terça-feira, 1 de setembro de 2015

Suspeitos da morte de soldado no ES dizem ter confundido PMs com rivais


Sete homens foram presos em flagrante em Jardim Carapina, na Serra.
Secretário não soube dizer o que PMs faziam no bairro durante a folga.

Mariana Perim e André FalcãoDo G1 ES e da TV Gazeta
A polícia apresentou na manhã desta terça-feira (1) os sete suspeitos de terem matado o soldado Ítalo Bruno Pereira Rocha, de 25 anos, em Jardim Carapina, na Serra, Grande Vitória. Três deles, segundo o delegado Rodrigo Sandi Mori, confessaram o crime. Todos foram presos em flagrante.
Segundo a Polícia Civil, os executores disseram ter confundido os policiais com criminosos de uma gangue rival. Uma adolescente havia sido detida, mas foi liberada, por não ter envolvimento no assassinato. O secretário de Segurança Pública, André Garcia, confirmou que os policiais não estavam a trabalho e informou que ainda não se sabe o que os militares faziam no bairro do domingo (30) à noite.
O soldado foi executado a tiros e pedradas na noite de domingo (30), no bairro Jardim Carapina, na Serra, na Grande Vitória. Outro PM estava com Ítalo e foi baleado no braço. Ele prestou depoimento à polícia na noite desta segunda (31). Câmeras de videomonitoramento instaladas no bairro registraram o momento do crime. Sete suspeitos de terem participado do crime foram detidos nesta segunda-feira (31). Ítalo foi enterrado na manhã desta terça-feira (1), na cidade de São Mateus, no Norte do Espírito Santo.
Soldado Ítalo Bruno foi morto no bairro Jardim Carapina, na Serra (Foto: Reprodução/Facebook)Soldado Ítalo Bruno foi morto no bairro Jardim
Carapina, na Serra (Foto: Reprodução/Facebook)
O secretario André Garcia não explicou, de fato, o que os policiais foram fazer em Jardim Carapina. Ele apenas confirmou que os policiais não estavam trabalhando. Garcia frisou que o perfil dos suspeitos presos é de pessoas muito perigosas. "O perfil é de pessoas que não podem conviver conosco. O que nos importava no primeiro momento era tirar esse grupo de circulação, porque pelo perfil apresentado nesse episódio, a sociedade corria muito risco com essas pessoas na rua", disse, durante a entrevista coletiva.
De acordo com o delegado Rodrigo Sandi Mori, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), todos os suspeitos foram presos em flagrante porque havia provas suficientes. "Todos têm indícios de autoria e materialidade suficientes para serem autuados em flagrante, sendo inclusive reconhecidos pelo PM sobrevivente", destacou.
Em depoimento a Sandi Mori, os criminosos disseram que os militares chegaram ao bairro já atirando. "Eles dizem que confundiram os dois com inimigos do ponto final", afirmou o delegado. As investigações serão conduzidas pela Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV) da Serra.
Cinco dos sete suspeitos da morte do soldado Ítalo Bruno, de 25 anos, assassinado em Jardim Carapina, na Serra (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)Cinco dos sete suspeitos da morte do soldado Ítalo Bruno, de 25 anos, assassinado em Jardim Carapina, na Serra (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)
Suspeitos
Os sete suspeitos foram apresentados na sede da Secretaria de Segurança Pública (Sesp). Para a polícia, está clara a participação de cada um deles no crime. O servente de obras Yago Ribeiro Chaves, 23, foi reconhecido como um dos autores dos disparos. Com ele, foi encontrado o aparelho celular do policial Ítalo.
Fabrício Barbosa da Cruz, 21, jogou uma pedra grande contra a vítima. Seu irmão gêmeo, Fábio, também estava presente no momento do crime. Na casa deles, a polícia encontrou um talão de cheques da vítima e roupas sujas de sangue.
O serralheiro Ruan Carlos Alves Rodrigues, 25, é suspeito de ter jogado uma pedra grande sobre a cabeça do soldado. Weverton Silva Rodrigues, 21, efetuou disparos contra a vítima. Leonardo Siqueira de Oliveira, 21, também atirou em Ítalo, utilizando um revólver prateado. O irmão de Leonardo, Weverton Siqueira, 25, foi outro que jogou pedras no soldado.
"Vocês têm que perguntar aos moradores do bairro o que os policiais foram fazer lá. Antes mesmo de chegar à festa, eu fiquei sabendo pelos moradores do bairro que os policiais já tinham chegado atirando. Tem buraco de tiro lá perto do meu portão. Mas quando tudo aconteceu, eu estava na festa. Eu sou moreno, tem muita gente que parece comigo no bairro. Não sou eu nas imagens. Nunca tinha visto esse PM", alegou o serralheiro Ruan Carlos Alves Rodrigues.

Nenhum comentário:

Postar um comentário