policiamento. 
A 1ª DP (Praça Mauá) informou que vai realizar diligências no Centro, com o objetivo de averiguar a informação de que bancas de jornal teriam sido arrombadas e roubadas na região. A unidade destaca a importância do registro de ocorrência e orienta ao cidadão que venha a ser vítima de um crime que o registro pode ser feito em qualquer Delegacia do Estado ou através da Delegacia on line acessando o link https://dedic.pcivil.rj.gov.br.

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