quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Polícia interdita clínicas de aborto clandestino após morte no Rio


Henrique CoelhoDo G1 Rio
A Polícia Civil interditou nesta quarta-feira (24) duas clínicas de aborto clandestino e procura um terceiro endereço para tentar encontrar vestígios da passagem de Caroline de Souza Carneiro, de 28 anos, que morreu após um suposto aborto clandestino, segundo informou o delegado Wellington Vieira, titular da 21ª DP (Bonsucesso).
O corpo da jovem foi encontrado em uma comunidade em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, na última sexta-feira (19). Segundo a polícia, há indícios da participação de uma quadrilha no caso, que foi presa pelo mesmo crime em 2013. Ela estava grávida de cinco meses.

As clínicas interditadas são na rua Bernardo Monteiro, em Duque de Caxias, e na rua Ana Néri, no Rocha, Zona Norte do Rio. O namorado da vítima e familiares, segundo o delegado titular Wellington Vieira, já prestaram depoimento.
"O depoimento do namorado foi bem evasivo, pôs toda a responsabilidade para ela", disse o delegado, que afirmou ainda que a prioridade é periciar as clínicas interditadas e tentar descobrir qual foi o local onde o procedimento foi realizado. Amigas comentaram que o namorado ajudou a pagar pelo procedimento. Segundo o delegado disse ao RJTV, ele pretende mudar a acusação do crime de aborto para homicídio culposo.
"Quando você faz o aborto com métodos concepcionais, já é perigoso, quiçá em um lugar sem qualquer tipo de preparo. E nisso, eles assumem o risco de matar", disse Vieira.
O corpo da mulher, que vivia em Paraíba do Sul, no Sul do estado, foi encontrado numa rua da comunidade Parque Senhor do Bonfim, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, na noite da última sexta-feira (19).
Em 2014, outros dois casos de morte após aborto clandestino chocaram o Rio: em agosto, Jandira Magdalena dos Santos Cruz, de 27 anos, desapareceu após ser levada à clínica onde realizou o procedimento, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. No ano passado, a Justiça determinou que os apontados como responsáveis pelo crime fossem levados a júri popular.
Menos de um mês depois, foi a vez de Elizângela Barbosa, de 32 anos, morrer após se submeter a um aborto em Niterói, na Região Metropolitana do Rio.
Polícia chegou a clínica onde Caroline teria feito o procedimento (Foto: Divulgação/Polícia Civil)Polícia chegou a clínica onde Caroline teria feito o procedimento (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

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