quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Mortos no Chapadão, Rio, podem ter sido confundidos com informantes


Do G1 Rio
A polícia investiga se um cabo do Exército e um ex-militar foram assassinados no Complexo do Chapadão, em Costa Barros, na Zona Norte, por teriam sido confundidos com informantes da polícia, como informou o RJTV.
Jorge Fernando de Souza, de 30 anos, era cabo do Exército e estudante de administração. Nas horas vagas, ele trabalhava como motorista de táxi. O ex-militar Cleiton de Souza, de 22 anos, também desapareceu.
O pai de Jorge, Elias, procurou a polícia depois que o filho desapareceu, no último domingo (31). Ele acredita que ele foi assassinado. No mesmo dia, Jorge enviou uma mensagem de áudio para a namorada onde informava a sua localização.
“Você é a única pessoa que sabe disso, tá bom? Eu estou aqui no Complexo do Chapadão, no Morro do Final Feliz. Caso aconteça alguma coisa, você já sabe onde eu estou. Mas acredito que não vai acontecer nada não.Mas não custa nada resguardar”, dizia Jorge na mensagem.
Jorge Fernando Souza trabalhava em uma cooperativa como motorista (Foto: Reprodução/Facebook)Jorge Fernando Souza trabalhava em cooperativa
como motorista (Foto: Reprodução/Facebook)
De acordo com Elias, o filho e outros taxistas estavam reunidos em um ponto, próximo ao condomínio Village Pavuna, conhecido por ser alvo de traficantes. E foram sequestrados por criminosos, depois de se negarem a ajudar em uma fuga da polícia. Elias afirmou ter escutado dos outros sobreviventes que o filho foi torturado com outros dois companheiros.Jorge Fernando e o ex-militar Cleiton de Souza teriam sido assassinados.
“Parece que ele reagiu à situação, as pessoas que estavam lá no momento falaram que ele tentou fugir, agarraram ele. E ele foi executado com aproximadamente 60 tiros”, afirmou o pai da vítima.
A terceira vítima dos traficantes conseguiu escapar. Ele é servidor do Departamento Geral de Ações Socioeducativas. O presidente do Sindicato dos Servidores do Degase conseguiu falar com ele por telefone.
“Em torno de dez traficantes armados com fuzis o levaram para dentro da comunidade e o agrediram por cerca de duas horas com coronhadas de fuzis. Ele estava próximo a um barranco e, quando ele tomou uma coronhada nas costas, ele conseguiu correr e se jogar”, disse João Luiz Pereira Rodrigues, presidente do Sind-Degase.
A Polícia Militar informou que fez uma operação no Complexo do Chapadão em busca dos corpos. Cinco pessoas foram presas e três menores apreendidos. Mas nenhum corpo foi encontrado. A Divisão de Homicídios assumiu o caso. Parentes dos motoristas foram convocados para depor.
“Nós estamos nos unindo como pessoas, como queridos deles, em busca de uma solução. Em busca do direito de enterrar essas pessoas”, afirmou o pai de Jorge.

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