quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Recurso quer barrar perdão dado a 'Maníaco da Ilha do Boi', no ES


Antúlio Gomes manteve mulher presa por quase 10 anos.
Justiça concedeu indulto humanitário, alegando saúde precária.

Do G1 ES, com informações de A Gazeta
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Antúlio Gomes Pinto foi condenado por tortura, cárcere privado, maus-tratos, estelionato e lesão corporal  (Foto: Fábio Vincentini/ A Gazeta)Antúlio Gomes Pinto foi condenado por tortura, cárcere privado, maus-tratos, estelionato e lesão corporal (Foto: Fábio Vincentini/ A Gazeta)
Um recurso que tramita na Justiça de Minas Gerais tenta reverter o indulto que perdoou a pena de quase 106 anos, do homem que ficou conhecido, em Vitória, como o “maníaco da Ilha do Boi”, Antúlio Gomes Pinto.
Antúlio torturou – com ferro quente, socos e pancadas – e manteve em cárcere privado a esposa e três filhos. No período fez o mesmo com mais cinco mulheres, duas conseguiram fugir. Os corpos de outras três nunca foram encontrados. Foi condenado a 106 anos de prisão.
No início deste ano, a Justiça concedeu a ele indulto humanitário, com o argumento de que sua saúde está precária. Segundo seu advogado, Lécio Silva Machado, “ele não mexe o corpo do pescoço para baixo”.
Recurso
Segundo a assessoria de imprensa do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), um dos argumentos é o de que, antes da concessão do indulto, o MP deveria ter tido acesso ao processo, o que não ocorreu.

Outro ponto seria o de que o réu, Antúlio, alegou que não conseguiria mais executar suas atividades em decorrência dos problemas de saúde, mas não declarou exatamente quais seriam as atividades ou comprovou porque não conseguiria mais exercê-las. Além disso, na fase do processo no Espírito Santo, teria declarado que “preferia ser tratado na cadeia”.

Os argumentos da Promotoria de Contagem foram acompanhados de um parecer favorável da Procuradoria de Justiça. O processo agora tramita no Tribunal de Justiça mineiro e ainda não há prazo de quando entrará na pauta de julgamento.

Fuga
Em 2010, após ter ido para prisão domiciliar, fugiu para Minas Gerais, onde praticou crimes semelhantes contra outra mulher com quem vivia, um filho de um ano e meio que teve com ela. Lá foi preso e condenado. Suas duas penas, segundo a Justiça estadual, totalizam 106 anos.

O advogado de Antúlio, Lécio Machado, discorda. Segundo ele, seu cliente teve a pena reduzida pela Justiça e ao todo as duas condenações – em Minas e no estado – não chegariam a 80 anos. Argumenta ainda que ele não foi condenado pelo homicídio das três mulheres.

Lécio garantiu ainda que seu cliente está em Minas Gerais, que demanda atenção de cuidadores em tempo integral, e que não consegue falar, por isso não pode conceder entrevistas. Condição, assinala, atestada por um perito do Departamento Médico Legal (DML) mineiro, a pedido da Justiça. “Sua condição é crítica. Está acamado e faz uso de oxigênio”, disse.
*Com colaboração de Vilmara Fernandes, de A Gazeta.

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