quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Segurança em presídio do Rio é reforçada contra fuga de presos de SP


Marco Antônio MartinsDo G1 do Rio
Arte transferência de presos de facção paulista em Bangu (Foto: Editoria de Arte/G1)
A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) reforçou a vigilância no presídio Jonas Lopes de Carvalho, Bangu 4, em Gericinó, na Zona Oeste do Rio. Segundo informações obtidas pelo G1, o aumento de agentes penitenciários na unidade foi decidido na segunda-feira (17), após a informação de que detentos de uma facção paulista que cumprem pena no local tentariam fugir.
Desde o início do mês, a Polícia Federal e as polícias do Rio e de São Paulo investigam um "racha" entre as maiores facções criminosas dos dois estados, que atuam em várias outras regiões do país. 
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O rompimento entre os dois grupos criminosos preocupa as autoridades que temem uma disputa pela venda de drogas nas favelas do Rio, além de uma série de execuções em diferentes presídios espalhados pelo Brasil, onde há simpatizatizantes das duas facções.
Até o momento, 18 presos foram mortos em diferentes rebeliões. Dez morreram emRoraima, na Penitenciária Agrícola Monte Cristo; e outros oito detentos foram sufocados na Penitenciária Êmio dos Santos, em Porto Velho.
Até quarta-feira (18), 36 presos da facção paulista que estavam na Penitenciária Vicente Piragibe e na Cadeia Pública Paulo Roberto Rocha, ambas dominadas agora pela quadrilha rival, haviam sido transferidos para Bangu 4. Em Bangu 4, a maioria dos detentos é de outra quadrilha do Rio que, assim com o grupo criminoso paulista, também é rival da maior facção criminosa fluminense.
Entre os detentos levados para o local está Ronny Faria e Silva, conhecido como Roninho. Ele foi preso em fevereiro de 2014, em Cabo Frio, na Região dos Lagos. Roninho é apontado pela polícia como chefe da facção paulista no estado fluminense.
No sistema penitenciário de São Paulo, há 300 presos da facção carioca. Os advogados destes criminosos tentam garantir proteção e transferir para unidades distantes da maior facção paulista. Há o temor de um confronto entre os detentos no interior dos presídios.
"Pequenas facções no Norte do país e em Santa Catarina unidas à facção carioca começaram a retaliar os paulistas. Os conflitos aumentaram até que tivemos agora em outubro a ordem de rompimento entre eles", afirmou o promotor Lincoln Gakiya, promotor do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo, em Presidente Prudente.
Carro onde estava o traficante executado (Foto: Gabriela Pavão/ G1 MS)Carro onde estava o traficante executado Rafat
(Foto: Gabriela Pavão/ G1 MS)
'Parceria' de duas décadas
Segundo investigadores da Polícia Federal, a união entre as facções dura duas décadas. O acordo incluía associação entre os dois grupos no interior dos presídios. A facção paulista ainda era a principal fornecedora de armas dos traficantes cariocas. 
As duas facções são suspeitas de terem planejado a morte de Jorge Rafaat Toumani, de 56 anos, na cidade de Pedro Juan Caballero, em junho deste ano. Rafat, como era conhecido, levou mais de 100 tiros no confronto.
Em nota, no fim de semana, a Seap informou somente que "está adotando as medidas necessárias e por questões de segurança essas informações não serão divulgadas". Nesta quarta (19), a secretaria informou que "desconhece as informações".


Guerra de facções (Foto: Arte G1)

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